O DESPERTAR DO AMOR VERDADEIRO
Aprender a amar é a nossa maior missão na vida. Cada um de nós, desde a infância, busca o amor nas pessoas e nos relacionamentos criados ao longo do tempo. Cultivamos, muitas vezes por toda a vida, a ilusão de que a fonte do amor se encontra fora de nós. Entregamos ao outro a chave do nosso coração e, dessa forma, estabelecemos uma dependência afetiva e emocional que nada tem a ver com o amor.
Esta visão infantil é muito difícil de ser abandonada, por estar enraizada no pensamento e alimentada pelas nossas atitudes. É mais fácil acreditar que cabe ao outro corresponder as nossas expectativas a preencher o vazio que sentimos. A partir desta falsa premissa, nos envolvemos em relacionamentos que, mais cedo ou mais tarde, serão rompidos pela nossa incapacidade de percebermos que o amor é uma semente plantada dentro de nós.
Na verdade, ela nasceu conosco e precisa ser regada, adubada e constantemente cuidada para se manter forte e robusta perante os percalços da vida. Quando tomamos consciência de que o amor começa dentro de nós, entendemos que é preciso, primeiramente, nos amar para saber amarmos. Nesse momento, o verdadeiro amor desperta, se expande, e envolve todas as pessoas e coisas ao nosso redor.
É uma mudança radical no padrão mental anteriormente estabelecido. Trata-se de encarar o amor como ele é: um fruto que só pode ser compartilhado se for anteriormente saboreado. Só aprendemos a dar e receber amor quando nos amamos. O que é amar a si mesmo? É nos aceitarmos! Apesar e por causa de todas as fraquezas e imperfeições. Em síntese: é a coragem de enxergarmos as sombras que nos acompanham, observá-las com muita acuidade, e perceber que fazem parte do nosso processo de evolução.
As sombras, quando encaradas e enfrentadas do modo certo, são nossas aliadas para conhecermos a outra face do amor: saber amar o outro. Quando nos aceitamos e estamos dispostos a ter paciência, tolerância e respeito por nós, ficamos preparados para agir assim com o próximo. A sensação que se tem é que as pessoas mudaram e estão mais amorosas. Isto é uma meia verdade. A nova percepção do amor – amar-se primeiro para saber amar – é a responsável pela cura e restauração da nossa alma e dos nossos relacionamentos.
Este processo, como qualquer outro, é longo, contínuo e têm os seus altos e baixos. Aprender a amar é uma luta que travamos conosco. Entretanto, a partir do instante que nos dispomos a amar verdadeiramente, somos os maiores beneficiados. Amamos a nós e aos outros sem esperar nada em troca. Este é o verdadeiro segredo: oferecer a nós e aos demais este amor que nada pede e tudo tenta oferecer.
Quando descobrimos este segredo, algo incrível acontece: tudo se torna mais leve, prazeroso e interessante. Ao nos desapegarmos das expectativas, cobranças e resultados – que nos mantinham presos à relacionamentos marcados pelo desamor – a nova realidade se torna o maior presente que poderíamos receber.
O amor é muito maior do que as palavras e até mesmo as emoções podem expressar. Estas reflexões correspondem aos alicerces (funcionam como os princípios basilares) de todo e qualquer relacionamento sem, contudo, chegar perto de exaurir este maravilhoso tema.
Aprender a amar é mais do que uma evolução espiritual: trata-se de aplicar na vida a inteligência emocional de que dispomos. A cada dia temos o direito de escolher como iremos nos portar. Há forma mais amorosa e inteligente do que nos amando e sabendo amar?
Bibiana Danna.
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