quinta-feira, 19 de setembro de 2013
DESENVOLVENDO O CONHECIMENTO - Elementos Shamanicos – Água – Corpo Emocional
Como aprendemos a lidar com as emoções no xamanismo?
Quando não estamos bem, por qualquer motivo, sentimos uma sombra escura, e somos arrastados à medos, depressões, desesperanças. Busca-se a felicidade, mas, para alguns, ela é sempre temporária, não dura.
As crises pessoais ocorrem quando percebemos a inutilidade de um velho padrão, mas continuamos insistentemente apegados a ele, porque nos é mais seguro e familiar.
Para isso precisamos de algo verdadeiro, simples e eficiente, para poder atravessar as águas das emoções que acompanham as transformações, e o crescimento que advém das crises pessoais.
Precisamos estar conscientes que na medida da expansão da consciência, velhas estruturas tendem a cair. O modo antigo vai se disolvendo, tomamos medidas para entorpecer nosso sofrimento, criamos ilusões.
A raiva é a lembranças da dor passada e revisitada. A irritação produz uma substância que se espalha vagarosamente pelo nosso sistema nervoso, interrompe canais elétricos, contamina a aura.
O medo é a dor da lembranças projetada no futuro. Vivemos num mundo com um fluxo invisível de águas de sentimentos. E, as vezes somos inundados pelas ondas das experiências vividas no passado, e quem sabe em outras vidas.
Não há como evitar os sentimentos, somos seres humanos. Há como passar por eles e aprender com suas lições. Negar ou evitar os sentimentos, os intensificam, eles crescem e se tornam maiores na nossa vivência. Aceitar, é reafirmar que estamos prontos para acompanhar e transpor o sentimento de imediato, de maneira que podemos aprender, e crescer na jornada.
Nos povos primitivos e nas sociedades contemporâneas, o medo, embora negado, sempre esteve presente na alma humana, e levou a história a tomar O medo afeta principalmente a áreas:
Nuca – neutralizando emoções e impedindo que as informações cheguem com clareza ao cérebro, processador das mensagens consccientes e aquivo do inconsciente. Ficam retidos no pescoço e nos ombros.
Plexo Solar – se a natureza emocional está em níveis baixos, uma energia se acumula no plexo solar diminuindo a vitalidade e a imunidade do corpo.
O medo é um sentimento que exerce grande controle e limita nossa atitude, nossa criatividade. Através de um chamado interior ele vive um confronto existencial que o força a sair de uma zona de conforto, do falso brilho, da alienação. Reforçando a coragem e a determinação, o praticante de xamanismo, mobilizado por visões, introvisões e vivências, expande a sua consciência, podendo processar transformações de profundas proporções na sua vida.
Praticar xamanismo é ir em busca da excelência espiritual, é enxergar a realidade existente por trás dos conceitos, é se harmonizar com as marés naturais da vida. É trilhar o Caminho Sagrado, atravessando os portais da mente, das emoções, do corpo e do espírito.
Só você pode transformar a sua vida. O poder de decisão é o poder pessoal que poderá fazer isto. O xamanismo pode mostrar como abrir canais para que você descubra quais são as transformações necessárias ao Seu Ser, para caminhar na beleza e amor na Roda da Vida, para você seguir o caminho do seu coração e tocar em sua própria verdade conscientemente.
Kenneth Meadows, em Medicine Way, descreve o Corpo Emocional como um veículo que nos habilita para experimentar emoções e desejos, amor, prazer e sentimentos de elevação, assim com sensações de desconforto e culpa.
O corpo emocional é um veículo mais móvel do que o físico ou energias corporais, e é também capaz de sentir vibrações que o físico ou energia corporal é inábil para perceber. O corpo emocional é capaz de converter pensamentos em sentimentos e vice-e-versa. Ele trabalha com glândulas e sistema nervoso, através da química e o funcionamento elétrico.
Devido à sua fluidez, as emoções humanas estão relacionadas com a água. Definindo as emoções como movimento da mente, a energia da mente pega ou dá impressões através de sentimentos, ou melhor a emoção é uma energia da mente que pode ser sentida. E é essa energia mental que toca o Espírito – o coração – e nós somos conscientemente despertos através dos sentimentos.
A emoção é portanto um poderoso veículo de força e poder, e é também uma ânsia por expressão. Como a água, ela pode ser agitada e tornar-se sombria e fora de controle. Nessa condição ela pode debilitar, ser destrutiva e confusa. Como a água, ela pode estourar na tempestade, afetando tudo no seu caminho, sem que possa ser controlada. Ou nós controlamos nossas emoções e as dirigimos, ou ela nos controla.
Emoções estão relacionadas ao passado – que é outro componente da Direção Norte (Sul no Hem. Norte) da Roda Medicinal – e nos fixa com pessoal, objetos ou situações. Emoções têm afinidade com a cor vermelha – a cor da energia da força expressa no plano físico. Para prevenir-nos de sermos arremessados pelo oceano das emoções, precisamos nos libertar das fixaçõpes do passado que nos limita e inibe, que causa dor emocional no presente e que rouba nossos sonhos de futuro.
Cada degrau de apredizado é uma jornada até territórios desconhecidos e algumas vêzes o medo do desconhecido simplesmente é a causa do desconhecimento. O mêdo é o inimigo da Direção Norte (Sul no Hem. Norte).
Existem dois tipos de medo, o medo real e o medo ilusório. O medo real é devido a pessoa perceber que alguma coisa é possível de acontecer, com base na sua realidade, em fatos reais. Ao atravessar a rua, você olha para os lados. Não fica em locais sinistros e conhecidos como perigosos, etc. Esse medo nos preserva
O medo ilusório é o medo de algo que possa vir a acontecer no futuro. por exemplo medo do dinheiro acabar e no presente está bem financeiramente, de um ataque do coração quando você goza de boa saúde. O medo do que poderá acontecer se wseu parceiro te abandonar, mesmo sendo boa a relação atualmente. O medo de falhar num exame, mesmo estando preparado para ele, etc.
O maior medo da humanidade é o ilusório. É esse o medo que devemos nos livrar. Como? Não é fugindo dele, mas encarando-o com claridade da mente. Aplicando claridade na mente e tendo conhecimento de como lidar com a situação que chega para você do tamanho que ela é.
Victor Sanches em “Ensinamentos de Don Carlos (Castañeda)”:
Convém fazer uma distinção, para fins práticos, entre emoções e sentimentos.
A distinção é bem mais simples do que se poderia supor, enquanto os sentimentos são uma reação natural ao fato de nos darmos conta, de percebermos, as emoções, por sua vez, são o produto não da percepção, mas do pensamento; da razão (que geralmente não é muito razoável no homem comum). Os sentimentos não são desgastantes, ao passo que as emoções o são em alto grau.
Os sentimentos básicos, alegria, tristeza, surgem do fato de dar-se conta.
Nosso corpo por exemplo, quando entrevê seu destino fatal, nos avisa por meio de uma tristeza ou melancolia que não é dolorosa nem desgastante, e sim nos deixa limpos de mesquinharias e nos faz bem.
Assim, também a alegria genuína, aquela que brota bem dentro, que não precisamos provocar artificialmente com piadas ou comédias, surge de um ato de dar-se conta que não passa pela razão, ocorre quando nosso ser percebe algo que o alegra.
Não precisamos pensar para sentir a felicidade por uma vida que nasce, que se movimenta, por uma caricia ou um olhar que nos abraça, por um beija-flor libando o néctar ou por uma árvore a dançar com o vento.
Já as emoções não surgem da percepção, mas do pensamento, não poderiam ocorrer se não pensássemos e, além disto, ao deixar a percepção em segundo plano, as emoções nos colocam em situação de dificilmente podermos lidar com a nossa realidade de maneira sensata.
Exemplos típicos de emoções são : ira, o ciúme, o rancor, a inveja, a autocompaixão, a depressão autodestrutiva, etc.
Nenhuma dessas emoções pode ocorrer se não tivermos previamente os pensamentos adequados. Quem pode zangar-se sem pensar?…Ninguém ! Para alguém zangar-se, primeiro é preciso falar consigo mesmo e dizer-se que o que lhe fizeram não foi justo, que não merecia, ou pensamentos semelhantes. quem não acreditar, tente zangar-se sem palavras ou pensamentos.
Segue Victor Sanches em “Ensinamentos de Don Carlos (Castañeda)”:
Consideremos o exemplo de um namorado que sente ciúmes porque viu a sua parceira conversar muito sorridente com outro homem. Esse é o fato simples: alé há uma mulher (a namorada) conversando com um homem (o desconhecido) e ela sorri. Por acaso esse fato provoca ciúmes? Não! O que produz a emoção desgastante do ciúme é o fato de o apaixonado em questão, a partir de sua “história pessoal”, seja porque viu muitos filmes, ouviu demais as “canções de amor” do rádio ou viveu o desamor de seus pais, ao ver a sua namorada conversando e sorrindo, começar a de modo compulsivo a falar consigo, mentalmente, que ela não tem porque traí-lo assim, que única pessoa a arrancar sorriso da moça devia ser ele, que ele não a engana com outras mulheres ou pelo menos não o faz tão descaradamente, que ela o está desrespeitando, etc, etc.
Este tipo de pensamento e não os fatos em sí provoca essa dolorosa e desgastante experiência do ciúme.
Pouco importa no caso se a mulher estava conversando com um primo, se apenas batia um papo com um amigo ou se tinha mesmo outro amante, o ciúme não vem dalí, mas da cabeça do ciumento.
Assim que afundamos no acesso emocional, a realidade afasta-se cada vez mais; mais nos falamos, menos percebemos e assim por diante. Estando tão longe da realidade, como poderíamos lidar com ela? Naturalmente, a violenmtamos e somos capazes de acabar com qualquer vestígio de amor ou beleza presente e ainda achar que somos vítimas. Assim acontece com os humanos, por isso vale mais lutar para virar um guerreiro.
Como o conjunto das nossas ações, as emoções também são repetitivas e estão determinadas pela “História Pessoal” . Desse modo, cada qual tem seus próprios “hábitos emocionais ” e estes serão uma das suas formas pessoais de esbanjar energia e enfraquecer. por isso, não é difícil descobrir, se fizermos um exame cuidadoso, que os conflitos e problemas emocionais da vida da gente se repetem ciclicamente. Não importa que mudemos pessoas e lugares, os problemas se repetem muitas vezes.
Tudo isto vale para as outras emoções, tão perniciosas e geradas da mesma forma.
Mas agora sabemos um segredo que, se usado na prática, é um tesouro de valor incalculável: as emoções não podem ocorrer sem pensamentos, e ainda, não podem ocorrer sem os pensamentos apropriados.
Isso nos coloca frente a frente com uma forma direta de economia de energia. Se estamos prestes a cair em alguma emoção desgastante, podemos simplesmente entrar num estado de Silêncio Interior e a emoção desgastante não poderá acontecer. Se esta alternativa está fora das nossas atuais possibilidades, mudemos então o conteúdo do diálogo interior; façamos uma canção com os nossos pensamentos, pensando neles em rima, de trás para frente, num idioma estranho, ou concentremo-nos por inteiro na taboada, ou alguma canção infantil, no caso tanto faz, sem os pensamentos apropriados, a emoção não se apresenta.
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