ÁRVORE DA VIDA

A Cabala eh um dos sistemas de estudo e pratica de magia-mística que mais nos oferece recursos de desenvolvimento espiritual, tanto que a maioria das escolas ou Ordens Iniciaticas desenvolveram sua pratica baseadas na Cabala.
No sistema ocidental de iniciação, a Cabala tem sido usada com sucesso por muitos séculos, ela contem o mais seguro e conveniente corpo de correspondências jamais concentrado em um só diagrama: A Arvore da Vida. A Arvore da Vida eh o diagrama das energias de formação da própria vida.
Os Quatro Mundos

As Sephiroth se manifestam em quatro diferentes planos, interconectando as dez Sephiroth em camadas cada vez mais densas.
Assim temos: Atziluth: Kether a coroa ocupando sozinha um plano inteiro, eh o mundo arquetipico, o domínio do Logos.
Briah: A segunda e a terceira Sephiroth, o Pai e a Mae supremos constituem o mundo criativo, recebendo e executando a divina imaginação.
Yetzirah: O terceiro plano ou mundo formativo, o plano astral eh compreendido pelas seis Sephroth seguintes, em cujo mundo tudo eh preparado para a manifestação visível.
Assiah: Malkuth, o reino, eh o mundo físico.
Os Pilares
A Árvore também pode ser dividida em três pilares:
- Pilar da Severidade – esquerdo (Binah, Geburah e Hod)
- Pilar do Equilíbrio – centro (Kether, Tiphereth, Yesod e Malkuth)
- Pilar da Misericórdia – direito (Chokmah, Chesed e Netzach)
No topo do Pilar da Severidade, o pilar feminino e negativo, esta Binah a Grande Mae. Esta esfera eh atribuída a Saturno, e Saturno eh o doador da vida. No topo do Pilar da Misericórdia estah Chokmah, o Pai Supremo, potência masculina; e temos aqui nesses dois pilares a oposição entre a forma e a forca. Verificamos que essa oposição entre os sephiroth continua entre Geburah e Chesed e entre Hod e Netzach. No topo do Pilar do Equilibrio ou Meio se encontra Kether, a coroa.
Kether eh a coroa que estah acima do sistema de emanação, eh o ápice da Arvore da Vida que tem suas raízes nos ceus, descendo em desenvolvimento a terra, Kether constitui o substrato da consciência humana e a raiz ultima da substancia. Esse ponto central, sensível e espiritual, este centro ou monada metafísica de consciência, existe como a real individualidade e a divisão ultima da materia. Da monada brota a dualidade, dois princípios distintos de atividade permanente atraves de um período inteiro de manifestação, co-existente e co-eterno. Trata-se da consciência e da base substantiva metafísica sobre a qual a consciência sempre atua, substancia da raiz cósmica. Um eh chamado Chokmah – sabedoria, e ao outro atribui-se o título de Binah – compreensão. Nota-se que a manifestação não pode ocorrer antes da diferenciação dos pares de opostos.
A Chokmah eh dado o título de Pai, e a Binah o de Mae. Todas as sephiroth, como são chamadas essas emanacoes, abaixo daquela que eh chamada Coroa, recebem atribuicoes masculinas e femininas, e a atividade entre sephiroth masculinas e femininas em “reconciliação” eh um “filho” por assim dizer, uma sephirah “neutra” atuando em equilíbrio. Assim a Arvore da Vida, compreendendo essas dez emanacoes, se desenvolve a partir da mais elevada abstracao ateh o mais concreto material em varias triades de potências e forcas espirituais. Masculino, feminino e criança; positivo, negativo e sua resultante mescla num terceiro fator reconciliador.
Segundo Dion Fortune, somos originados por Kether, a Energia ou Espírito Único, nos formamos pelo Pai e pela Mãe Celestiais ( Chockmach e Binah ) e saímos para a vida física através de Daath.
Daath paira sobre o abismo, na fronteira entre os mundos da criação e da formação. Acima de Daath estah a Triade Suprema e Divina o plano arquetipico, o mundo sem forma, abaixo de Daath estah o microcosmo, os sete sephiroth que constituem o homem.
Mas antes de entar nos detalhes de Daath, eh necessário conhecermos mais sobre Binah a Grande Mae.
Binah estah cercada de muitos símbolos e representacoes que serao como uma chave para entender Daath. Binah representa a potência feminina do universo, e Chockmah a potência masculina do universo. Chokmah eh atividade, forca dinâmica e Binah estah eternamente ocupada em encerrar a forca na forma, isto eh, Binah eh a estabilidade da forca.
A Binah atribui-se o deus Saturno, Pai do tempo. Saturno eh o doador da vida, mas com sua foice também estah associado a morte. Binah a Grande Mae, chamada as vezes de Marah o Grande Mar, eh, naturalmente a Mae de toda a vida. Ela eh o utero arquetipico por meio do qual a vida vem a manifestação. Como Grande Mar, tem como simbolo a propria Lua com sua faculdade reprodutora e geradora da natureza. Eh Isis dos egípcios. Todas as Deusas Lunares tinham um aspecto dual: divino e infernal. Todas eram as Virgens-Maes de um filho nascido de modo imaculado, o Sol. Nas escrituras hindus equivale a Maya, que quer dizer ao mesmo tempo “ilusão” e o poder criador de “Brahman”, ou seja a Deusa Kundalini, que se encontra aprisionada no corpo na forma de uma serpente enrodilhada. Eh o Espírito Santo, a Anima Mundi.
Para os antigos pagãos, Semele a esposa de Júpiter e Mae de Baco, o Sol, eh também conduzida ao Ceu depois de sua morte (ascensão), e ali se acha presidindo, sob o nome de “Rainha do Mundo” ou do universo, e ao seu nome, assim como aos de Hathor, Hecate e outras deusas infernais, “todos os demônios tremem”.
Dai o culto simbólico do Sol e da Lua, culto idêntico ao dos gnósticos.
Binah eh o doador da forma primordial, sendo Malkuth a esfera da forma. O que se iniciou em Binah encontra sua culminação em Malkuth.
Malkuth representa em forma concreta todas as qualidades dos planos precedentes. A própria palavra significa reino, o reino do mundo físico e o cenário das encarnacoes, eh a morada do Espírito Santo. Malkuth eh chamada de Filha, sendo o reflexo mundano de Binah que eh a Mae. Essa decima sephira eh chamada de Noiva, de Filha e de Virgem do Mundo.
E eh em Malkuth que começa o trabalho interior do despertar da Centelha Divina em sentido contrario, ascendendo as sephiroth ateh chegar em Daath novamente, e eh isso que veremos no próximo post.
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