Síndrome da bexiga dolorosa ou cistite intersticial
Cistite bacteriana
Cistite não infecciosa
Em alguns casos, a cistite não é causada por infecção, mas pela sensibilidade do paciente com os químicos presentes em detergente e sabonetes. Espermicida também pode causar irritação no aparelho urinário, levando a um caso de cistite não infecciosa. A Mayo Clinic recomenda evitar esses produtos para poder evitar uma irritação no trato urinário. Você pode ter que parar de usar sais de banho ou evitar usar camisinhas que contenham lubrificante e espermicida. Assim que esses irritantes forem removidos de sua vida, a cistite pode desaparecer.
Cuidados domésticos
FITOTERAPIA CISTITE
No entanto, estas plantas devem ser utilizadas sob prescrição de um especialista (farmacêutico, médico...) que indicará qual a mais adequada, em função dos sintomas, da freqüência e da duração das cistites.
Nos casos de infecção bacteriana, os médicos costumam prescrever os antibióticos com bastante freqüência. Ressaltamos que o papel das plantas com bagas (cranberry, arando vermelho) naprevenção das cistites recidivantes é bastante positivo.
Você encontrará abaixo as plantas mais utilizadas no tratamento e na prevenção das cistites.
Plantas utilizadas na prevenção das cistites
- Arando vermelho (uva-do-monte), utilizadas em sucos.
- Cranberry, utilizada em sucos ou em cápsulas.
- Cranberry, utilizada em sucos ou em cápsulas.
Plantas utilizadas no tratamento das cistites
- Bétula, utilizada em chás ou cápsulas.
- Urze (Erica cinera), utilizada em cápsulas
- Urtiga, utilizada em chás ou cápsulas.
- Cavalinha, utilizada em chás ou cápsulas.
- Uva-ursi, utilizada em chás ou cápsulas.
Entre as teorias sobre sua etiologia, alguns estudos sugerem que a ativação dos mastócitos e a liberação subsequente de histamina, estimulados pela acetilcolina, pelo estresse e pelas flutuações hormonais, podem relacionar-se com os sintomas da SBD/CI.
A teoria da doença autoimune baseia-se em algumas características clínicas que se assemelham às alterações do sistema imunológico, como a cronicidade, as exacerbações e remissões e a resposta a agentes imunossupressores. A SBD/CI associa-se às doenças autoimunes e às síndromes dolorosas como a vestibulite vulvar, a fibromialgia, tireoidite de Hashimoto e a síndrome do intestino irritável, assim como, a depressão e a história de abuso sexual.
Entre as inúmeras teorias propostas nenhuma explica completamente todas as manifestações. A maioria dos especialistas concorda que a SBD/CI é uma síndrome clínica heterogênea consequente a diferentes processos fisiopatológicos e sua etiologia multifatorial explica a dificuldade em defini-la, diagnosticá-la e trata-la.
A urgência urinária anormal, principal sintoma da SBD/CI, pode ou não ser acompanhada de dor, pressão ou espasmo. A sensação da urgência leva a frequência urinária. O doente urina damente 16 vezes por dia, com volume médio de 106 ml/micção. A noctúria acompanha a requência urinária diurna e pode aumentar à medida que aumenta a gravidade da SBD/CI.
Podem ocorrer sintomas como dor nas regiões suprapúbica, vagina, períneo, na lombar ou na face medialdas coxas. Habitualmente, estes sintomas aliviam com a micção e pioram com o enchimento vesical. Os doentes também podem apresentar sintomas atípicos como dores articulares ou musculares, enxaquecas, reações alérgicas e disfunções gastrointestinais.
Os sintomas pioram pelo estresse físico e ou emocional, durante o período pré-menstrual e a menstruação, com o consumo de café, álcool, refrigerantes, frutas cítricas, tomate e chocolate.
A privação do sono e de viagens, as restrições alimentares e a evitação da relação sexual são queixas frequentes.
O diagnóstico diferencial inclui o câncer de bexiga, afecções renais, bexiga hiperativa, infecções vaginais, doenças sexualmente transmissíveis, endometriose, cistite por radiação e diverticulite uretral. Durante a anamnese é essencial avaliar o início, a duração, a localização e as características da dor, os fatores de piora e melhora.
No exame físico encontra-se a sensibilidade do lorosa na região suprapúbica e a maioria dos doentes refere dor na bexiga durante o toque bimanual à pressão da parede anterior vaginal.
Aproximadamente, 81% dos doentes com SBD/CI apresentam disfunção da musculatura pélvica como a síndrome dolorosa miofascial dos músculos pelviperineais.
O diário miccional é um instrumento importante no controle da ingestão de líquidos, número de micções, volume urinário e avaliação dos efeitos do tratamento. Os exames laboratoriais incluem exame de urina tipo I e a urocultura, que geralmente são normais, assim como as culturas vaginais para clamídia ou outras infecções sexualmente transmissíveis.
A cistoscopia frequentemente é normal em doentes com SBD/CI. A cistoscopia com hidrodistensão é utilizada como método diagnóstico e, em alguns casos, como tratamento sintomático. O tratamento de eleição é o multimodal. Entre os tratamentos conservadores, as mudanças na dieta ou restrições alimentares devem ser implementadas para o doente que refere piora dos sintomas após a ingestão de alimento ou bebida. A alcalinização urinária com citrato de potássio ou com bicarbonato de sódio pode ser benéfico para aumentar o pH da urina e diminuir a dor.
Mudanças comportamentais como a micção temporizada ou a reeducação urinária podem ser indicadas para os doentes com frequência urinária e urgência, mas não dor. As terapias como acupuntura, massagem, relaxamento, psicoterapia, hipnose podem complementar as modalidades de tratamentos convencionais melhorando a qualidade de vida do doente.
Programas de exercícios leves como os aeróbicos de baixo impacto, caminhada, ioga, natação e exercícios musculares do assoalho pélvico podem ser úteis na redução dos sintomas da SBD/CI.
Entre as medicações usadas para aliviar os sintomas da SBD/CI, tem-se o Pentosan Polysulfate Sodium, único medicamento oral aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), que parece reparar os defeitos no revestimento da bexiga; o cloridrato de hidroxizina, cuja sedação pode ser útil para os que sofrem da privação do sono secundária a noctúria; antidepressivos, como a amitriptilina, devido aos seus efeitos anti-histamínicos, anticolinérgicos e sedativos, a inibição da nocicepção no sistema nervoso central e no tratamento da dor crônica associada a doença.
Os anticonvulsivantes, como a gabapentina, atuam para aliviar a dor neuropática comumente encontrada nos doentes com SBD/CI. Analgésicos urinários, tais como fenazopiridina, os analgésicos opioides, os analgésicos simples e os anti-inflamatórios não hormonais (AINH), podem ser utilizados episodicamente, em curto prazo, para o alívio da dor.
O tratamento intravesical é outra opção de tratamento farmacológico. O dimetil sulfóxido (DMSO), aprovado pela FDA, apenas para uso intravesical, é um líquido orgânico com propriedades anti-inflamatória, analgésica e de relaxante muscular. O DMSO pode ser combinado com a heparina, hidrocortisona e bicarbonato de sódio, para potencialização dos seus efeitos. Variedades de “coquetéis” intravesicais são descritos para proporcionar alívio dos sintomas urinários.
A SBD/CI é, portanto, uma condição crônica da bexiga que normalmente afeta as mulheres. O diagnóstico baseia-se nos sintomas da frequência urinária, urgência e dor e na exclusão de outras etiologias e características avaliadas na cistoscópia. Embora a patogênese da doença seja incerta, sua natureza é multifatorial, de modo que os tratamentos para a SBD/CI são multimodais e destinados a aliviar os sintomas.
Há grande valor terapêutico, simplesmente, em ser um médico que compreende a doença e leva o doente a sério.
Colaboraram neste texto: a ginecologista e obstetra Telma R. Mariotto Zakka, o neurocirurgião Manoel Jacobsen Teixeira e a fisiatra Lin Tchia Yeng.
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