segunda-feira, 1 de agosto de 2016

SAÚDE E EQUILÍBRIO - HPV tem cura? Saiba como preveni-lo e trata-lo

O vírus é sexualmente transmissível e oferece riscos tanto para o homem como para a mulher, mas pode ser evitado com sexo com proteção




Recentemente, uma pesquisa da Sociedade Americana de Microbiologia, em Boston, constatou que 70% da população dos EUA contraiu o vírus do HPV. O estudo mostrou ainda outro ponto mais agravante: entre os 103 norte-americanos infectados, 4 possuíam o risco de ter algum tipo de câncerdevido ao vírus.
Nos EUA, o HPV continua sendo a fonte de infecção venérea mais frequente. Porém, vale ressaltar que o problema não é exclusividade daquele país.
No Brasil, segundo Barbara Murayama, ginecologista e obstetra, especialista em Histeroscopia pela Unifesp, membro da Febrasgo e diretora clínica da Gergin, ele é o terceiro tumor mais frequente entre as mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama e o colorretal (intestino), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Apesar desses dados alarmantes, é verdade que muita gente ainda sabe pouco sobre o HPV e, principalmente, sobre como pode se proteger dele.
Dúvidas como “o HPV tem cura?”, “quais são os sintomas do HPV?”, entre outras também são muito comuns e merecem ser esclarecidas. Abaixo você confere as respostas para essas e outras questões importantes sobre o HPV, problema que pode atingir tanto as mulheres como os homens.

O HPV tem cura?

Talvez esta seja a maior dúvida entre as pessoas que já ouviram falar ou já foram infectadas pelo HPV.
Barbara Murayama destaca que o HPV tem, sim, cura, tanto no homem como na mulher. “Após dois anos do diagnóstico e tratamento, se não houver retorno da lesão, é considerada curada esta infecção”, diz.
“Mas a pessoa pode se contaminar novamente e apresentar nova infecção a qualquer tempo”, alerta a ginecologista e obstetra.

O que é o HPV?

Barbara Murayama, ginecologista e obstetra, explica que HPV significa Papiloma Vírus Humano, um vírus sexualmente transmissível.
Alessandra Bedin Rubino, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca que o HPV possui mais de 100 subtipos, “alguns mais agressivos, outros mais tranquilos”.
A infecção pelo HPV é muito comum, tanto nas mulheres como nos homens, e nem sempre resulta em câncer. O que não significa, porém, que não mereça grande atenção.

HPV na mulher X HPV no homem

É difícil dizer se o HPV atinge mais homens ou mulheres. “Porém, os de alto risco acabam sendo mais frequentes na mulher, pois pegam principalmente o colo uterino, que é escondido”, diz Alessandra Rubino.
A ginecologista e obstetra Barbara reforça que em mulheres o HPV é detectado mais frequentemente. “O exame de Papanicolau é o exame que deve ser realizado anualmente e é esta a principal prevenção do câncer de colo do útero”, destaca.

Sintomas do HPV – no homem e na mulher


Barbara Murayama reforça que existem diversos subtipos de HPV e que, nos homens, alguns causam verrugas genitais e outros podem causar lesões pré-câncer e até câncer genital.
A ginecologista Alessandra Bedin Rubino acrescenta que, na maior parte das vezes, as verrugas genitais são os sinais do HPV no homem, mas, raramente, pode ocorrer coceira leve.
Barbara Murayama explica que, no caso das mulheres, podem aparecer verrugas genitais na região externa de vulva, períneo (região entre a vagina o ânus), no ânus e também internamente na vagina e colo do útero. “Os subtipos com maior potencial de causar câncer podem causar lesões pré-câncer e até câncer nesses órgãos. O mais comum é o de colo do útero”, diz.
Alessandra Bedin acrescenta que, muitas vezes, o HPV não dá sintoma algum. “Por isso se dá a dificuldade de diagnosticar”, explica. “Ele pode permanecer, de forma geral, por até 2 anos sem sintomas – tanto no homem como na mulher. Mas isso é bem variável”, destaca.
O que pouca gente sabe é que: a maioria das pessoas poderá ter contato com o vírus e nunca manifestar nenhuma doença. “Por volta de 8 em cada 10 pessoas terão contato sem ter qualquer manifestação”, explica a ginecologista e obstetra Barbara.

Causas do HPV


Como já foi citado, o HPV é um vírus sexualmente transmissível, ou seja, é transmitido através da relação sexual sem camisinha. Para ocorrer o contágio, a pessoa infectada não precisa necessariamente apresentar sintomas (verrugas). Mas vale destacar que, quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior.

Os principais riscos que o HPV oferece

Como destacado, o HPV no homem pode provocar as verrugas genitais e, em casos mais graves, lesões pré-câncer e até câncer do pênis.
“O principal risco é o câncer de pênis e ânus reto. Mas é bem mais raro que na mulher, visto que apresenta sintomas visíveis”, explica a ginecologista Alessandra Rubino.
No caso das mulheres a preocupação é maior e o principal risco, sem dúvida, é o câncer de colo uterino, conforme destaca a ginecologista Alessandra. “Pode ocorrer também câncer anal e retal, na vulva e vagina”, diz.
Barbara Murayama acrescenta que as verrugas também representam um problema, pois o tratamento pode ser demorado e dolorido, dependendo da quantidade de lesões e da localização delas.

Tratamento do HPV

Alessandra Rubino explica que para tratar o HPV, há a necessidade de retirar a célula infectada. “Se for no começo, pode ser destruindo-a (cauterização, medicamentos locais etc.). Se o caso for mais avançado, por meio de cirurgia”, diz.
Barbara Murayma reforça que o tratamento depende do tipo de lesão, seja no homem, seja na mulher. “As verrugas, por exemplo, deverão ser eliminadas por meio de cauterização, medicações ou até cirurgias convencionais ou a laser, a depender da localização e extensão das lesões”, explica Barbara Murayama. Já as lesões pré-câncer ou o câncer, em geral, envolvem tratamento cirúrgico, a depender do estágio da doença.

Alessandra Rubino destaca que a vacinação, sem dúvida, é fundamental para a prevenção. “Em qualquer idade, tendo ou não histórico anterior de HPV. Mas claro que nos adolescentes, antes do início da atividade sexual, é melhor”, diz.
De acordo com a ginecologista Alessandra, a camisinha protege, mas nem sempre o HPV encontra-se no pênis. “Se estiver na virilha, pode ser transmitido”, destaca a médica.
Além disso, acrescenta a médica, o exame de Papanicolau pega as lesões bem no início. “Apesar de não prevenir o HPV, previne sua evolução para o câncer de colo uterino”, explica Alessandra Rubino, ginecologista do Albert Einstein.
Barbara Murayama reforça a necessidade de se usar preservativo em todo contato sexual. “É fundamental também a mulher realizar consultas com o ginecologista periodicamente, com exame de Papanicolau e outros exames quando indicados. E procurar o ginecologista a qualquer momento se sentir verrugas ou outros sintomas diferentes do normal”, finaliza a médica.
Com todas essas informações, reforça-se a necessidade de prezar sempre pelo sexo seguro e, no caso da mulher, de se consultar regularmente com seu ginecologista, fazendo todos os exames necessários e cuidando de perto da sua saúde. Mas vale lembrar que os homens também devem estar sempre atentos e, a qualquer sinal suspeito, devem procurar um urologista o mais breve possível.

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