Dados do IBGE sobre problema que afeta cerca de cinco milhões de brasileiros
Muitas
vezes interpretada como doença, a dor no nervo ciático – aquela que se
inicia na região lombar, passa pelas nádegas e vai até a parte mais
baixa de uma ou das duas pernas – é na verdade um sintoma de outro
problema.
Na
grande maioria das vezes, cerca de 90% das queixas, o motivo é uma
hérnia de disco que, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), afeta cerca de cinco milhões de brasileiros.
Os outros 10% podem ter causas como atividades físicas pesadas, posturas
erradas, tumores e fraturas na coluna.
De acordo com o médico Alexandre Elias, neurocirurgião especialista em coluna, chefe do setor de cirurgia da coluna vertebral na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a hérnia de disco é uma doença que ocorre pelo desgaste ou trauma dos discos vertebrais lombares ou cervicais, que acabam pressionando as raízes nervosas mais próximas, provocando a dor. Com o passar do tempo, o problema chega a interferir na qualidade de vida, até mesmo limitando atividades rotineiras.
“Além da dor no nervo ciático, acompanhada de dormência e fraqueza que correm para as pernas e dedos, o paciente pode apresentar ainda sintomas como formigamento e dor na região do quadril”, alerta Elias.
De acordo com o médico Alexandre Elias, neurocirurgião especialista em coluna, chefe do setor de cirurgia da coluna vertebral na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a hérnia de disco é uma doença que ocorre pelo desgaste ou trauma dos discos vertebrais lombares ou cervicais, que acabam pressionando as raízes nervosas mais próximas, provocando a dor. Com o passar do tempo, o problema chega a interferir na qualidade de vida, até mesmo limitando atividades rotineiras.
“Além da dor no nervo ciático, acompanhada de dormência e fraqueza que correm para as pernas e dedos, o paciente pode apresentar ainda sintomas como formigamento e dor na região do quadril”, alerta Elias.
“Mais
comum em pessoas entre 30 e 50 anos, o problema acontece quando o disco
intervertebral é enfraquecido ou sobrecarregado, sofrendo pequenas
fissuras e rompendo as fibras que o constituem. Isto faz com que o
núcleo pulposo (um material semelhante a uma gelatina de cor
esbranquiçada que fica dentro de cada disco e que serve como amortecedor
da coluna) ultrapasse seus limites, isto é, vá para fora do disco,
pressionando o nervo que passa bem ali ao lado, no caso o ciático”,
reforça o profissional.
Outros fatores
Outros fatores
Fatores
como envelhecimento natural, exercícios físicos intensos praticados por
atletas “de fim de semana”; o vício de manter a coluna com postura
errada, ou o hábito de carregar pesadas mochilas nas costas (que começa
ainda na infância) prejudicam a coluna ao longo do tempo e também levam à
dor no nervo ciático.
Muitos
homens têm o costume de levar a carteira no bolso de trás da calça,
sempre do mesmo lado, e não a tiram de lá quando sentam no carro, nem
quando chegam ao trabalho. Acabam passando várias horas do dia com um
desequilíbrio na postura em função da carteira no bolso. Anos depois,
começam a aparecer as dores e a pessoa nem imagina o motivo
Rogério Sawaia, ortopedista
O
ortopedista Rogério Sawaia, do Hospital Samaritano de São Paulo, lembra
que existem vícios de postura que não são percebidos no dia a dia:
“Muitos homens têm o costume de levar a carteira no bolso de trás da
calça, sempre do mesmo lado, e não a tiram de lá quando sentam no carro,
nem quando chegam ao trabalho. Acabam passando várias horas do dia com
um desequilíbrio na postura em função da carteira no bolso. Anos depois,
começam a aparecer as dores e a pessoa nem imagina o motivo”.
Para avaliar se a dor no nervo ciático é decorrente de hérnia de disco ou de alguma outra causa, deve-se procurar um especialista, que poderá dar o diagnóstico correto. “O exame é clínico e só pode ser feito pelo médico, que analisará o quadro e, dependendo do caso, solicitará exames”, explica Elias.
Para avaliar se a dor no nervo ciático é decorrente de hérnia de disco ou de alguma outra causa, deve-se procurar um especialista, que poderá dar o diagnóstico correto. “O exame é clínico e só pode ser feito pelo médico, que analisará o quadro e, dependendo do caso, solicitará exames”, explica Elias.
Tratamentos
Em relação ao tratamento, o médico Alexandre Elias conta que, em 90% dos casos, a dor é bem controlada com medicamentos (anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares). E que podem ser acompanhados de fisioterapia analgésica, RPG ou acupuntura, sempre sob orientação médica.
Em relação ao tratamento, o médico Alexandre Elias conta que, em 90% dos casos, a dor é bem controlada com medicamentos (anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares). E que podem ser acompanhados de fisioterapia analgésica, RPG ou acupuntura, sempre sob orientação médica.
“A
acupuntura, por exemplo, é amplamente empregada para aliviar a dor. E a
melhora já ocorre após algumas sessões. Mas, ao contrário do que se
pensa, apenas os pacientes graves, que não apresentam melhora da dor com
os tratamentos conservadores, possuem indicação para cirurgia”,
complementa.
Nestes
casos, a técnica cirúrgica empregada é videolaparoscópica, em que são
feitos pequenos cortes na pele e no músculo para remover esse material
gelatinoso que causa a pressão contra o nervo, com o auxílio de um
microscópio. Em 95% dos casos, a melhora do paciente é significante ou
definitiva.
“Apenas
a remoção da hérnia é suficiente na extrema maioria dos casos. Alguns
pacientes, no entanto, podem necessitar de cirurgias maiores e
invasivas, como o implante de parafusos que, no entanto, é importante
observar, deve ser considerada uma rara e última opção”, pondera Elias.
Roger
Brock, neurologista do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo,
complementa: “A técnica para remoção de hérnia é realizada apenas em 5 a
10% dos pacientes. A dor de hérnia de disco só leva à cirurgia quando o
paciente tem a chamada dor refratária, que persiste após cerca de
quatro meses de tratamento e repouso”.