quarta-feira, 1 de julho de 2015

PENSAMENTOS, POESIA E REFLEXÕES - Gosto De Você!

Gosto De Você!


Gosto de gente com a cabeça no lugar, de conteúdo interno, idealismo nos olhos e dois pés no chão da realidade. 

Gosto de gente que ri, chora, se emociona com uma simples carta, um telefonema, um canção suave, um bom filme, um bom livro, um gesto de carinho, um abraço, um afago.

Gente que ama e curte saudades, gosta de amigos, cultiva flores, ama animais; admira paisagens, poeira; e escuta. 

Gente que tem tempo para sorrir bondade, semear perdão, repartir ternuras, compartilhar vivências e dar espaço para as emoções dentro de si. 

Emoções que fluem naturalmente de dentro de seu ser!

Gente que gosta de fazer as coisas que gosta, sem fugir de compromissos difíceis e inadiáveis por mais desgastantes que sejam. 

Gente que colhe, orienta, se entende, aconselha, busca a verdade e quer sempre aprender, mesmo que seja de uma criança, de um pobre, de um analfabeto. 

Gente de coração desarmado, sem ódio e preconceitos baratos. 

Com muito amor dentro de si. 

Gente que erra e reconhece, cai e se levanta, apanha e assimila os golpes, tirando lições dos erros e fazendo redentora suas lágrimas e sofrimentos. 

Gosto muito de gente assim........ e desconfio que é desse tipo de gente que Deus também gosta!

Arthur da Távola

DESPERTANDO O CONHECIMENTO - SABEDORIA DA ESCOLHA - O CAMINHO DO MEIO

O CAMINHO DO MEIO


Caminho do Meio (Madhyama Pratipad, em sânscrito) é uma tradicional expressão budista que procura, de um modo sucinto, apontar o rumo àqueles que se propõem a dar seus primeiros passos em direção à sabedoria ou, pelo menos, ao alívio de seus conflitos.
É uma das imagens que brotam espontaneamente na alma sempre que ela é atormentada pelo Conflito dos Opostos, vale dizer, conflito de desejos ou necessidades que aparecem como absolutamente excludentes. 

É uma metáfora, uma das imagens recorrentes em todas as épocas e culturas sob as mais diversas formas e denominações, pois que representa um poderoso determinante da alma humana: o arquétipo da União (Conjunctio) especificamente a União de Opostos (Conjunctio Oppositorum, como diziam os alquimistas, em latim), a mais radical das uniões.
Digo a mais radical porque os opostos não se justapõem ou se mesclam simplesmente, como bananas num cacho ou tintas numa palheta de pintor, nem se deixam reduzir um ao outro por submissão violenta ou a golpes de raciocínios bem intencionados. Os opostos são o que são: opostos. 

Mas quando somos pegos pelo calor do embate que eles travam em nossa alma, imediatamente o arquétipo de União é ativado (tenhamos ou não consciência dele) lançando-nos à estranha aventura de reconciliar o irreconciliável. Tal aventura é inescapável pois que significa, se não a cura, ao menos alívio para um intenso sofrimento.

O arquétipo ativado traz esperança de calma, ordem no caos, inspira nobres ideais, mostra agora um pouco de felicidade ou a promete para um futuro próximo, alimenta utopias, fascina, alenta, convida a alma a não desesperar-se, encoraja-a a prosseguir entre as dificuldades. 

No entanto, ele também se manifesta por dúvidas, inseguranças, culpas, remorsos, depressões, ansiedades, estresses, e que tais.
E, também, por uma estranha teimosia que parece realimentar o processo de sofrimento. 
Mas não. É aquela aventura, também estranha, que exige as teimosias, obsessões, persistências, certezas, paranóias, manias, indiferenças, preconceitos, e outras coisas mais, para que nos mantenhamos no caminho e não percamos o rumo.
Assim, talvez, possamos perceber algum sentido em meio a tanto sofrimento e... talvez, vislumbrar o alívio.

As margens de um caminho não são opostas por si mesmas, tornam-se opostas em função do ponto de vista do caminhante. O lado direito e o esquerdo são os do caminhante, não os do caminho. Vale dizer, os da alma do caminhante, que facilmente projeta neles suas tensões em conflito. E é bom que o faça, pois a metáfora do caminho traz consigo diagnósticos e esperanças de transformação.
Se não, vejamos: o lado direito e o esquerdo fazem às vezes de lados bom e mau, certo e errado, reto e torto, claro e escuro, consciente e inconsciente, esposa e amante, etc. 

No caminho se vai para frente ou para trás, se progride ou regride, há futuro e passado, se tem rumo ou se está perdido, ele está impedido ou desimpedido, os obstáculos são fáceis de serem transpostos ou muito difíceis, ele é perigoso ou nem tanto, se estamos só ou acompanhados, se nos ajudam ou não, se aguardamos a próxima curva, a próxima vila, ou se voltamos já. 

E será ainda possível o retorno? E a bifurcação? E a decisão numa encruzilhada? Muitas estórias... Espelhos onde a alma se reflita, se veja, reflita e se retoque.
Os opostos só existem na alma. Quando os lados direito e esquerdo de um caminho voltarem a ser apenas os lados direito e esquerdo de um caminho, então o caminhante estará em paz. E o arquétipo de União terá cumprido o seu desígnio.

Caminho do Meio é uma expressão que sugere evitar os caminhos extremos, cuidado, consideração aos dois lados da questão, atenção. Isso lembra os gregos.
Os gregos antigos ensinavam a temperança, a prudência, o bom senso, a moderação, a modéstia como um estado de espírito calmo e são (Sophrosyne). Esta era uma virtude que se contrapunha à Hybris que significava o contrário: desmedida, excesso, orgulho, insolência, impetuosidade, desenfreio, ultraje, insulto, desespero... violência! Nada em excesso, recomendavam seus mestres, contando maravilhosas estórias de homens e heróis castigados pelos deuses por conta de seus excessos.

 

Observa-se um benefício simples e ancestral da arte de unir opostos (é uma arte!) contemplando, por exemplo, a tensão de um arco retesado prestes a lançar a sua flecha (criada pela aproximação das duas extremidades “opostas” da haste de madeira unidas por um cordel) e a perícia do atirador em acertar o seu alvo (nem para cima demais ou para baixo, nem demais para a direita ou a esquerda).
Outro exemplo ainda mais simples e mais ancestral ainda: o homem, a mulher, e seus filhos.
Observemos também os cuidados de afinação das cordas de um instrumento musical: não podem ser frouxas ou tensas demais. Esta foi exatamente a imagem que Buda usou ao tentar mostrar aos seus cinco ex-companheiros de rígido ascetismo que o corpo (e a mente) não deve ser agradado ou desagradado em excesso. É preciso encontrar o Caminho do Meio.

.O caminho budista por excelência (Marga). Uma visão tântrica.

O caminho do Meio é conhecido na tradição budista como a Quarta Nobre Verdade, vejamos rapidamente as outras três:
A Primeira -- duhkha aryasatya (nobre verdade sobre a dor) -- anuncia que todos os seres vivos sofrem. Sofrem quando nascem, sofrem quando envelhecem, sofrem quando adoecem, sofrem quando morrem. 

Sofrem quando não se unem àqueles que amam ou se unem àqueles que odeiam, e sofrem quando deles se separam. Sofrem quando não conseguem realizar os seus desejos. 

Sofremos, metidos todos que estamos numa realidade que se transforma incessantemente. Insatisfação sem fim. A impossibilidade do descanso garantido. Só a insegurança não passa: o meu mundo não permanece, o meu corpo não permanece, eu mesmo não permaneço.

A Segunda – duhkha samudaya aryasatya (nobre verdade sobre a origem da dor) -- denuncia o desejo, a sede (trishna) de existir, de viver, sede de prazer, sede de poder, como a causa de todo o sofrimento. Desejamos a permanência do nosso mundo, do nosso corpo e de nós mesmos. Desejamos não só a permanência como ampliá-la, protegê-la. 

Estamos apegados a umas tantas coisas que temos por essenciais ou agradáveis que lutamos todo o tempo para que elas não se vão. Mas elas se vão. Mais cedo ou mais tarde, e não se deixam conservar. 

O desejo se reproduz, vai de um a outro, e nos lança numa interminável corrente de dor: desejo de ser isto e de não ser aquilo, desejo de prazer e de não sofrer, de permanecer, não morrer. 

O desejo é a fonte de toda a ilusão, que por sua vez reforça o desejo, num ciclo vicioso infernal. 

O desejo alimenta a noção ilusória de um “eu” permanente e substancial que é “quem” sofre. É o suporte da dor, e a ela dá continuidade.
O desejo se acende e arde nas duas paixões que se opõem: o amor e o ódio, e se alucina com a própria ilusão que produz! -- 

O amor, desejo ardente de união (raga), representado no imaginário budista por um galo, ou uma pomba -- 

O ódio, desejo ardente de repulsão (dvesha), representado por uma serpente. -- 

A ilusão, desejo ardente de não saber (avidya), ignorância, indiferença, preguiça, indiferenciação, inconsciência, indiscriminação, loucura, confusão (moha), representada por um porco, é o desejo de dissipação, que de tão dissipado já, pode nem mais aparecer como desejo. 

Atração, Repulsão e Indiferença – dois caminhos opostos e um pseudo caminho do meio -- são os chamados Três Venenos, Os Três Males.
A sede de existir, de viver, que começa e continua em ilusão, engano e dor, recomeça incessantemente a sua sina através dos sucessivos ciclos de renascimentos.

A Terceira – duhkha nirodha aryasatya (nobre verdade sobre a cessação da dor) -- prenuncia a libertação do sofrimento, o alívio da dor: se não nos apegarmos ao mundo, ao corpo e a nós mesmos, então não sofreremos jamais! Extinguindo o desejo faremos cessar a dor. 

Extinção do desejo, do apego, da sede de existir, do “eu”, do ciclo de renascimentos, da ilusão, enfim. Quando a chama se extingue, quando se foi o último alento, quando já não houver mais o sopro, ex- (nir) soprado, (vana) -- apagado de um sopro -- expirado (nirvana) estará o prazo da chama, do pavio, da vela. Extinguiu-se o incenso. 

Não há mais ações (karma) que exijam ter continuidade ou desejo de as ter.
Elimine-se a causa que desaparecerá o efeito. Lógico e simples, não é mesmo? Lógico e simples demais... 

Na prática, porém, muito provavelmente porque não somos Budas, seja talvez impossível andarmos assim tão desapegados pela existência a ponto de não sofrermos nem ao menos um tiquinho. Mas também não precisamos e nem devemos nos exigir tanto, pois seria um excesso, e paradoxalmente estaríamos alimentando um desejo, ficaríamos apegados a uma mera idéia, mesmo que ela seja uma idéia tão nobre. 

A vida concreta e cotidiana é, muitas vezes, mais generosa que a mente abstrata dos filósofos e sacerdotes em sua demanda das coisas absolutas. Se conseguirmos sofrer bem menos e esse sofrimento não nos afastar do caminho, já está muito bom.

Resumindo:

Primeira Nobre Verdade – Todos os seres sofrem.

Segunda Nobre Verdade – A causa do sofrimento é o desejo
Terceira Nobre Verdade – A cessação do desejo faz cessar o sofrimento.
Quarta Nobre Verdade – O Caminho do Meio faz cessar o desejo.

Ao contrário da nossa compulsão de viver, de ser, de ter, do nosso medo e pânico a respeito da morte, o budismo propõe a extinção, não a teme, almeja-a. 

Mas essa extinção não é, simplesmente, a morte do corpo, que é uma das formas materiais (rupa) e que é muito fácil de acontecer, mas também a morte da alma, como podemos entender a palavra sânscrita para nome (naman), o que, para os budistas, é muito mais difícil de acontecer. s significa o conjunto das cinco sensações (vedana), provenientes dos cinco órgãos voltados para fora, ou instrumentos do exterior (bahir-karana) – olho, nariz, ouvido, língua, pele; as representações mentais dessas sensações, ou percepções (samjna); as conscientizações dessas percepções (vijnana); e a assim chamada mente, considerada um sexto órgão de conscientização, voltado para dentro, ou instrumento do interior (antar-karanam), formada pela atenção seletiva ou “intelecto” (manas), a atividade do ego (ahankara), o discernimento (buddhi). 

Em suma, características que configuram o que conhecemos por psique, alma.
A extinção do conjunto de nomes-e-formas (namarupa), a unidade psicossomática, alma-e-corpo, se dá ao longo de um caminho que pode durar muitas vidas, tantas quantas forem necessárias até que o não-saber (avidya), a ignorância, a escuridão, o sono, o sonho, a ilusão, cesse e ceda lugar à sabedoria (vidya), deixe surgir a iluminação (boddhi) .
Caminhar pelo Meio é, pois, a arte de ir-se eliminando apegos pela vida a fora, e vida a dentro. É procurar não sofrer e não fazer sofrer. É procurar não estar enlaçado a uma coisa nem a seu oposto. É escorrer, fluir como água entre uma margem e a outra. 

Mesmo que as águas fluam com excessiva rapidez e esbarranquem as margens que a contêm, observe, sofra, mas tenha calma, não se desespere, espere, não há pressa.

Atenção para uma importantíssima diferença:
Caminho do Meio não é o mesmo que caminho medíocre.
Não é cinzento, sombrio ou morno. Ele cheira e fede. Vão nele as Marias-sem-as-outras.
Não é atalho para hipócritas, nem o refúgio de ambíguos. Estes, e os confusos, perdem-se nele logo à vista da primeira encruzilhada.
Passar entre dois extremos não é o mesmo que evitar os extremos. As águas de um rio não evitam as suas margens, ao contrário, apoiam-se nelas! Um trem não evita os trilhos que lhe dão o rumo.
Pelo Caminho do Meio sobe-se às mais altas montanhas e se desce aos vales mais profundos. Por ele se vai ao céu e ao inferno.
É a coluna central, flexível como a da serpente, que se comunica com todas os aspectos da tragédia humana.
É o fio da meada.
Nele, há calor e frio. Macho e fêmea. Há fraqueza e força. Espírito e matéria. Tudo e nada. Há vida e há morte.

Nele, somos tolos e sábios, inteiramente luz e inteiramente treva. Não há meio-a-meio, é isto tudo e mais tudo aquilo. É inteiro e completo como a natureza é.
O
 Caminho do Meio tem os extremos.
O caminho medíocre teme os extremos.
Não há como confundi-los: a virtude da temperança inclui temperos, temperaturas, não é insensível nem insípida, é plena de sabores, comporta mil saberes. Provar, conhecer o sabor, é saber. Saborear é o ofício do sábio.

Uma outra distinção merece ser feita:
Caminho do Meio não é o mesmo que meio do caminho.
Ele não nos leva a lugar algum. Na verdade, não é um caminho por onde se passe para chegar a um outro lugar mais distante, é um caminho onde se chega. Estar nele, caminhando, é já ter chegado.
Estamos sempre no meio do caminho quando estamos sempre evitando alguma situação e ansiando por alguma outra. Um lugar lá atrás, um outro mais lá na frente. Sempre alguma coisa no passado e sempre alguma outra no futuro. Assim, estamos sempre no meio...

Observem, agora, esta passagem sutil: ESTAMOS SEMPRE NO MEIO.
Perceber que sempre estamos no meio do caminho, que sempre estivemos e estaremos sempre, é entrar no Caminho do Meio. Um caminho que, se podemos dizer conduza a algum lugar, conduz a ele próprio. Algo assim como caminhar tranqüilo na intimidade da própria casa.
Um caminho o mais reto possível que nos leve o mais rapidamente possível a algum lugar distante e exótico, para fora ou para dentro de nós, e ainda para mais além dos nossos mesquinhos problemas e insatisfações, não é o Caminho do Meio, embora seja exatamente assim que uma quantidade enorme de budófilos (os apegados ao Buda) o compreenda.
Qualquer caminho leva a todos os outros caminhos, o que vale dizer que levam todos a si mesmos, a diferença está no jeito com que se caminha.
O viajante estará perdido se tentar encontrar algo diferente de si mesmo, já que na verdade, é só o que ele encontra constantemente.
Um budista senta-se à sombra de uma árvore e descansa. Descansa de si mesmo, em si mesmo. Ao reiniciar sua caminhada caminhará sentado, sabendo que por mais longe ele chegue, por mais que ande, estará sempre ali, chegado. Tornará sempre a si mesmo, àquele mesmo descanso, à sombra mesma daquela árvore.
Ora, um caminho que nos traz de volta sempre ao mesmo ponto, certamente não é um caminho reto, mas de natureza curva, circular.
Caminhar em círculos, eternamente, sem chegar a parte alguma, parece coisa de louco, ou pelo menos de alguém completamente perdido. E é mesmo. Mas é isso o que fazemos normalmente, sem o saber, agarrando-nos a objetivos provisórios aos quais conferimos valor perene: uma profissão, um cargo público, um casamento, um filho, uma conta no banco, uma religião, um amor, um ideal político... Nos enganamos assim, e sofremos muito quando o que parecia eterno se esvai impiedosamente diante dos nossos olhos incrédulos.
Quando sabemos disso, quando sentimos seu gosto, seu estranho sabor, então já não é mais possível crer em metas ilusórias tendo-as por verdadeiras. Imediatamente já não estamos mais na periferia de nós mesmos, mas chegados a uma espécie de Centro surgido inesperadamente do nada (ou do tudo) que nós somos.
Caminho do Meio é o caminho do Centro.
Nele encontram-se todos os extremos. Nele todos os extremos se apoiam. Dele jorram todas as diferenças. Aqui já não há (ou ainda não há) a terrível luta entre os opostos. 

Estes, no Centro, de alguma forma, se ajeitam por si mesmos.
Um bicho acuado entre dois monstrengos pode, no máximo, escapar com alguma habilidade, fazer algum tipo de malabarismo, algum equilibrismo, ser hábil, esperto -- o que é bom -- mas não propriamente um sábio, um Desperto (Buddha). Não escapará de si mesmo, e tornará a encontrar os monstrengos, até cansar ( e descansar) no Centro...

 
O Caminho do Meio é representado no budismo por uma roda de carroça com oito raios e um centro vazio. Os oito raios, que se “opõem” entre si, representam os oito caminhos principais (é infinito o número de oposições possíveis) que ligam a periferia da roda ao seu centro. Por isso o Caminho do Meio é também chamado de O Nobre Caminho Óctuplo (aryastangamarga).
Imaginemos que estamos todos amarrados a uma enorme roda de carroça em movimento; que tentamos faze-la parar quando chegamos no alto, aliviados da dor, e sentindo prazer mesmo que saibamos que outros de nós, lá embaixo, no extremo oposto, estraçalham-se em sofrimentos e desejam com ardor que a roda se mova.
Imaginemos que essa roda não pára nunca e, em breve, voltará a nossa vez de suportarmos o alívio dos outros, e o peso dessa lei inexorável.
Se não tentamos nos enganar, e aos outros, veremos cruamente que é mesmo aí onde estamos metidos e daí não se sai fácil, não se sai falso.
Ser verdadeiro é muito difícil pois embora sendo esta uma grande virtude, o que ela expõe aos olhos da consciência costuma ser muito assustador, mormente aquela dança macabra que é o drama oculto no majestoso girar da Roda da Existência, Roda da Vida, ou Roda do Vir-a-Ser (Bhavachakra).

Encontrar um jeito de ser o que se é mesmo. Eis nossa tarefa! Ser autêntico da melhor forma possível. Estar no centro das próprias contradições, revelá-las, deixar que elas tramem alguma arte.
O que há de comum em cada um dos oito caminhos é exatamente a autenticidade. Na verdade, os oito caminhos são um só: ser próprio, não imitar, ser igual a si mesmo, autêntico. Não se trata de obedecer a um código de regras prefixadas em busca do comportamento perfeito.

A palavra sânscrita samiak e a sua equivalente páli samma significa algo como “completo em si mesmo” e pode ser traduzida nas línguas ocidentais por right, richt, proper, perfect, certo, direto, direito, reto, correto, pleno, perfeito, próprio, completo, inteiro, integral, puro, verdadeiro, autêntico, etc. Com exceção dos adjetivos reto, certo, direto, direito (right, richt) – que sintomaticamente revelam a compulsiva impaciência ocidental para tratar das questões da alma – os demais têm uma conotação mais próxima do sentido original, mais rotunda, mais cheia, plena de suas partes.
Eu prefiro autêntico, porque esta palavra, embora seja também muito mal usada e compreendida, pois parece justificar quaisquer ações, palavras ou pensamentos, é a que reclama mais atenção para o que se faça, fale ou pense. Portanto, exige mais responsabilidade. O que fazemos espontaneamente pode ser bom ou muito ruim para nós mesmos e para os outros. Depende do que se tem na alma.
A atenção dilui os impulsos nefastos e... concentra-se (junta suas partes no centro).
Se somos autênticos, por qualquer dos caminhos chega-se ao centro, e de lá a todos os outros, rapidamente.

Abaixo seguem os oito caminhos, em sânscrito, com a tradução que me parece a mais adequada e algumas outras possibilidades; entre aspas o sentido aproximado de algumas palavras sânscritas; e em itálico a tradução para o inglês.

1º- Compreensão autêntica (samyag drishti) – concepção, visão, view.
2º- Decisão autêntica (samyak samkalpa) – determinação, resolução, resolve.
3º- Fala autêntica (samyag vak) – “palavra”, discurso, linguagem, speech.
4º- Conduta autêntica (samyak karmanta) – “ações”, action.
5º- Sustento autêntico (samyak ajiva) – “enquanto se vive”, meio/modo de vida, trabalho, livelihood.
6º- Empenho autêntico (samyag vyayama) – aplicação, esforço, effort.
7º- Atenção autêntica (samyak smirti) – mindfulness.
8º- Contemplação autêntica (samyak samadhi) – “absorção”, fixação, meditação, concentration.

Compreender, decidir, falar, agir, sustentar-se, empenhar-se, prestar atenção (ouvir), contemplar. Autenticamente. Isto é, sem fingir.
Até mesmo o fingir pode ser autêntico, e quando o é, podemos nos perceber artistas.
Tais caminhos por serem autênticos, verdadeiramente não se opõem. Mas não só esses oito, mostrados desde o início pela tradição budista. Se autêntico, podemos acrescentar: caminhar, tomar chá, lutar, comer, plantar, cozinhar, enfeitar, vestir-se, fazer amor, conversar, cantar, dançar, pintar, sofrer, morrer... e tudo o mais.
Nada podemos fazer para sermos autênticos. Imagine uma girafa esforçando-se para ser girafa. Não há normas para o Caminho do Meio, nem mesmo esta. Com as normas podemos apenas criar um personagem qualquer, que possa até ser muito útil e interessante a nós mesmos ou aos outros, mas não seremos necessariamente autênticos.

Podemos tentar apenas não ser falsos.
Mergulhar em nossa mediocridade, profundamente, e chafurdamos nela até o limite do nojo. Podemos também, depois disso, sentarmo-nos sobre a pedra que há no meio do caminho e ali, então, descansar, talvez verdadeiramente.
O Caminho do Meio é um tesouro invisível. Surge à imaginação enquanto ainda não o encontramos, ou quando já o perdemos.
O medíocre meio do caminho tem a peculiaridade de ser bem visível, principalmente nos outros e aos outros.
Não sabemos tanto o que é a verdade quanto sabemos ser a mentira. Nos enganamos mais facilmente quando lidamos com a verdade, mesmo quando tentamos ser honestos. Nossas certezas costumam mostrar-se precárias com o passar do tempo. No entanto, sabemos quando mentimos.
É, pois, mais fácil (?) falar da mediocridade que da sabedoria, já que é possível vê-la. Por aí devemos começar. O Caminho do Meio virá por si mesmo, e por si mesmo irá embora se não soubermos andar por ele.

Por ser assim tão invisível, é também chamado o Não-Caminho.
Estamos acostumados a parar de caminhar apenas quando já chegamos, mas aqui trata-se justamente do oposto: chegamos quando paramos de caminhar!
Quem busca estará sempre no meio do caminho.
Quem encontra estará sempre no Caminho do Meio.
O próprio Caminho do Meio, portanto, não pode ser buscado jamais, apenas encontrado. Tudo o que se encontra nos remete a ele, mesmo as coisas mais desprezíveis.

O caminho que nos leva não entre os opostos, mas através deles; o caminho que nos leva não para longe dos extremos, mas para dentro deles, este é o Caminho do Meio.

No centro da Roda do Vir-a-Ser, no olho mesmo da confusão, aqui, bem no meio do caminho, alucinados pelo desejo, possuídos pela paixão, agarrados às coisas do mundo, sofridos, radicais, imperfeitos, pecadores ... há uma flor.
Há uma flor agora.
Há um belo e puro lótus, desses que crescem nos pântanos mais imundos.
Sobre ele senta-se em paz o Desperto.

domingo, 28 de junho de 2015

SAÚDE E EQUILÍBRIO - TRATANDO A DEPRESSÃO - MUDE DE ATITUDE


TRATANDO A DEPRESSÃO




O SENTINDO DA VIDA, MUDE DE ATITUDE

Nos somos criadores da nossa própria realidade, o fluxo da nossa abundância ou falta dela começa dentro do nosso ser, é ai que se encontram as chaves do verdadeiro sentido que damos à nossa vida.” 


O sentido da vida…mude de atitude e conquiste a sua felicidade. Sinta-se uma pessoa útil para a sociedade e seja o exemplo que gostaria de ver


Falar sobre o tema, “sentido da vida” pode suscitar muitas dúvidas na maioria das pessoas visto que há uma grande dificuldade em entender aprofundadamente este assunto. 

O “sentido” que cada pessoa atribui à essência da vida e da nossa existência pode ser abordado das mais variadas formas e cada pessoa tem uma visão muito valida sobre a forma como dá sentido à sua vida. 

Quem somos nós para dizer qual o verdadeiro “sentido da vida” e porque razão esta visão seria mais válida que qualquer outra visão?? Afinal de contas estamos todos num processo evolutivo e a cada degrau desse processo temos acesso a uma diferente visão sobre o “o sentido da vida” que tinhamos anteriormente.

No entanto, todos sabemos que, quando nos sentimos desorientados e perdidos, nos falta uma razão, um sentido, uma direcção que nos faça sentir aquilo que todos desejamos sentir, amados, felizes, reconhecidos e bem sucedidos. E se queremos melhorar a nossa vida temos de nos questionar sobre o sentido que estamos à nossa vida.

Questione-se sobre a utilidade que tem a forma que vive a sua vida e o que acrescenta de novo e diferente ao mundo


Se nos questionarmos, vamos concluir que as pessoas que fazem o que gostam, que sabem para onde querem ir, sabem o que querem fazer, escolhem estar apenas com quem as valoriza são pessoas que sentem que tem utilidade na sociedade e são pessoas mais tranquilas e realizadas. No entanto muitos de nos achamos que temos de sofrer em empregos que não gostamos, estar com pessoas que nos tratam mal e viver situações que nos esgotam. 

No entanto, se verificarmos, fomos nós que nos direccionamos nesse sentido, e se quisermos mudar a vida e ter uma vida que nos faça sentido, é necessário analisar o tipo de pessoa que somos, quais as áreas que nos especializamos, como pensamos, como tratamos os outros e a nós mesmos e chegar a uma conclusão. 

Se queremos mudar de vida e dar um novo sentido à vida, é necessário, em primeiro lugar fazer um balanço profundo, sobre quem somos, o que fazemos, o que queremos e depois começar a fazer mudanças pequenas, tomar decisões que nos ajudem a mudar de vida, de emprego, de ciclo de amigos, e escolher aos poucos criar uma nova vida que traga outra paz e nos faça sentir pessoas úteis, amadas e realizadas.

As pessoas que dão maus exemplos sente-se um peso na sociedade e tornam-se as pessoas mais criticas e negativas


Na generalidade, o ser humano vive um quotidiano tão cheio de padrões negativos repetitivos e monótonos, e na maioria dos casos nem param para se questionar sobre o que andam a fazer, como o fazem e qual o sentido real do que fazem, dizem e pensam. apenas reagem impulsivamente a estímulos exteriores, na maioria das vezes com extrema negatividade e agressividade, acusando o mundo de todos os males da sociedade e quase nunca estas pessoas dão um bom exemplo e nem por isso são úteis ou dão qualquer contributo para um mundo melhor. 

O sentido crítico sobre tudo o que é exterior a si mesmos sempre esteve apurado, observar o que está errado no exterior é uma prática muito comum no ser humano, mas que não tem qualquer utilidade para a sua própria felicidade. 

O tempo que se “perde” a analisar o exterior, é tempo que poderiamos estar a direccionar para repensar qual o sentido que estamos a dar à nossa vida, se o rumo que estamos a seguir corresponde a uma satisfação interior e nos transmite entusiasmo e tranquilidade por estarmos a sentir-nos seres úteis.

Porque razão o Ser humano resiste a tudo o que  lhe poderia fazer bem, e tão rapidamente se entrega a comportamentos nocivos e completamente destrutivos. O ser humano insiste em viver relacionamentos que o diminuem, e consome tudo o que é substâncias que os matam, prejudicam-se a si mesmos e inferioriza-se perante os outros. Educa os outros a tratarem-no como se não tivesse valor, proferindo palavras de inferiorização sobre si mesmo.

O sentido que a nossa vida tem, é o sentido que lhe atribuimos pelo tipo de atitudes, pensamentos e vivencias decidimos ter


Assim, é muito normal que ao criarmos uma aura à nossa volta de escuridão, é normal que as pessoas positivas, empenhadas, boas pessoas, alegres, com boas acções, um verdadeiro exemplo para a sociedade se mostrem fechadas a dar acesso a todo o tipo de pessoas negativas, visto que a negatividade é como uma toxicidade que contamina tudo o que rodeia e não se deixa contagiar pela pureza. 

Assim, que se envolve de maledicência, maus pensamentos, más atitudes irá magneticamente atrair empregos com chefias que se identifiquem com esses mesmos padrões, atrai também “amigos” e outros tipos de relacionamentos dentro dos mesmos padrões que irão trazer à pessoa um espelho de quem ela é realmente. 

No entanto como apenas observamos o exterior, dificilmente nos apercebemos de que é a nossa vida que carece de sentido, achando que é o mundo inteiro o culpado da nossa vida carecer de falta de sentido, de beleza, harmonia, realização, prosperidade, amor e tudo mais que nos faz pensar que a vida teria realmente um sentido superior.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

SAÚDE E EQUILÍBRIO - FIBROMIALGIA – MUITO ALÉM DA DOR

FIBROMIALGIA – MUITO ALÉM DA DOR

Síndrome que esta associada a: depressão, tristeza, stress, cansaço físico extremo, ansiedade, alteração hormonal, fadiga adrenal, insônia crônica, sedentarismo, obesidade, neurodegeneração, falta de atividade física, excesso de carboidratos...
A fibromialgia, que é uma patologia da reumatologia, não é uma doença, no sentido literal da palavra (apesar de ser tratada como) e pelos sintomas envolvidos enquadra-se no que chamamos de síndrome e dentre seus fatores desencadeantes associados estão relacionados: depressão, tristeza, stress, cansaço físico extremo, ansiedade, alteração hormonal, fadiga adrenal, insônia crônica, sedentarismo, obesidade, neurodegeneração, falta de atividade física, baixos níveis do hormônio serotonina e do aminoácido triptofano. 
Síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que definem uma enfermidade. Doença é alteração da saúde causada por agentes internos, normalmente derivados por efeitos crônicos (câncer, doença autoimune, processo inflamatórios específicos) ou externos, que na maioria das vezes, é de efeito agudo (infecções por vírus, bactérias, fungos, parasitas), sujeita à mudança de status e, na maioria das vezes, à cura ou controle. O que hoje se define comofibromialgia é uma síndrome, que tem suas causas pouco conhecidas e não tem cura comprovada.
Durante muitos anos, pessoas que sentiam dor pelo corpo, além de cansaço, tristeza, dormência nas mãos, tonteira, alteração de memória, alteração do sono e alterações intestinais, eram considerados com problemas puramente psicológicos. Em alguns casos era utilizada a nomenclatura “fibrose”associada a estas patologias.
Hoje já se sabe que a fibromialgia tem como base uma alteração genética associada a três fatores:
ALTERAÇÕES NEUROENDOCRINOLÓGICAS: substâncias modulam o humor, o ânimo e a gordura de todo o nosso organismo;
ALTERAÇÕES DE NEUROTRANSMISSORES: substâncias que modificam as emoções no cérebro;
DISFUNÇÃO NEUROSENSORIAL: alteração no sistema neurológico que pode modificar o modo como sentimos a dor.
É comum a ambos os sexos, mas há uma prevalência desta síndrome no sexo feminino de 2:1 para o sexo masculino. Ou seja, mulheres tem o dobro de chances de desenvolver a fibromialgia.

Sintomas, fatores, fatos e algumas mudanças necessárias: 

- O diagnóstico da fibromialgia vem de uma anamnese feita por um questionário específico aonde estas respostas são confrontadas com o diagnóstico laboratorial final, aonde neste exame laboratorial (coleta sanguínea, salivar, etc) não foi encontrada nenhuma justificativa coerente e determinante para o quadro de dor generalizada do paciente.
NUNCA descarte o tratamento tradicional. Ele é importante e único para o alivio das dores.
- Dores pelo corpo em lugares específicos e pré-determinados chamados de “tender points” = pontos sensíveis ou “triger points” = pontos de disparo da dor, que são o primeiro determinante para o diagnóstico da fibromialgia. Em média são 19 pontos espalhados por todo corpo. (foto abaixo)
Fibromialgia 1
- Em grande parte dos diagnósticos é uma patologia de ordem neurológica, tendo este paciente uma falta ou diminuição acentuada da modulação da dor e do controle do sistema nociceptivo, através da diminuição da secreção de dopamina, serotonina e norepinefrina no cérebro (doctor google te responde o que é isso).
- A menopausa, neste caso, denominada de evento precipitante, esta associada a uma piora no quadro clínico geral da fibromialgia, aumentando a intensidade das dores e também aumentando o número de pontos sensíveis.
- Alterações na audição, na visão (fotofobia), alterações hepáticas e intestinais severas.
Disfunções, distúrbios e doenças mitocondriais (olha as mitocôndrias de novo ai) podem desencadear ou agravar o quadro clínico. Coenzimas podem ser utilizadas para amenizar o quadro clínico.
- Todo e qualquer fator bioquímico interno (endógeno) ou fator externo do dia a dia (exógeno) que baixe os níveis séricos e normais de serotonina pode agravar ou ser um dos gatilhos determinantes para o desenvolvimento do quadro clínico de fibromialgia.
Fatores psicológicos podem ser determinantes na intensidade das dores musculares. A associação entre depressão e fibromialgia esta presente em mais de 50% dos casos detectados. A grande maioria os pacientes tem sentimentos e emoções negativistas e pessimistas sobre tudo que os cercam. Alterações nos padrões cognitivos de percepções. Traumas emocionais.
- Quase 100% de chances que no exame laboratorial de sangue a “Proteína C Reativa” estará bem aumentada (mesmo que isto não seja usado como fator pra determinar o diagnóstico final)
Bipolaridade e mudanças repentinas no humor. Vai da alegria extrema à ira e a raiva ou melancolia em frações de segundos ou minutos.
Fadiga crônica diária mesmo sem motivos aparentes ou sem a prática excessiva de atividade física.
- E existe sim um fator e uma predisponibilidade genética para o desenvolvimento da fibromialgia.
- Adotar hábitos de higiene mental e emocional. Se possível se afastar ou erradicar de sua vida pessoas “nocivas” e “vampiros” emocionais.
- Diminuir estresse oxidativo e melhorar o funcionamento das suas mitocôndrias.
- Uso do GH (hormônio do crescimento) pode ser interessante
- Aumentar ingestão de Ômega 3 e diminuir ingestão de ômega 6 (óleos vegetais processados).
- Precisa ter níveis ótimos de Vitamina D “ativada”. Para estar ativada precisa de bronzeamento solar natural (sem uso de filtro solar). E se necessário iniciar suplementação de Vitamina D3 ou D2 (sempre utilizando os raios UVB ou ultra violeta B para a ativação)
- Fazer uso de suplementação de Zinco e Magnésio.
- Aumentar ingestão de proteínas de alto valor biológico e aminoácidos essenciais. Também suplementar creatina e carnitina.
Dietas Cetogênicas, Vegetarianas ou Veganas são uma excelente alternativa para começar uma reeducação alimentar e para amenizar as dores e sintomas. Normalmente indivíduos com fibromialgia tem doença intestinal inflamatória, alergia ao gluten, lactose e afins.
Diminuir substancialmente a ingestão de carboidratos simples (açúcares).
- O Glutamato, que é sintetizado a partir de glutamina, e também pode ser sintetizado a partir do α-cetoglutarato (um intermediário do ciclo de Krebs) e o Aspartato (que é um aminoácido não essencial, codificado pelo dna humano), são considerados aminoácidos excitatórios e podem aumentar a sensação de dor diminuindo o efeito do GABA (neuro-relaxante). Você sabia que quase 90% dos produtos industrializados contem glutamato na sua composição? Pois é…
A abordagem do tratamento da fibromialgia atua em quatro importantes pilares:
>Exercícios para fortalecimento muscular ou treinamento de força ou musculação, assim como para condicionamento cardiorrespiratório ou treinamento de aerobiose = corrida, ciclismo, indoor ou outdoor e esportes de endurance em geral, desde que feitos em intensidade moderada (trabalhar sempre entre 30% e 40% da carga máxima de 1RM). Em casos menos intensos da síndrome a hidroginástica pode ajudar a amenizar as dores. Em casos mais intensos, além de todos os processos para amenizar as dores, sexo pode ser uma ótima opção.
>Técnicas de alongamento e relaxamento para prevenir espasmos musculares.
>Reeducação alimentar, restrição de carboidratos e mudança de hábitos nutricionais e diários para melhorar a qualidade de vida e reduzir o estresse.
>Medicações para o controle da dor e dos distúrbios do sono.
Obs.: Medicamentos, quando necessários, devem ser prescritos pelo médico. Isso porque para cada quadro clínico a fibromialgia pode se manifestar de forma diferente, necessitando de diferentes abordagens farmacológicas.
Por Eduardo Schwab 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

PENSAMENTOS, POESIAS E REFLEXÕES - Permanecer perto das flores!

Permanecer     perto das flores!


Cada um recebe de acordo com o que dá. 
Se você der ódios e indiferenças, há de recebê-los de volta. 
Mas se der atenção e carinho, há de ver-se cercado de afeto e Amor. 
Ninguém se aproxima do espinheiro, por causa dos espinhos, nem do lodo, porque suja. 
Mas todos apreciam permanecer perto das flores, que espalham beleza e perfume.


Messagem com Amor

terça-feira, 23 de junho de 2015

EQUILÍBRIO E HARMONIA - 10 rituais para proteger sua casa

10 rituais para proteger sua casa

Das crenças populares nasceram os rituais de defesa energética. Inspire-se nas receitas desta reportagem e mantenha sua casa livre das negatividades sutis

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No ritual de proteção da casa, escolha os elementos que lhe trazem paz e imprima fé neles.

Dizem que colocar espada-de-são-jorge na porta de casa afasta o mau-olhado. Há quem acredite que um punhado de sal grosso em cada cômodo impeça as energias negativas de adentrar na morada. Para outros, rezar um pai-nosso com muita fé desintegra todo o mal que vem da rua. 
A verdade é uma só: as crenças dos muitos povos que se estabeleceram no Brasil, mas principalmente as dos índios e africanos, acabaram por gerar em nós uma brasilidade meio, digamos, curandeira. A tal ponto que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ligado ao Ministério da Cultura, reconheceu as benzedeiras de duas cidades de Santa Catarina como patrimônio imaterial da cultura. 
Acreditamos que os sistemas de segurança, como grades e câmeras, podem assegurar nossa casa, mas não perdemos de vista os poderes de defesa energética de ervas, pedras, cristais, defumações e de uma reza bem feita. 
“O brasileiro é muito religioso. Faz parte de nossa cultura criar rituais simbólicos com esses elementos para entrarmos em contato com o espiritual”, explica o xamã Alexandre Meireles, de São Paulo. 
Como o lar é nosso abrigo, o lugar de comunhão familiar, descanso e meditação, tão importante quanto sua saúde física é a que rege o universo das energias. “As brigas, as preocupações, os pensamentos negativos e as coisas ruins que trazemos da rua podem desestabilizá-lo”, explica Silvana Occhialini, presidente do Instituto Brasileiro de Feng Shui. 
Para fazer uma boa limpeza e garantir proteção espiritual, convidamos cinco profissionais, de crenças diversas, a revelarem suas pérolas curadoras da casa, exibidas nas próximas páginas. “Não é preciso que alguém as faça por você. Acesse sua centelha divina, encontre a força que vem do coração e coloque nesses rituais a intenção que deseja”, recomenda a erveira paraense dona Coló. Se sentir vontade de modificar os rituais propostos, siga sua intuição. O que vale é sua fé.

Ritual 1
Materiais
- Quatro cristais de quartzo branco ou quatro pedras de turmalina negra
- Quatro pequenos ímãs
Como fazer
Coloque em cada uma das extremidades da casa – junto à parede da entrada e à parede oposta mais distante – dois ímãs com dois quartzos brancos, ou duas turmalinas negras. Na parede da porta principal, faça cruzes no ar ou qualquer outro desenho (como um coração) que simbolize proteção para você. Visualize uma redoma de energia dourada se formando dos cristais ou das pedras até abranger a casa toda. Diga mentalmente ou em voz alta: “Minha casa está segura e protegida de toda e qualquer energia contrária ao bem. Que sejam cortados qualquer perigo e quaisquer intenções de inimigos físicos e espirituais”. Uma vez por mês, lave os cristais ou as pedras e reative o campo de proteção dourada.

Ritual 2
Materiais
• quatro cristais de quartzo branco, ou quatro pedras de turmalina negra
• quatro pequenos ímãs
Como fazer
Na tigela com água, derrame algumas gotas do perfume de sua preferência e, depois, deposite o cristal. Com as mãos sobre o recipiente, coloque sua energia, invocando proteção para a casa. Em seguida, pegue o maço de arruda, molhe-o no líquido e vá abençoando todo o lar, dizendo: “Há uma só presença aqui e é a presença do amor. Pelo amor eu vivo e me movo. Tudo e todos que não estiverem pelo amor não ultrapassarão esta porta”. Quando terminar, jogue fora a arruda e o restante da água na frente de sua casa ou, se morar em apartamento, no ralo. Ponha o cristal na terra ou em um vaso próximo da porta de entrada.

Ritual 3
Materiais
• um copo de vidro novo, cheio de água
• um pedaço de carvão virgem
Como fazer
Insira o carvão dentro do copo com água e coloque-o atrás da porta de entrada. Faça uma mentalização para que todas as energias negativas sejam sugadas pelo carvão. Troque esta proteção a cada três meses ou, antes, se o carvão submergir. A água deve ser jogada no mar, num rio ou ralo, e o carvão, no lixo. O mesmo copo pode ser usado para um novo ritual.
Gilmar Abreu, sacertode e orientador do Templo de Orixá Ogunde, vinculado ao Oduduwa Templo dos Orixás.

Ritual 4
Materiais
• fósforos
• carvão vegetal
• um pires
• folhas secas de arruda e alfazema
Como fazer
Esta prática deve ser feita pelo menos uma vez por mês, sempre ao entardecer. Inicie fechando todas as portas e janelas. Depois, vá para o cômodo mais distante da porta de entrada. Posicione-se no centro do ambiente e acenda o carvão vegetal no pires. Sobre ele, adicione as folhas secas de arruda e alfazema para defumar o local. Quando estiver bem esfumaçado, passe para os cômodos seguintes, mantendo-se sempre na área central. No total, a defumação deve durar cerca de 30 minutos. Quando terminar, jogue todo o carvão queimado, as ervas e o pires no lixo e coloque-o imediatamente para fora de casa.

Ritual 5 (continuação do 4)
• spray de óleo essencial de arruda e capim-santo (lemongrass)
Como fazer
Borrife o óleo essencial de arruda e capim-santo (lemongrass) nos cantos de todos os cômodos. Enquanto isso, faça a seguinte reza: “Senhor que estais no céu. Todo-poderoso que ama o Sol, a Lua e as águas da natureza, fazei com que hoje à tarde, quando o Sol se ausentar no Ocidente, que ele leve de minha casa todas as más innuências, trazendo para o dia de amanhã, ao raiar do Sol, todas as virtudes e felicidades para minha família e para meu lar. Peço também toda a Sua proteção espiritual. Que assim seja. Amém”.
Levi Mendes Jr. Vivian Frida Lustig, terapeuta alquimista, coach e astróloga.

Ritual 6
• velas coloridas ou brancas, de qualquer formato
Como fazer
Escolha um ambiente da casa. De pé ou sentado, renita sobre a proteção que deseja para seu lar, invocando paz, amor e fé e pedindo que a energia divina esteja sempre ali, com você e sua família. Mantenha-se concentrado e acenda velas a seu redor, espaçadas entre uma e outra. Irá se formar uma mandala, com você no centro. Você pode optar por mcar ali até as velas queimarem totalmente ou apagá-las no mm da meditação. Pode ainda acendê-las novamente num outro momento ou não, retirando-as do lugar onde a mandala foi feita.

Ritual 7
• sino (de preferência, o tibetano)
Como fazer
Comece pela porta de entrada e, em sentido horário, percorra todos os ambientes, batendo o sino e pedindo ao universo luz, bênçãos, proteção, alegria e tudo mais que você deseja para si próprio e para seu lar.
Silvana Occhialini, fundadora do Instituto Brasileiro de Feng Shui

Ritual 8
• sete cabeças de alho roxo
• figa de arruda
• figa de guiné
• estrela de davi
• um pedaço de cipó-azougue
• saquinho de tecido branco ou verde
Como fazer
Insira todos os elementos no saquinho e costure-o. Feche os olhos, silencie a mente e entre em contato com seu eu divino. Coloque as mãos sobre seu amuleto, invocando a Deus suas bênçãos de proteção para o lar e para toda a família. Depois, pendure-o na porta de entrada ou no lugar mais próximo a ela, mas tem de ser dentro de casa.

Rituais 9
• cumbuca funda, ou tigela de barro
• uma folha de comigo-ninguém-pode
• uma folha de pinhão roxo
• punhado de sal grosso
• uma cabeça de alho roxo
• pimentas-malaguetas
Como fazer
No fundo do recipiente, disponha as folhas de comigo-ninguém-pode e de pinhão roxo em forma de cruz. Sobre elas, acrescente o sal grosso até o topo da tigela ou da cumbuca. Bem no meio, enterre a cabeça de alho roxo e, em volta, finque as pimentas-malaguetas. Faça seu pedido com fé e coloque a proteção no lugar dentro de casa que desejar.

Rituais 10
• balde, ou bacia, com água
• sal
Folhas* de:
• maria-sem-vergonha
• caruru, ou bredo
(sem espinho)
• alfavaca, ou manjericão
• guiné
• costela de adão
• serralha
• pau-d’água
Como fazer
Lave todas as folhas e as coloque numa bacia, ou num balde, com um litro de água. Acrescente uma colher de chá de sal. Macere as plantas, esfregando-as com as mãos. Depois, retire-as dali, deixando no recipiente somente o líquido. As folhas devem ser jogadas na natureza, como num jardim, na grama ou no mato. Mergulhe um pano nessa água e limpe com ele móveis, janelas, portas e piso. Concentre-se nessa tarefa acreditando, de coração, que todas as energias negativas estão sendo retiradas de seu lar e que boas energias estão adentrando para proteger sua casa.

Texto: Keila Bis | Fotos: Veer/Stock Photos/ Latinstock