No processo da auto-realização, o mais
alto objetivo, identificado com o despertar da kundalini, é reconhecido como uma
versão macrocósmica do poder feminino de Shakti. Os tantrikas identificam o poder
de Shakti com a Consciência cósmica, uma vez que ela projeta a unidade bilateral dos
princípios masculino e feminino.
Para conseguir este objetivo, o discípulos das asanas tântricas
desenvolveu uma formidável série de práticas psicofísicas que requerem o mesmo tipo de
disciplina requerida na meditação. De acordo com o Tantra, a Kundalini Sakti pode
ser despertada pelas asanas da Tantra yoga.
Por era, o sexo tem sido associado
com procriação e satisfação física grosseira. Os Tantrikas, entretanto, perceberam a
imensa potencialidade da energia sexual, e através das tantra-asanas, transformaram a
energia do sexo e a libertaram para um novo plano de consciência cósmica O sexo é visto
como divino e uma fonte inesgotável de energia vital capaz de agir com uma força
tremenda no estado psicofísico que por sua vez reage num plano cósmico superior.
Na Kundalini Yoga, o fluxo
cinético de Kundalini Sakti que em seu curso normal está direcionada para baixo, é
revertida para um fluxo ascendente para uni-la a Shiva, a Consciência Cósmica. Neste
estágio, as funções fisiológicas do corpo também passam por uma transformação
progressiva.
O
ritual de Tantra-asana é performado com um parceiro do sexo oposto. A pasrceira feminina
é vista como o reflexo de Shakti, o princípio feminino dinâmico do universo. Antes do
começo do ritual, a escolha do ambiente e a determinação de um momento e hora
apropriados, são feitos com a ajuda de um Guru. Seria ótimo se fosse uma Bhairavi (guru
feminina). Os Tantrikas enfatizam a necessidade de performar o ritual em lugares
solitários, numa atmosfera longe de distúrbios e poluição. Os atos de se banhar, se
vestir e sentar-se para os rituais de oferendas das flores e dos outros ingredientes,
juntamente com os rituais nyasa e bhuta-sudhi (purificação do corpo e dos elementos)
são feitos para preparar a atmosfera adequada.
No ritual Pancha-makara, a
figura feminina nua, venerada não é mais vista como um ser humano mas uma deusa, como
Sakti que incorpora as forças fundamentais do cosmos. A transferência da divindade não
é algo separado da realidade, e sim, considerada uma coisa dentro da
experiência. O homem
e a mulher são, ambos, parte de um drama que eles se rendem em total permissão e
lucidez. A interação é um movimento complementar de pensamento e sentimento não
havendo lugar para para abstrações. Portanto, a experiência da transubstancialização
da mulher em deusa é vista como uma revelação muito especial da realidade, que pode ser
vista, sentida e apreendida de uma única forma..
O homem e a mulher se encontram, e
ao fazê-lo, eles se relacionam mais inteiramente consigo mesmos. Esta atividade contínua
de verem-se no outro em vários rituais com climaxes em sexo-yoga-asana, imerge o grupo em
um anonimato onde o sentido pessoal de ego é dissolvido para uma aceitação de um
objetivo comum. Por um processo de projeção ritualística, os adeptos são imbuídos com
uma divindade até que ambos, masculino e feminino, que representam os princípios
dialéticos, alcançam uma consciência existencial de unidade similar ao símbolo do
círculo: "So ' ham = Eu Sou Ele" ou "Sa ' ham = Eu Sou
Ela" pois NÃO HÁ DIFERENÇA ENTRE O EU E VOCÊ.
A energia sexual também pode ser
desencadeada pela Hatha-yoga e outros processos como a Padmasana, Siddhasana, Yoni asana,
Rati asana, e or meio de certos mudras, sendo os mais importantes: o Vajroli,
Sahajoli, Yoni, Khechari, Asvani e o Mahamudra. Pelas bandhas, contrações da região
pélvica, também é possível, sendo os mais efetivos a Uddiyana e a Mula-bandha.
As Asanas são usadas para controlar o corpo e a mente, para
permitir o curso livre das forças psíquicas por meio de mecanismos fisiológicos. É um
caminho de contemplação e união, um estado alterado de onde uma nova realidade se
expande, uma nova unidade vem à existência. Nas palavras de Rajneesh, 'A união sexual
tântrica é um apaixonar-se com o Cosmos, numa total entrega. Ao nos entregarmos, nós
nos tornamos femininos, as profundezas femininas de nossa psique então se dissolvendo,
transcendem em uma total experiência de Unicidade - e uma energia imensurável é
liberada. Do ponto de vista tântrico, o ser humano consumado é homem e mulher fundidos
em uma só unidade. Quando a idéia da unidade básica, que os dois são inseparáveis,
surge o estado de ananda , de felicidade infinita
ou benção perpétual, é alcançado. Este estado de benção é o mais perto que se irá
chegar do estado de liberação total. A força vital interior jorra com toda a sua
potência pelos processos místicos do despertar da Kundalini Sakti.
E quem alcançar a transformação
que significa um renascimento espiritual, não manifesta mais desejos e se tornam meros
canais de partes diferentes do Todo. E todos os meios que existem para isto estão dentro
de nós mesmos.
Um outro método usado para este despertar é
o uso de ervas (sasc.:aushadhi) podendo-se alcançar a ativação dos canais Ida , Pingali e
até mesmo do Sushumna (com relação à este último significaria o despertar completo da
Kul-Kundalini). É sempre bom lembrar que o uso destas ervas devem ser acompanhadas da
assistência de um Guru. Portanto, o despertar por meio de ervas (Aushadhi) pode ser muito
perigoso sendo necessário a consulta de alguém que tenha total conhecimento desta
ciência.
Como todo estado alterado de
consciência induzido por uma droga, os primeiros instantes da experiência pode ser muito
incontrolável produzindo visões e sensações de regiões obscuras e estranhas à nossa
consciência.
Portanto, apesar deste ser um
método rápido, não se pode confiar muito nos resultados imediatos.
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