terça-feira, 8 de abril de 2014

DESPERTANDO A CONSCIÊNCIA - Disfunções Sexuais Femininas

Disfunções Sexuais Femininas


Desejo Sexual Hipoativo
O desejo sexual hipoativo ou inapetência sexual é a disfunção mais frequente na mulher. Caracteriza-se pela diminuição ou ausência de fantasias sexuais de forma persistente e recorrente.Qualquer condição orgânica que diminua direta ou indiretamente os níveis do hormônio testosterona ou provoque alguma alteração metabólica grave poderá interferir na apetência sexual. Dentre os fatores orgânicos, podemos citar:
  • Anomalias genéticas e congênitas como a Síndrome de Klinefelter;
  • Doenças endócrinas agudas ou crônicas: hipertireoidismo, hipotireoidismo, parkinsonismo, Doença de Addison;
  • Uso de drogas, principalmente os antidepressivos e tranquilizantes em altas doses, alfa metildopa, álcool e narcóticos em doses elevadas;
  • Processos inflamatórios e/ou infecciosos dos órgãos genitais, uma vez que a dor durante o ato sexual pode desencadear bloqueios da resposta sexual. A persistência do quadro pode levar à inibição do desejo sexual pelo medo que a mulher apresenta em relação à ameaça de dor;
  • Alteração hormonais como as disfunções da tireóide relatadas e menopausa, por exemplo.
Na maioria dos casos, a desordem é de origem psicossociológica, bloqueios emocionais e sexuais e fatores intrínsecos do relacionamento conjugal são as causas mais comuns. Nestes casos, as pacientes costumam relatar passado de educação sexual rígida, história obstétrica traumática, vivência de violência sexual, medo de engravidar, presença de outras disfunções sexuais ou até mesmo dificuldade em conciliar a maternidade com as outras funções.
Para se obter sucesso no tratamento, faz-se necessário identificar os fatores desencadeantes. Descartadas ou tratadas as causas orgânicas, deve-se dosar os níveis de testosterona, caso os valores estejam baixos ou próximos do limite de normalidade pode ser usado reposição do hormônio, com cautela para evitar virilismo. Nas mulheres que se encontram na menopausa, pode-se indicar a Terapia de Reposição Hormonal, caso não haja contraindicações.
É de suma importância avaliar se a inapetência sexual está relacionada a conflitos conjugais. Em muitas situações, o desgaste no casamento pode inibir progressivamente o desejo. Pacientes com comprometimento psicológico se beneficiarão com intervenção psicoterapêutica, não só a terapia conjugal, como também a terapia sexual.
A simples orientação, esclarecendo as dúvidas, eliminando os mitus e tabus pode resolver uma parcela das disfunções sexuais.

Vaginismo

O vaginismo consiste num reflexo de defesa da musculatura pélvica através de espasmos involuntários dos músculos do períneo, que impedem parcial ou totalmente a penetração vaginal. Esta dificuldade ocorrerá sempre que houver tentativa de penetração vaginal tanto durante o coito como também na realização de exames ginecológicos.   
A maioria das pacientes não consegue permitir o ato sexual apesar de não apresentarem problemas com a libido, excitação, lubrificação vaginal e orgasmo. O casal procura satisfação sexual através de carícias sem que haja penetração.
O vaginismo pode surgir desde as primeiras tentativas de coito (primário) ou após anos de vida sexual ativa normal (secundário). O medo da penetração é a causa imediata do vaginismo, pode ocorrer após várias tentativas dolorosas. Algumas mulheres que antes apresentavam vida sexual saudável podem desencadear vaginismo após traumas emocionais (vítimas de abuso sexual) ou pela dor crônica secundária a problemas ginecológicos não resolvidos. 
As causas psicossociológicas respondem pela maioria dos casos de vaginismo primário. O diagnóstico é clínico, através de história detalhada e exame ginecológico, evidenciando-se dificuldades na realização do mesmo. 
O vaginismo tem indicação de tratamento a partir do momento em que se torna causa de conflitos no relacionamento conjugal. Por tratar-se de um distúrbio psicossomático, o tratamento deve ser focado do ponto de vista fisiológico e psicológico. Afastadas outras causas de dispareunia (dor no ato sexual) como alterações de lubrificação, patologias ginecológicas, atrófica genital secundária a déficit hormonal e outras disfunções sexuais, a Terapia Sexual ou Psicoterapia Individual é o tratamento preconizado. 


Anorgasmia
"É a persistente ou recorrente dificuldade, demora ou ausência em atingir o orgasmo, apesar de suficiente estimulação sexual e excitação.” Na mulher, constitui a disfunção sexual mais frequente.

Pode ser classificada em:
  • Primária: quando a paciente nunca atingiu o orgasmo;
  • Secundária: desencadeada por fatores que possam dificultar ou impedir a mulher em atingir o clímax, como no período puerperal (pós parto), quadros de DSTs e infidelidade conugal;
  • Coital: ocorre quando a paciente não consegue alcançar o orgasmo durante a penetração vaginal, embora possa fazê-los com outros estímulos, como o sexo oral, por exemplo;
  • Situacional: neste caso, apesar de haver uma vida sexual aparentemente normal, o orgasmo só acontece em determinadas situações. 
Dentre as principais causas, destacam-se os bloqueios emocionais, doenças que comprometam a vascularização ou inervação da região pélvica (traumatismo na medula espinhal, radioterapia na pelve) e uso de algumas substâncias (álcool e benzodiazepínicos). As causas de origem emocionais são as mais frequentes e geralmente estão associadas a histórias de educação sexual repressora, passado de violência sexual, medos e tabus, relacionamentos anteriores mal sucedidos, entre outros.


Observa-se ainda correlação de mulheres com diagnóstico de anorgasmias consequentes a deficiências primárias do parceiro, como é o caso da ejaculação precoce.


Antes de se iniciar o tratamento, é necessário definir a origem da disfunção e se o problema ocorre independente do parceiro. A Terapia Sexual está indicada para a maioria do casos, após tratadas as causas orgânicas, sendo as taxas de sucesso de até 80% (Masters e Johnson).

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