O Daime (ou Ayahuasca, Uasca ou Santo
Daime) é uma mistura de duas plantas (Cipó Mariri e Chacrona) que, após
cozidas, resultam num chá alucinógeno que normalmente evoca visões e
imagens religiosas (a chamada “miração”), costumando por vezes provocar
vômitos em quem toma (por isso os locais onde a beberagem é consumida
são equipados de algum tipo de “vomitório”).
O RITUAL
O Santo Daime preserva o caráter sagrado
da festa e da dança, oriundo do catolicismo popular. Convivem no seu
panteão mítico Deus, Jesus, a Virgem Maria, os santos católicos,
entidades originárias do universo afro-brasileiro e seres da natureza.
Também são louvadas as figuras do Mestre Irineu, identificado com Jesus
Cristo, e do Padrinho Sebastião, “encarnação de São João Batista” — de
onde são derivadas algumas concepções messiânicas e apocalípticas. Do
espiritismo kardecista são reelaboradas noções como as de karma e
reencarnação. Os indivíduos possuem dentro de si elementos de uma
“memória divina”; ao mesmo tempo, podem, através do próprio
comportamento, alterar seu karma, “evoluindo espiritualmente” em direção
a sua “salvação”. Em consonância com os sistemas xamânicos, verifica-se
a existência de uma “guerra mística” entre os homens e os seres
espirituais. Os daimistas são concebidos como os “soldados do Exército
de Juramidam”, empenhados numa “batalha astral para doutrinar os
espíritos sem luz”. Todo o ritual está permeado por um espírito militar
com ênfase na ordem, na disciplina.
A cerimônia consiste basicamente em beber
o chá e ficar descansando em cadeiras, esperando a “miração”. Enquanto
isso, entoam cânticos coletivos ou ouvem músicas selecionadas,
consideradas “revelações do Astral” para criar um clima propício a ter
boas mirações. Os trabalhos espirituais realizados pelos daimistas são
de concentração (com períodos de meditação) ou bailado (execução de uma
coreografia simples), podendo chegar a produzir um verdadeiro êxtase
coletivo. Há também trabalhos de missa (para os mortos) e rituais de
fardamento (momento em que o indivíduo adere oficialmente ao grupo,
passando a usar suas vestimentas). Recentemente, vem ganhando força
alguns ritos onde ocorre incorporação de espíritos, produto das
influências crescentes da umbanda nesta instituição.
OS EFEITOS
Algumas vezes pode ocorrer, associada à
limpeza (vômitos), uma experiência de intenso sofrimento: a “peia”, uma
surra do Daime. A peia está associada também a outros processos
fisiológicos incômodos ou aparece, ainda, sob forma de pensamentos ou
sensações. Apesar de extremamente desagradável — incluindo visões
aterradoras de monstros, vermes, trevas, sensação de morte ou medo
intenso, enfim, toda classe de tormentos conhecidos ou não — a peia
produziria efeitos benéficos, didáticos e transformadores.
Os defensores da planta dizem que ela
provoca uma limpeza física ou energética do canal ou instrumento que a
usa, “pois luz não habita em templo sujo”. Então, se você estiver com
problemas, numa baixa vibração, ou tiver ingerido carne ou comida
pesada, vai vomitar copiosamente, ter diarréia de se acabar, ficar
enjoado, etc. Só que qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento de
biologia sabe porque o organismo expulsa e rejeita certas substâncias
estranhas, quando ingeridas…
Existem denúncias de que o uso deste chá
faz mal, a longo prazo, tendo como um dos efeitos adversos o eventual
retorno da “miração” nas horas mais inadequadas, e os mais puristas até
alegam que o chá apresenta riscos para a tela búdica dos usuários, ou
seja, pode fazer mal até nas próximas encarnações.
O chá contém dimetiltriptamina, ou DMT,
uma substância controlada. O governo dos EUA afirma que seu uso é
perigoso mesmo sob supervisão médica. Seu uso é proibido em países que
possuem legislação anti-drogas, mas foi liberado no Brasil para uso
religioso. Advogados da União do Vegetal (UDV) dizem que especialistas
atestaram que o chá é inofensivo. Lembrando que o LSD também já foi
permitido legalmente…
No site do IPPB, vemos no artigo do Dr.
Luiz Otávio Zahar que explica que “a DMT (dimetiltriptamina) é
naturalmente excretada pela glândula pineal, e que desempenha um papel
no processo de sonhar e possivelmente nas experiências próximas à morte e
em outros estados místicos. A mistura das duas plantas potencializa a
ação das substâncias ativas, pois o DMT é oxidado pela enzima
Monoaminoxidase (MAO), a qual está inibida pela harmina, acarretando um
aumento nos níveis de serotonina, o que causa impulsão motora para o
sistema límbico no sentido de aumentar a sensação de bem-estar do
indivíduo, criando condições de felicidade, contentamento, bom apetite,
impulso sexual, equilíbrio psicomotor e alucinações.”
Ou seja, você está ingerindo uma dose
cavalar de uma substância que deveria ser naturalmente produzida pelo
corpo, afetando uma parte importantíssima como o cérebro.
Lázaro, da lista Voadores, explica o processo:
“Há uma aceleração vibracional
desordenada, onde cada chakra entra num estado vibracional de freqüência
diferente. Não sei se isso é bom ou mal, se vale a pena ou não (essa
resposta depende de cada um, e do que conseguirá com o processo), mas me
parece um método estranho, que, alterando as freqüências vibracionais /
conscienciais das corpóreas e cerebrais, só pode mesmo levar a uam
saída (expulsão) do corpo físico. Além do mais, encontrei exatamente o
que imaginava encontrar, do lado de lá; com detalhes de controle, e
influências tanto projetivas reais quanto oníricas aceleradas pelo uso
do FORTÍSSIMO alucinógeno.”
A ORIGEM
A ingestão ritual de Ayahuasca por
parcelas da população urbana inicia-se no Brasil, na década de 30, em
Rio Branco, Acre, com o culto ao Santo Daime, sistematizado por Raimundo
Irineu Serra, que atribuiü à Ayahuasca a denominação “Santo Daime” e
fundou o “Centro de Iluminação Cristã Luz Universal – CICLU Alto Santo”.
No final da década de 60, em Porto Velho, Rondônia, José Gabriel da
Costa organizou outro grupo ayahuasquero, denominando-o “União do
Vegetal”, visto que nele a ayahuasca é chamada de vegetal. O processo de
divergências e de desdobramentos dos núcleos originais propiciaram a
expansão das religiões ayahuasqueras por grande parte do território
nacional e mesmo pelo exterior.
As religiões ayahuasqueras estão atualmente polarizadas em duas “linhas”:
Uma, a do Mestre Irineu, fundador da seita. Não admitem incorporação, praticando estritamente o xamanismo, e não aderem e nem mesmo toleram o uso de outros psicoativos que não a Ayahuasca.
Outra, a do Padrinho Sebastião Mota, do CEFLURIS (dissidência do CICLU). Esse grupo atraiu acadêmicos, jornalistas, artistas, estudantes e diferentes categorias de profissionais liberais empenhados em torná-lo objeto de estudo, notícia ou modo de vida. Algumas conseqüências decorreram dessa aliança, entre elas a adoção pela “linha” de Sebastião, de muitos dos costumes e crenças dos jovens urbanos, a exemplo do controvertido uso “ritual” da Cannabis sativa (Maconha, que é chamada por eles de “Santa Maria”) e Cocaína (conhecida como “Santa Clara”).
Uma, a do Mestre Irineu, fundador da seita. Não admitem incorporação, praticando estritamente o xamanismo, e não aderem e nem mesmo toleram o uso de outros psicoativos que não a Ayahuasca.
Outra, a do Padrinho Sebastião Mota, do CEFLURIS (dissidência do CICLU). Esse grupo atraiu acadêmicos, jornalistas, artistas, estudantes e diferentes categorias de profissionais liberais empenhados em torná-lo objeto de estudo, notícia ou modo de vida. Algumas conseqüências decorreram dessa aliança, entre elas a adoção pela “linha” de Sebastião, de muitos dos costumes e crenças dos jovens urbanos, a exemplo do controvertido uso “ritual” da Cannabis sativa (Maconha, que é chamada por eles de “Santa Maria”) e Cocaína (conhecida como “Santa Clara”).
Fica aqui o alerta aos pais: se seu
filho(a) enveredar em qualquer uma dessas, procure ir com ele, mesmo que
não beba o chá. Procure conhecer as práticas, e principalmente os
frequentadores destes locais. Um grupo que se reúne regularmente pra
tomar alucinógenos NÃO PODE atrair boa gente, mesmo que o objetivo deles
seja bom. Do uso da Ayahuasca para drogas mais pesadas é um pulo! Tanto
isso é verdade, que mesmo na linha de Irineu, que não permite outras
drogas, já teve membros presos no exterior por tráfico de drogas. Trust
no one.
Lázaro explica:
“No contexto xamânico de vários povos as
ervas são usadas em eventos com conotação espiritual, visando uma
determinada iniciação dentro daquele nível. Já no contexto urbano, pode
ser usado como fuga da realidade. Conheço vários casos assim: as pessoas
usavam porque não aguentavam conviver com um nível de realidade duro
como a vida física na Terra. A substância acelera o acesso ao
inconsciente, com tudo de bom ou de doentio que estiver ali. Pode ser
interessante para alguns, sagrado para outros. Mas como tudo que tira a
consciência do normal, e/ou altera abruptamente os estados cerebrais,
tem seus preços. Neurológicos e, principalmente, psicológicos.
A mente tende sempre à compensação. O uso
excessivo de Prozac, por exemplo, leva a pessoa à depressão. Café
demais excita, e quando passa o efeito, você se sente cansado. Cocaina
deixa a pessoa entusiasmada, mas a compensação disso a faz insegura
quando não usa a substância. TUDO na mente humana é assim, e o preço do
acesso “espiritual” do daime é CARÍSSIMO, em termos psicológicos
posteriores. A não ser, claro, que a pessoa tome mais, para ter de novo o
acesso e miração, e assim sucessivamente. Dependência psicológica. E
depois, sem o “espiritual” miraculoso, a vida “comum” passa a ser mais e
mais vulgar. E começa tudo outra vez. Com o agravante de que até mesmo
as formas de contato espiritual parecerão fúteis, afinal, como comparar
com o barato do daime? Então, essa é uma droga que rouba do dependente
até mesmo o seu direito à conexão espiritual…”
Extraído de: www.saindodamatrix.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário