Esquizofrenia, mediunidade ou o quê?
Esquizofrenia, mediunidade ou o quê?
Não existe resposta absoluta que explique a instalação da esquizofrenia. Diversos tipos de pesquisas entendem ser de ordem genética, outras tantas a observam como derivada de estresse emocional insuportável. Perturbações que podem acontecer em um momento único ou mesmo após séries de eventos de dificuldade máxima.
Assuntos relacionados à transgeracionalidade, segredos de família não revelados também constam como possíveis detonadores. A ideia é de que não existem segredos e que o nosso subconsciente percebe, computa e guarda muito mais informação do que nosso consciente. E o que por vezes suporta pode rachar ou mesmo quebrar.
Antes da instalação da conhecida esquizofrenia, ocorre a insuportável experiência da dissolução do eu, lugar onde gradativamente vai se perdendo os códigos que definem a realidade comum a todos. Seria como se as memórias pouco a pouco se dissolvessem ou perdessem o sentido, roubando o processo de passado, de continuidade e, por consequência, de proposta e de objetivos para o futuro. Este montante muitas vezes passa despercebido, o resultado, porém, sempre ocorre de modo desastroso.
O mais instigante confere ao porquê algum membro de uma família entra neste espectro de manifestação, enquanto nada acontece com os outros que passaram juntos pelas mesmas situações de vida. Certamente, nestes casos as variáveis são infinitas. O importante a saber sempre envolve onde reside o limite humano de cada um e que tipo de limite seria esse que quando quebra, avança em territórios inimagináveis de percepção, delírios, pensamentos intrusos. Tudo em aparente e absoluta desordem.
Se ampliarmos, porém, a nossa visão para além do usual, todos podemos reconhecer que temos algumas sensibilidades que navegam muito além da palavra falada. Estes dias, por exemplo, um paciente meu esteve numa situação social junto com pessoas que conhecera há pouco tempo e repentinamente sentiu que algo não ia bem, mesmo assim, em meio a essa sensação-intuição, ainda permaneceu no local, não levando a sério o seu incômodo. Mais um pouco, conta ter ouvido como que um sussurro em seu ouvido parecido com voz de seu avô recentemente falecido, avisando-o para ir embora do local onde fluía a conversa. Em mais 5 minutos, um bando de ladrões entram no local fazendo um assalto relâmpago.
A verdade é que quando estamos próximos de alguém, ou mesmo em algum ambiente, nossos campos de energia se misturam e se comunicam o tempo todo enviando mensagens 'a nossa máquina cerebral. Às vezes, esses sinais são captados pela intuição ou por uma avaliação mais racional da pessoa. Entretanto, isso normalmente passa despercebido, embora esses pequenos sinais possam ser a evidência de acontecimentos maiores.
Outro paciente relatou que teve seu primeiro surto depois de fumar maconha apenas uma vez (isso ocorre muito mais do que se imagina). O fato seria que antes de fumar já havia um terror em relação ao tema, por parte do meu paciente; terror este que provavelmente deveria ser algum aviso real para que não tomasse a atitude que finalmente tomou.
O que surpreende também, diz respeito a pessoas que ao que tudo indica, não passaram por acontecimentos anteriores identificados como disparadores da esquizofrenia e aparentemente do nada passam a ter comportamentos diferentes, "saem da casinha", como se diz por aí e muitos acabam por se encaixar dentro do diagnóstico.
A questão que fica é: se esse suposto dano neurológico não seria uma fresta, ou até uma porta escancarada para comunicações fora do consenso coletivo. Como se algo totalmente desmedido ocupasse lugar na mente e, como resultado, a leitura da realidade concreta ficasse praticamente impossível de se detectar.
Os que estão na vertente mais espiritual falam sobre as possessões espirituais. Sobre mediunidade desequilibrada. Sobre acesso desenfreado a outras lâminas de realidade. A pergunta que fica empata em: onde está a verdade?
E mais: o que fazer?
Numa visão mais holística, não poderíamos deixar de observar determinada questão optando por apenas uma percepção de verdade. Existe a matéria, mas sabemos que estamos e somos além da mesma. A moderna física quântica constantemente revela. Ampliar possibilidades sem tirar os pés do chão mostra ser excelente abertura para que verdades maiores possam ocupar espaço facilitando acesso e alterações profundas em nível de alma. E mesmo que o resultado nem sempre possa ser visto no concreto, certamente será sentido.
:: Silvia Malamud ::
stum.com.br
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