Em nome do Amor
Não existe nada fora de ti, que não exista dentro de ti.
Não existe nada que busques fora de ti, que não possas encontrar em ti próprio.
Se buscas o amor, compreende que é em ti que ele se manifesta. Entende que a tua vontade de ser amado é a ânsia do amor que falta em ti próprio, por ti próprio e que procuras suprir através do amor que esperas receber dos outros. Percebe que tu és o grande fazedor, operador, dador e receptor de amor na tua vida. Não entregues a realização do amor, na tua vida, nas mãos dos outros. Não peças, não esperes. Dá e oferece, tal como gostarias que te fosse dado e oferecido. Não exijas de ninguém aquilo que ainda não obtiveste de ti: amor incondicional.
Não confundas amor-próprio com vaidade, com arrogância. Por detrás da vaidade há sempre vergonha, insegurança. A vaidade é outro nome para afirmação sublinhada, enfatizada. Só precisa impor-se quem se move na dúvida, quem duvida de si próprio. O amor não esconde nada nem revela nada. O amor é uma energia e por isso serve apenas para pôr em marcha, para criar movimento, acção. És tu, e não o outro, a única central energética que produz o amor que alimenta a tua vida, te alimenta a ti e aos que te rodeiam. Ser amado é uma resposta e um resultado da relação causa efeito – o que vai volta. Ama e, sem dúvida alguma, serás amado. A vida opera, sem esforço, o justo e eterno retorno de tudo aquilo que é gerado e posto em marcha.
Amar não é ser bonzinho. Amar é agir com amor, movido por amor, por benquerença, a ti e ao outro. É também dizer “não”, deixar ir, partir e, muitas vezes, renunciar. Amar é antes de mais libertar, a ti e aos outros das condições que colocamos, tantas vezes, no exercício de amar – amar só quem nos corresponde, dar tendo em vista aquilo que queremos obter, possuir para sentir segurança, sacrificar e sacrificar-se como provas de amor.
Amar é iluminar e aquecer como a luz do Sol. É dar, indiferenciadamente, sem expectativas nem julgamentos. Amar é brilhar, gerar luz, calor, força. Amar é auto-gerar essa energia e perceber que o amor é uma responsabilidade exclusivamente nossa – que somos responsáveis por gerar essa energia nós próprios, em nós próprios, por nós, para nós e para os outros.
Por isso aceita-te, mima-te, cuida de ti. Perdoa a tuas falhas, os teus erros e todos os teus fracassos. Aprende com eles. Não há prémios nem castigos, apenas experiências. Compromete-te contigo próprio a amares-te incondicionalmente, antes de te comprometeres com o outro ou a exigires dele esse compromisso.
Amar é perdoar. Amar é aceitar. Aceita-te tal como és e ao outro tal como ele é. E, antes de julgares que a tua vida poderia ser bem melhor se o outro mudasse, pensa no quanto poderias fazer por ti e pela tua vida se tu próprio mudasses. Supera-te antes de pedires a alguém que se supere por ti, para teu benefício. Tu és a única pessoa sobre a qual podes agir e sobre a qual deténs o poder da transformação.
Por amor, olha para dentro. Por Amor...
Nenhum comentário:
Postar um comentário