sábado, 27 de fevereiro de 2016

EQUILÍBRIO E HARMONIA - PONTOS DE ALARME CAMINHOS DOS MERIDIANOS - AULA


DESPERTANDO O CONHECIMENTOS - CAMINHOS DO MERIDIANOS





OS DOZE MERIDIANOS E VASOS EXTRAOSDINÁRIOS
19 DE MAIO DE 2015 | VANESSASMATHEUS
meridiano  Rede de Caminhos, são os ramos dos meridianos que se encontram de alto a baixo, de interior ao exterior, cobrindo todo o corpo. Nessa rede constam 365 pontos ( segundo o imperador amarelo).

Os meridianos se comunicam com os órgãos e víceras, tecidos, energia e sangue do corpo, promovendo o equilíbrio entre eles. São também pontos de entrada das energias externas (agentes climáticos), que podem causar as doenças em caso de desequilíbrio.

Os meridianos explicam o desenrolar das doenças, são importantes para o diagnósticos e direcionam a terapêutica da Medicina Tradicional Chinesa.

São doze meridianos divididos em Yin e Yang:

Meridiano do Pulmão – Taiyin da mão;
Meridiano do Intestino Grosso – Yangming da mão;
Meridiano do Estomago – Yangming do pé;
Meridiano do Baço – Taiyin do pé;
Meridiano do Coração – Shaoyin da mão;
Meridiano do Intestino Delgado – Taiyang da mão;
Meridiano da Bexiga – Taiyang do pé;
Meridiano do Rim – Shaoyin do pé;
Meridiano do Pericárdio – Jueyin da mão;
Meridiano do Triplo Aquecedor – Shaoyang da mão;
Meridiano da Visícula Biliar – Shaoyang do pé;
Meridiano do Figado – Jueyin  do pé.
Temos ainda dois meridianos especiais:

Meridiano Vaso Governador – Du Mai;
Meridiano Vaso Concepção – Ren Mai.
Vasos Extraordinários ou Vasos Maravilhosos, são redes com atividades e funções diferentes dos meridianos principais, por exemplo:

Não ligam o exterior ao interior;
Não pertencem as redes principais, mas fluem para elas.
Os Vasos Extraordinários recebem o fluxo de energia que sobra dos canais e os armazenam, aquecendo os órgãos e hidratando os vãos entre a pele e os músculos, tem grande importância na circulação da energia de proteção contra os agentes externos causadores de doenças. São utilizados em situações especificas a critério do Acupunturista nas suas aplicações terapêuticas.




EQUILÍBRIO E HARMONIA - Canais de Energia ou Meridianos: manipulação energética

CAMINHO DO EQUILÍBRIO



FLUINDO ENERGIA


Resumo:
Este texto foi produzido a partir da apresentação de seminário, em 02 de julho de 2011, no Instituto de Psicologia e Acupuntura – Espaço Consciência, pela Turma XII. O objetivo da apresentação foi elucidar a cerca da Teoria dos Meridianos a partir da perspectiva da manipulação energética. A concepção tradicional sobre o tema e a fisiologia dos meridianos foi valorizada. Não houve interesse em descrever sobre anatomia ou a localização dos pontos de acupuntura, porque estes conteúdos podem ser facilmente encontrados na vasta literatura sobre o assunto.

Introdução
Os conhecimentos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) desenvolveram-se sobre as mesmas bases da Tradição Chinesa a respeito do universo. A observação e contemplação da natureza foi o método utilizado pelos antigos chineses para compreenderem que tudo o que existe é constituído por uma só energia  que denominaram Chi.
A energia Chi pode manifestar-se de forma sutil – como por exemplo, a luz e o calor – ou de modo denso, concreto – como a terra e os corpos que nela existem. Estas duas manifestações foram nomeadas pelos filósofos chineses de Iang e Inn, respectivamente.
Percebe-se, a partir da observação de suas qualidades, que são opostas. Porém, como ambas se originam de uma só energia, também transformam-se continuamente uma na outra, num perpétuo movimento cíclico. A Tradição ensina, portanto, que Iang e Inn relacionam-se entre si pela oposição e pela complementaridade.
A energia Iang origina-se no alto, no céu, e se movimenta em direção à terra, influenciando-a. A energia Inn, provém da terra e se dirige ao céu, exercendo seus efeitos sobre ele. No meio desse fluxo energético está o ser humano. Constituído por Iang e Inn,  o corpo humano aproveita estas energias para manter-se vivo e saudável. Mas, como pode captá-las e distribuí-las por todo o seu organismo? A Teoria dos Canais de Energia, também chamada dos Meridianos, busca explicar esse fenômeno.

Os Grandes Meridianos
Contemplando a natureza, os antigos chineses observaram que os rios transportam as águas organizadamente de sua nascente até o mar. Por onde passam os rios, a vida floresce . Analogamente, o corpo humano, teria então, seus “rios” – os Grandes Meridianos -  nos quais correm as energias para nutrir e defender o organismo.
Há seis Grandes Meridianos – Tae Iang, Chao Iang e Iang Ming – que transportam a energia Iang dos dedos das mãos aos artelhos, depois penetrando na terra e outros três – Tae InnChao Inn e Tsiue Inn – que levam a energia Inn dos pés às pontas dos dedos das mãos, e segue seu trajeto rumo ao céu.

Os Meridianos Principais
Cada um dos seis Grandes Meridianos se dividem em duas partes denominadas Chou (“da mão”) e Tsou (“do pé”). Portanto, existem doze (12) Meridianos Principais. Todos são bilaterais e possuem um trajeto superficial e um trajeto profundo. O trajeto profundo de cada um nutre um dos seis (6) órgãos (zang)[1] ou uma das seis (6) vísceras (Fu)[2][3]. É, exatamente, por esta relação que cada meridiano principal recebe seu nome. Por exemplo: a parte inferior do Tsiue Inn, associada ao pé, nutre o Fígado (F). Então, ele é chamado pela tradição de ‘Tsou Tsiue Inn’ (MORANT, 1990, p. 986) ou ‘Tsiue Inn do Pé’. Ocidentalmente, é denominado Meridiano Principal do Fígado.
Assim, os doze (12) meridianos principais são: Pulmão (P), Intestino Grosso (IG), Estômago (E), Baço-Pâncreas (BP), Coração (C), Intestino Delgado (ID), Bexiga (B), Rim (R), Circulação-Sexualidade (CS), Triplo Reaquecedor (TR), Vesícula Biliar (VB) e Fígado (F)[4].
A observação da geografia de um rio pode nos ajuda a compreender como os meridianos são importantes para a acupuntura. Os rios, em geral, apresentam locais onde o acesso às águas é mais fácil e são usados por animais e pessoas para sua subsistência. Possuem comumente uma nascente, corredeiras e/ou quedas d’água, além de pequenos lagos onde as águas se avolumam e fluem mais lentamente. Muitos também dividem-se em braços e alguns deles penetram na terra por meio de grutas. Mais tarde, suas águas ressurgem na superfície para prosseguirem rumo ao mar.
Os pontos de acupuntura localizam-se nos meridianos e, em geral, permitem o acesso das energias do ambiente à energia do organismo. Esse acesso tem a função de ajudar o organismo a manter-se equilibrado, por exemplo, de acordo com cada estação climática. Van Nghi (1981, p.13) descreve os pontos de acupuntura como estando “sempre situados no fundo de pequenas cúpulas, depressões pelas quais a energia dos meridianos, das vísceras e dos órgãos, sempre em movimento, chegam a parte exterior do corpo” (Tradução nossa).

Os Pontos Su Antigos
Apesar dos pontos de acupuntura terem muitas semelhanças entre si, também apresentam diferenças significativas. Alguns, na verdade, sessenta e seis deles, prestam-se a possibilidade da  manipulação energética, a chamada “arte da manipulação”. Ao utilizá-los, o acupunturista é capaz de manipular o fluxo, a ‘velocidade’, a intensidade, a direção, a quantidade e a qualidade da energia nos meridianos. Estes são os chamados pontos Su Antigos que se encontram sempre nos meridianos principais, na porção que se estende dos artelhos aos joelhos e dos dedos das mãos aos cotovelos:
  • Tsing (Ting)Poço ou Nascente: são pontos de partida ou de chegada da energia (VAN NGHI, 1981) (Tradução nossa). Situam-se nas extremidades dos dedos das mãos e dos artelhos nos ângulos ungueais, exceto para o meridiano do Rim, cujo ponto Tsing encontra-se na face plantar do pé. De acordo com a técnica aplicada ao punturá-los, pode-se ampliar a penetração ou a saída da energia.
  • Iong: “Riacho” (VAN NGHI, 1981, p.26), “declive da água”(CORDEIRO, CORDEIRO, 2009, p.61): aceleram o fluxo da energia do mesmo modo que uma cachoeira faz com a água de um rio. São os segundos ou penúltimos pontos contados a partir da extremidade de cada meridiano. Localizam-se “nas articulações falangianas” (CORDEIRO, CORDEIRO, 2009, p.61).
  • Iu: “Assentamento – ‘o que dirige’ – riacho, embarcação, o que transporta”: Silva (2011) os descreve usando a metáfora de um lago. Neles, a energia permanece por um pouco, antes de prosseguir seu curso. Portanto, facilitam o ‘embarque’ de energia no meridiano. Contudo, são também os locais mais fáceis de ‘desembarcá-la’. Então, são úteis terapeuticamente para retirar alguma energia perversa[5] que tenha penetrado no meridiano. São os terceiros ou antepenúltimos, a partir das extremidades, com exceção do Meridiano Principal VB, em que é o quarto ponto. “Situam-se nos metacarpos e nos metatarsos” (CORDEIRO, CORDEIRO, 2009, p.61).
  • Iuann (Iunn): Origem: restabelece a ordem por atrair a energia em excesso do meridiano principal acoplado. Apenas as funções Iang o possuem. As funções Inn usam o ponto Iu como ‘origem’.
É digno de nota que Silva (2011) os compare, também, com um lago. Por conseguinte, as funções Iangteriam dois (2) ‘lagos de energia’. No entanto, é importante atentar para as diferenças já apontadas entre os pontos Iu e os pontos Iuann.
  • Tsing (King): desvio, desembarque, “o que faz circular” (MORANT, 1990, p.186). A partir desse ponto, a energia concentra-se. Nele, ela “pode ser perturbada, desviada ou ‘desembarcada’ para outro local” próximo (CORDEIRO, CORDEIRO, 2009) como “ossos, músculos ou outros meridianos” (VAN NGHI, 1981, p.31). A energia de defesa é mobilizada pela estimulação deste ponto. Localizam-se nos pulsos e tornozelos.
Nas funções Inn, este ponto é o mais calibroso, sendo então, o local mais fácil para a energia se aprofundar em direção aos órgãos. Já, nas funções Iang, é muito difícil a energia aprofundar-se por esta via.
  • Ro (Ho): Reunião, desvio profundo ou longo (SILVA, 2011): onde a energia aprofunda ou emerge, unindo o interior e o exterior (CORDEIRO, CORDEIRO, 2009). “Punturá-los é atuar sobre o que está profundo” (VAN NGHI, 1981, p.31) (Tradução nossa). Localizam-se ao redor dos cotovelos e joelhos. A partir deste ponto, a energia estabiliza-se – como se tivesse chegado ao mar – e manipulá-la torna-se difícil.
Nas funções Iang, ele é o mais calibroso e por isso é o caminho preferencial para o  aprofundamento da energia em direção às vísceras. No caso das funções Inn, é difícil para a energia penetrar por esse ponto, mas é possível.

Os Pontos de Comando
Há outros pontos nos meridianos principais chamados ‘de comando’ que são importantes porque produzem ações específicas sobre os órgãos e vísceras com os quais se relacionam. São denominados:
  • Tonificação: fortalecem a energia dos sistemas com os quais se relacionam;
  • Sedação inibem a energia dos sistemas com os quais se relacionam por dispersá-la;
  • Fonte: tonificam ou sedam as funções com as quais se relacionam. Morant (1990) os define como pontos de função reguladora porque devolvem ao funcionamento normal os sistemas dos quais fazem parte. São capazes de realizarem essa função, pois conectam-se com o ponto Lo do meridiano acoplado. Do meridiano acoplado podem captar energia em excesso ou podem ceder energia se houver deficiência. São os pontos Iu(Su Antigos) para os meridianos Inn e para os Iang são os Iuann (Iunn) (MORANT, 1990).

  • Lo (de Passagem): transferem energia de uma função Inn para uma Iang ou de uma função Iang para uma Inn. Existe um (1) para cada meridiano principal, para o Vaso Governador (VG) e para o Vaso Concepção (VC). Há também, um Grande Lo (BP 21) que se comunica com todos os demais pontos Lo. A técnica básica para utilizá-los é punturar o ponto Lo do meridiano que tem mais energia, visando transferí-la para o meridiano débil energeticamente. Todavia, é possível punturar o ponto Lo do meridiano débil e forçar um contra-fluxo da energia em sua direção (SILVA, 2011).

  • Assentamento ou Assentimento (Iu dorsais): podem ser usados como auxiliares da tonificação e da sedação (SUSSMANN, 2007). São pontos que ‘acalmam’ as funções, segundo Morant (1990). Este autor os descreveu como os pontos que tem função dispersora da energia. Corroborando esta afirmação, Silva (2011) os descreveu como auxiliares da sedação. Sussmann (2007) afirma que são muito úteis em afecções de evolução crônica. Todavia, o tratamento não deve se limitar ao seu uso. Localizam-se no meridiano da Bexiga, no seu trajeto paravertebral interno. Niboyet (apud SUSSMANN, 2007) relata haver também pontos de ‘assentamento independentes’ (Tradução nossa). Uma parte se localiza no Meridiano Principal da Bexiga e outra parte em outros meridianos. 

  • Os pontos de assentamento independentes atuam em zonas próximas ao nome que possuem e tem uma ação limitada. Por exemplo: o IG 15 chama-se ‘Meio do ombro’ e sua atuação se dá no ombro, pescoço, cabeça e membro superior ipsilateral (SUSSMANN, 2007).
  • Mo (de Alarme ou Arauto): tornam-se especialmente dolorosos quando suas respectivas funções encontram-se desequilibradas. Morant (1990) os indica quando há insuficiência das funções com as quais se ligam. Nesse mesmo sentido, Silva (2011) afirma que são auxiliares da tonificação. São muito utilizados em afecções agudas e dolorosas.

Vaso Concepção e Vaso Governador
Dois meridianos, no entanto, merecem atenção especial por serem diferentes dos Meridianos Principais e comumente serem classificados, equivocadamente, entre os Oito Vasos Maravilhosos[6]: o Vaso Concepção (VC) e o Vaso Governador (VG).
Algumas são as semelhanças com os meridianos principais: transportam Chi - o VC é de natureza Inn e o VG,Iang; o fluxo de energia é constante e juntos formam a chamada Pequena Circulação de energia, apesar de não se comunicarem entre si, mas terminarem próximos, na região da boca.
As diferenças são: não possuem pontos Su Antigos e nem pontos de comando próprios; não se ligam a nenhum órgão ou víscera; acumulam as energias Inn (VC) e Iang (VG) em excesso na Grande Circulação para  liberá-las em caso de insuficiência. Por isso, o VC é chamado de ‘Mar dos Inn’ e o VG, ‘Mar dos Iang’.
O VC “atua sobre a respiração, a digestão e as funções gênito-urinárias” (Borsarello apud SILVA, 2011). Possui características femininas em função da predominância de energia Inn, o que justifica se relacionar com o nascimento e o crescimento.
O VG, por ter muita energia Iang, possui características masculinas. “Tonifica a força física, psíquica e moral…” (Borsarello apud SILVA, 2011). “[Tem] o controle e direção do vigor e da ação, corresponde à força física e mental” (MORANT apud SILVA, 2011). Compreende-se portanto, porque Sussmann (2007, p.252) afirma que ele possui “estreita relação com o sistema nervoso central” (Tradução nossa).
Aplicação da Teoria dos Meridianos
Para elucidarmos acerca da aplicação da Teoria dos Meridianos trabalharemos com um exemplo: suponha que uma energia perversa tenha invadido o Meridiano Principal do Fígado, na altura do  segundo metatarso. O paciente refere sentir um calor intenso que lhe dificulta o uso de calçados. A observação e a palpação confirmam a presença de uma energia perversa do tipo Calor. Utilizando somente os conhecimentos da manipulação energética, da Teoria dos Meridianos, é possível realizar uma intervenção eficaz sobre o problema. O ponto F3 (Iu) pode ser punturado e, para reforçar seu efeito, aplica-se uma técnica de sedação. Também, é viável ‘drená-lo’ usando a técnica de raspagem do cabo da agulha de baixo para cima descrita por Focks e März (2008). A fim de tornar, ainda mais eficaz, a intervenção, podemos associar os conceitos da Teoria dos Cinco Elementos. Neste caso, puntura-se o ponto F8 - Ho – elemento água; energia associada: Frio – usando uma técnica de tonificação para aumentar o controle que a energia Frio exerce naturalmente sobre a energia Calor.
Conclusão
Compreender com profundidade a Teoria dos Meridianos, principalmente sua fisiologia energética, permite ao acupunturista exercer com arte a sua técnica. A manipulação energética é uma forma privilegiada de se alcançar o objetivo de praticar a ‘Grande Acupuntura’ – que visa o reequilíbrio energético do ser humano a fim de restaurar-lhe a saúde e preservá-la a longo prazo.


[1]    Fígado, Coração, Circulação-sexualidade, Baço-Pâncreas, Pulmão e Rim. Todos de natureza Inn.
[2]    Intestino Grosso, Bexiga, Vesícula Biliar, Intestino Delgado, Triplo Reaquecedor e Estômago. Todos de natureza Iang.
[3]    Apenas esta relação já ajuda a compreender como um estímulo superficial, como punturar um ponto de acupuntura na pele, pode afetar os órgãos e vísceras.
[4]    Esta lista está organizada segundo a ordem da Grande Circulação de energia (SUSSMANN, 2007).
[5]    Este é um tema amplo que merece um estudo a parte. Para o momento basta saber que existem seis (6) energias: Vento, Calor, Fogo, Umidade, Secura e Frio. Relacionam-se entre si segundo os ciclos de geração e de inibição da Teoria dos Cinco Elementos. São naturais e apenas se tornam perversas quando estão em desequilíbrio.
[6]    O tema ‘Vasos Maravilhosos’ é vasto e profundo. Para os objetivos deste texto não é necessário estudá-lo.

Autores do seminário – Turma XII:
Aline Marino; Ana Paula Bizarria; Andréa Corrêa; Camila T.B. Keller; Daniella Stazack; Flávia Vitali; Geneide B.G.; Ivanilza Ribeiro; Luis Liendo R.N. Donadelli; Marco Túlio Freire; Maria Lúcia S. Falcão; Maria Luisa C. Góes; Priscilla Madrigal e Silene Massari
Relator: Marco Túlio Freire
Orientador: Prof. Especialista Delvo Ferraz da Silva
REFERÊNCIAS
BING, W. Princípios de Medicina Interna do Imperador Amarelo. São Paulo: Ícone, 2001. 829 p.
CORDEIRO, A.T.; CORDEIRO, R.C. Acupuntura: elementos básicos. 4a ed. São Paulo: Editora Polis, 2009. 143 p.
FOCKS, C.; MÄRZ, U. Guia prático de acupuntura: localização de pontos e técnicas de punção. Barueri: Manole, 2008. 697p.
MORANT,  G. S. Acupuntura. Buenos Aires: Panamericana, 1990. 1137 p.
SHEN-NONG LTDA. Hong Kong. s.d. Disponível em: <http://www.shen-nong.com/eng/front/index.html>. Acesso em: 24 jun. 2011.
SILVA, D. F. Meridianos e Canais de Energia. In: Instituto de Psicologia e Acupuntura Espaço Consciência. São Paulo. Anotações de Marco Túlio Freire sobre a aula. Material não publicado. 2011.
SUSSMANN, D. J. Acupuntura Teoria y Practica8 ed. Buenos Aires: Kier. 2007, 416 p.
TYMOWSKY, J-C de; et al. A acupuntura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986. 107 p.
VAN NGHI, N. Patogenia y Patologia energéticas em medicina china: tratamento por acupuntura y masajes. Madrid: editora Cabal, volume II, 1981.



Vasos Maravilhosos

Os vasos maravilhosos são meridianos virtuais que se manifestam quando há distúrbios energéticos nos meridianos principais, por excesso ou insuficiência. Estes vasos maravilhosos agem como reservatórios de energia (Qi) relativamente aos meridianos principais. Isto significa que, se os meridianos principais estiverem em plenitude, os vasos maravilhosos podem receber a energia em excesso nestes meridianos e, se os meridianos principais estiverem em deficiência, a energia é canalizada dos vasos maravilhosos para os meridianos principais.

 

Função dos VM

A função dos vasos maravilhosos, além da de reserva, é a regulação dos meridianos principais. Conduzem a energia ancestral dos rins para as diferentes partes do corpo, inclusive para os meridianos principais, além de receberem e distribuiem as energias de Defesa e Nutridora para os meridianos principais. Estão ligados às “seis vísceras acessórias” VB, cérebro, medula, ossos e útero no trajeto das energias.
 
Os VM são lagos ou receptáculos de energia, funcionando como reservatórios energéticos virtuais e representam os transbordamentos de energia da grande (formada pelos meridianos principais) e da pequena circulação (relaciona-se aos aspectos homeostáticos do homem). Em fim, “Os vasos maravilhosos irrigam os espaços compreendidos entre os meridianos principais”. Os antigos descreviam esta relação sob uma forma imaginária: “Os meridianos principais são os rios, os vasos maravilhosos são os lagos”. Em geral sua função é preservar a norma que rege o processo de desenvolvimento do indivíduo num nível muito profundo.
 

Indicação dos VM
O VM é escolhido a partir da queixa principal do paciente. Cada um dos oito pares de VM (4 inn e 4 yang) apresentam uma dupla de pontos, onde um deve ser usado para abrir e o outro para fechar o caminho energético. O ponto que abre deve ser picado primeiro, seguido da regulação energética, dos pontos sintomáticos, extras, microssistemas, e por fim, o ponto que fecha. Já para a retirada das agulhas, deve-se remover primeiramente os pontos sintomáticos, seguidos dos de tonificação, sedação, ponto do VM que abre, terminando com o que fecha.
 
Os VMs não apresentam pontos próprios e seu trajeto não segue linhas regulares. Os sintomas da queixa principal podem indicar o desequilíbrio de um determinado vaso maravilhoso através do recurso da comparação dos sintomas da queixa do paciente com o quadro clinico do distúrbio do vaso maravilhoso.


Classificação

Os vasos maravilhosos são divididos em 4 grupos:
 

► 1° Grupo: OS CAPTADORES DE ENERGIA: Inn: Jenn-Mo – Vaso da Concepção. Iang: Tou-Mo – Vaso Governador.

> Jenn-Mo – Vaso da concepção ou Diretor.

Jenn-Mo tem como ponto de comando o P 7, ponto de entrada o VC 1 (Roe-inn) e o ponto de saída o VC 24 (Tchereng-tsiang).
 
O termo Jenn tem significação de responsabilidade, função de direção. O Jenn-Mo comanda todos os meridianos Inn, sendo conhecido pelo termo “Mar dos Meridianos Inn”. Com origem nos rins, vai até o períneo onde se superficializa no ponto VC 1, ascende pela linha média ventral do corpo, passa pelo púbis, abdômen, tórax, pescoço e termina no sulco mentoniano no ponto VC 24, onde se une com o IG, E e VG.
 
Os pontos Jenn-Mo podem ser divididos em 3 grupos: o primeiro grupo compreende os pontos do púbis ao umbigo que comanda as funções gênito-urinárias; os segundo grupo abrange os pontos do umbigo até o esterno e comanda as funções digestivas, e o terceiro grupo é o relativo aos pontos que ficam entre o esterno e o lábio inferior e comanda as funções respiratórias.

Indicações do Jenn-Mo: Dermatoses, eczema, cefaléia occipital, insuficiência pancreática, diabetes. Todas as enfermidades pulmonares: tosse, bronquites, congestão pulmonar, pneumonias, broncopneumonias, pleurites, gripe, coqueluche, hemoptise, tuberculose, enfisema, asma. Todas as enfermidades do nariz: rinites, sinusites, rinopatias alérgicas, faringites, laringites, disfonias. Astenia. Todas as inflamações das mucosas e convulsões infantis.

> Tou-Mo – Vaso Governador.

O Tou-Mo tem como ponto de comando o ID 3 (Reou-tsri), ponto de entrada o VG 1 (tchrang-tsiang) e ponto de saída o VG 28 (Inn-tsiao).

Tou significa governar, conduzir. O Vaso Governador é o supervisor geral dos meridianos Yang ou “Mar dos Yang”, pois comanda, governa os Yang. Tem origem nos rins (supra-renais) segue até a última vértebra coccígea e ascende pela linha mediana posterior ao longo da coluna vertebral, crânio, atravessa a região frontal, pela linha sagital mediana anterior e alcança o tubérculo do lábio superior, seguindo pela mesma linha, até chegar ao ponto VG 28, que fica numa depressão abaixo da inserção inferior do lábio superior.

O Tou-Mo age sobre a força física e mental, sobretudo nos homens. Seus pontos não se dividem em grupos de ação como acontece com o Jenn-Mo mas alguns pontos têm ação específica; assim o VG 1 age sobre o ânus e o reto; VG 4 (entre a 2° e a 3° vértebras lombares) age sobre a vitalidade e o vigor sexual; os pontos entre as 5 primeiras vértebras dorsais (VG 11 e VG 13) têm poderosa ação psíquica.

Indicações do Tou-Mo: Tremores e contraturas dos membros, enxaqueca, edema nos olhos com lacrimejamento, dores lombares, nos joelhos, nos dentes e nas gengivas, glaucoma, conjuntivites, estomatites, gengivites, trismus, amigdalites, angina, sudorese, epilepsia, alucinações. Em resumo, transtornos artríticos, reumáticos, nervosos e cerebrais.


► 2° Grupo: OS REGULADORES DE ENERGIA: Inn: Inn-Tsiao-Mo – Vaso sob maléolo interno. Iang: Iang-Tsiao-Mo – Vaso sob o maléolo externo.

> Inn-Tsiao-Mo – Vaso sob maléolo interno.

O Inn-Tsiao-Mo tem como ponto de comando o B 62 (Chenn-mo), ponto de entrada ele mesmo e ponto de saída o B 1 (Tsing-ming).

Estes vasos têm por função dirigir os movimentos do corpo, ambos tendo origem nos maléolos e dirigindo-se ao conto interno dos olhos. Considerado um ramo do meridiano principal do Rim.
 
Começa no R 2, segue para o R 6, ascende contornando o maléolo interno, segue a face posterior da tíbia, face medial da coxa, atinge o púbis, segue cruzando longitudinalmente o abdômen, tórax e entra na fossa supraclavicular, segue lateralmente ao osso hióide alcançando medialmente o E 9, passa pelo forame mentoniano, comissura labial, sutura zigomático-maxilar até a comissura medial da pálpebra, uni-se ao Yang Qiao Mo.

Indicações do Inn-Tsiao-Mo: Todos os transtornos urinários, frigidez, imponência, esterilidade, prostatites, leucorreias, dores e congestão ovárias, transtornos menstruais, ameaça de aborto, insônia, constipação crônica.

> Iang-Tsiao-Mo – Vaso sob o maléolo externo.

O Iang-Tsiao-Mo tem como ponto de comando o B 62 (Chenn-Mo), ponto de entrada ele mesmo e ponto de saída o V 1 (Tsing-ming).
 
Começa no B 62, daí segue para o B 61, e alcança o maléolo externo seguindo pelo bordo posterior da fíbula, face externa da coxa, látero-posterior do tórax, atinge a cintura escapular, daí para o ombro (ID 10), ascende o pescoço (IG 15, 16) cruzando-o obliquamente, e também a mandíbula, em E 8, cruza a face, até a comissura labial (E 4, 3 e 1), daí segue para o canto interno do olho, até chegar no B 1, segue trajeto do M.B, até o limite do cabelo, para então seguir o meridiano da VB, até o VB 20.

Indicações do Iang-Tsiao-Mo: Contratura da coluna vertebral, edema na região correspondente aos maléolos, cefaléia, dificuldade para estender e flexionar os membros, abscesso das mamas, zumbido nos ouvidos, epistaxe, dores articulares, edema. Afecções paralíticas dos membros. Congestão cerebral, hemorragia cerebral e afasia.


► 3° Grupo: PRODUTORES ORGÂNICOS DE ENERGIA. Inn: Inn-Oe – Cadeia dos Inn. Iang: Iang-Oe – Cadeia dos Iang.

> Inn-Oe - Cadeias dos Inn.

O Inn-Oe tem como ponto de comando o CS 6 (Nei-koann), ponto de entrada o R 9 (Tso-pinn) e ponto de saída o VC 23 (Lienn-tsiuann).

Começa no R 9, sobe a face medial da perna e coxa, daí se dirige para o abdômen ao BP 13, segue o meridiano BP, passa medialmente ao mamilo, daí segue para a fossa supra esternal e une-se ao VC no VC 22 e termina no VC 23.

Quando o Inn-Oe é afetado o doente se queixa de dores no coração, porque o Inn-Oe segue os meridianos Inn e circula no espaço Inn. É por isso que, quando o Inn é atingido, é sempre o coração que é afetado.

Indicações: Indigestão, constipação espamódica, convulsões, hipertensão, arteriosclerose, arterites, varizes, hemorróidas, obesidade, depressão mental, melancolia, tristeza, timidez, inquietude, angustia, ansiedade, temor, agitação, amnésia, sonhos, transtornos mentais, delírio.

> Iang-Oe – Cadeia dos Iang.

O Iang-Oe tem como ponto de comando o TR 5 (Oae-koann), ponto de entrada o B 63 (Tsinn-menn) e o ponto de saída o VG 15 (Ia-menn).

O termo Oe significa: preservar, conservar, manter, guardar, defender, alimentar, ligar, reunir. Liga todos os pontos Iang.

Começa no ponto B 63, sobe até cruzar o maléolo externo, segue o meridiano VB, parte posterior do hipocôndrio, fossa escapular (ID 10), ombro (VB 21), dirige-se obliquamente cruzando o músculo esternocleidomastóideo, sobe pelo ramo ascendente da mandíbula, atravessa a ATM, passa pelo TR 22, a partir daí, dirige-se ao meridiano VB no ponto VB 14, continua pelo M da VB até o ponto VB 20, daí segue para a linha mediana posterior, chega ao VG 16 e finaliza no VG 15.

Tem por função distribuir a energia ancestral nas diferentes partes do corpo: membros, costelas, ombros, pescoço e cabeça. Se estas não podem circular, há muita febre. Suas doenças são os calores e frios graves.

Indicações do Iang-Oe: Dor e tumefação das articulações dos membros, enxaquecas, lombalgias e dores na coluna vertebral, sudorese noturna, dores oculares, prurido generalizado, dermatites, acne, otites, epistaxe, hemoptise, blefarites.


► 4° Grupo: DISTRIBUIDORES NERVOSOS E MOTORES: Inn: Tchrong-Mo – Vasos dos ataques. Iang: Tae Mo – Vaso cintura.

> Tchrong-Mo – Vasos dos ataques.

O Tchrong-Mo tem como ponto de comando o BP 4 (Kong-soun), ponto de entrada o R 11 (Rong-kou) e o ponto de saída o R 21 (Iou-menn).

O termo Tchrong quer dizer ataque, central. É o mar do sangue e dos doze meridianos.
 
O ramo ventral ou anterior se superficializa no E 30 e segue para o R 11, a partir daí, segue o MP do rim bilateralmente, a meio tsun do VC lateralmente, até o pescoço, então cruza a mandíbula no E 8, cruza a face em direção em IG 20, contornando superiormente o músculo orbicular dos lábios.
 
A palavra ataque deve ser entendida como significando crise: de nervos ou de dores ou de circulação ou de motricidade ou de excitação. Assim sua insuficiência se manifesta por tudo que é espasmo, contração e outros excessos da energia Iang. Nos casos de excesso deste vaso há fraqueza dos órgãos abdominais, insuficiência de regras, atonia nervosa e motriz. Sua tonificação dispersa todos os meridianos-órgãos Iang em excesso, especialmente os abdominais, e tonifica todos os meridianos-órgãos Inn, sobretudo os torácicos. É também chamado de “Mar dos 12 meridianos”.

> Tae-Mo – Vaso da cintura.

O Tae-Mo tem como ponto de comando o VB 41 (Linn-tsri), ponto de entrada o VB 26 (Tae-mo) e o ponto de saída o VB 28 (Oe-tao).

O termo Tae quer dizer cintura, conduzir, ligar inn com iang, onde todos os inn e iang conectam-se tranversalmente.

Começa na quarta vértebra lombar e segue em sentido obliquo, até o hipocôndrio e tranversalmente passa pela cintura pélvica e abdômen e tem conexão com pontos da VB 26, 27 e 28.

Indicações do Tae-Mo: Artrites e artroses, reumatismo articular agudo, contratura das mãos, pés e dedos, tremores dos quatro membros, cefaléias, vertigens, dor e edema da face, olhos, ouvidos e garganta, vômitos, mastites, anemia, enfraquecimento com debilidade e tremor.
 

Terapêutica

Cada vaso maravilhoso possui um ponto de abertura. Os pontos de abertura localizam-se nos meridianos principais e são utilizados pelo terapeuta para mobilizar a energia de cada um dos meridianos maravilhosos, nas sessões de tratamento de acupuntura, permitindo assim, equilibrar a energia em desarmonia.

Esses pontos são estimulados aos pares, de modo a “abrir e fechar” uma sessão de tratamento, têm características e funções próprias sendo que cada par exerce a sua ação dentro de determinada área do corpo. 

Os pontos de comando possuem ação mutua dois a dois, com ação específica em determinados grupos de doenças, sendo os vasos com pontos de comando nas mãos ligados com àqueles que têm pontos de comando nos pés. 

Quando se começa o tratamento com um determinado ponto, obrigatoriamente deve-se terminá-lo com outro determinado ponto. Exemplo: ao iniciar com ID 3 termina-se com B 62 ou vice-versa; sendo assim para as demais duplas: TR 5 e VB 41; CS 6 e BP 4; P7 e R 6.
 

Pontos dos VM 
- CAPTADORES DE ENERGIA: Os meridianos dos captadores de energia transferem energia de frente para trás e vice versa.

> P7 e R6 (Figuras I e II respectivamente)– Jenn Mo – Utilizado para problemas genito-urinários e transtornos alérgicos.
 
FIGURA I: Ponto P7.
FONTE: Lian et al., 2005.

 
FIGURA II: Ponto R6.
FONTE: Lian et al., 2005.


> ID3 e B62 (Figuras III e IV respectivamente)– Tou Mo – Utilizados em casos de transtornos com prevalência de um dos lados, como o AVE.
 
FIGURA III: Ponto ID3.
FONTE: Lian et al., 2005.

 
FIGURA IV: Ponto B62.
FONTE: Lian et al., 2005.


- REGULADORES DE ENERGIA: Os meridianos dos reguladores de energia transferem energia da direita para a esquerda e vice versa.

> R6 e P7 (Figuras II e I respectivamente)– InnTsiao Mo - Trata problemas respiratórios e cefaléias.

> B62 e ID3 (Figuras IV e III respectivamente)– Yang Tsiao Mo – Tem uma excelente ação psíquica.


- PRODUTORES DE ENERGIA: Os meridianos dos VM produtores transportam energia de baixo para cima e vice-versa.

> CS6 e BP4 (Figuras V e VI respectivamente) – Inn Wei – São utilizados nos transtornos emocionais e circulatórios, como por exemplo, o AVE.
 
FIGURA V: Ponto CS6.
FONTE: Lian et al., 2005.

 
FIGURA VI: Ponto BP4.
FONTE: Lian et al., 2005.


> TR5 e VB41 (Figuras VII e VIII respectivamente) – Yang Wei - Feitos nos casos de energização por esgotamento.
 
FIGURA VII: Ponto TR5.
FONTE: Lian et al., 2005.

 
FIGURA VIII: Ponto VB41.
FONTE: Lian et al., 2005.


- DISTRIBUIDORES DE ENERGIA: Os meridianos dos distribuidores de energia transferem energia de dentro para fora e vice versa.

> BP4 e CS6 (Figuras IV e V respectivamente) – Tchrong Mo - Usado para distúrbios de energia (vaso dos ataques), além de problemas musculares e digestivos.

> VB41 e TR5 (Figuras VIII e VII respectivamente) – Tae Mo- Utilizado nos casos de doenças osteo-articulares, e problemas n a região do Vaso Cintura.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A acupuntura é um processo terapêutico milenar que consiste no tratamento e manutenção da saúde, sendo principalmente preventiva. Esta terapêutica vêm se difundindo cada vez mais, assim como sua eficácia em diversas patologias.

Sua atuação está na mobilização das energias que percorrem os meridianos. Dentre os meridianos secundários têm-se os vasos maravilhosos, que dependendo do quadro apresentado pelos pacientes, e da ordem da colocação das agulhas pelo acupunturista, apresenta-se como uma técnica a mais na busca por uma melhora do paciente.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

EQUILÍBRIO E HARMONIA - BLOQUEO E DESBLOQUEO DA ENERGIA - A ENERGIA PRECISA CIRCULAR

CIRCULAÇÃO DE ENERGIA





                                                     
A energia cósmica nos vem da terra e do céu; penetrando em nós precisa ser distribuída por todo o corpo, para que não haja acúmulo de energia num determinado órgão e falte no outro.
A YOGA nos ensina a equilibrar a energia no sentido científico, dando-nos condições de conseguirmos mais paz e equilíbrio. Com a prática da YOGA vamos adquirindo sensibilidade. Ficamos conscientes do nosso próprio corpo, podendo aplicar a nossa experiência em nossa vida quando necessário. está em cada momento de nossa vida - no comer, no trabalho, em tudo quanto fazemos e pensamos.
Devemos harmonizar a energia para nos sentirmos bem.
Os espiritualistas a denominam fluídos, porém poucos são os que empregam meios para equilibrá-la.
O desenvolvimento material deve favorecer o desenvolvimento espiritual. Por exemplo, se uma pessoa trabalha somente visando o dinheiro, está errada, porque internamente ela entra em conflito, gerando desequilíbrio. Assim, também, não devemos cultivar somente a parte religiosa, esquecendo o corpo, mas procurar sabedoria dentro da religião e não apenas ficar na parte doutrinária e disciplinar.
Podemos equilibrar a energia através da alimentação e da YOGA


Alimentação 
Muito importante é saber o tipo de alimentação que nos fornece energia.


Carne de gado. A energia da carne de gado circula do tronco para a cabeça, não descendo às demais partes do corpo. O acúmulo de energia provoca tensão no pescoço e dilata o coração. A forma que essas pessoas encontram para descarregar essa energia é a agressividade.
A carne de gado sob a forma de churrasco é mais prejudicial, devido ao fogo e o sal, que acumulam mais energia.
Pessoas intelectuais são muito tensas devido à alimentação incorreta e porque usam somente a cabeça e não o corpo.


Carne de Peixe: A carne de peixe dá mais energia para a cabeça e possue muito fosfato.


Carne de galinha de granja: Já é uma carne doente devido ao alimento artificial fornecido a elas, forçando o crescimento e aumento de peso. Preferir sempre as galinhas caipiras.


As frutas cítricas deixam as pessoas cansadas e moles.


O açúcar: É prejudicial porque desmineraliza o organismo, provocando catarro, etc.


Sabendo o tipo de alimentação que ingerimos é fácil notar em que órgão somos atingidos:


Cerveja ataca a bexiga e os rins. (É diurética).
Broto de feijão esfria o sistema digestivo.
Vinho e carne aceleram a energia no coração e na cabeça.
Queijo, leite e manteiga acumulam energia no fígado e provocam mucosidade nos brônquios, podendo ser causa de alergia.


As galinhas de granja e as frutas ácidas provocam ácido úrico que ocasiona reumatismo e artrite.


Evitar frituras, pimenta e bebidas alcoólicas, porque fazem subir a energia para a cabeça.


Todo alimento quente faz a energia subir e todo alimento frio faz a energia descer.


Os chás eliminam as gorduras e enfraquecem a bexiga.


Para as pessoas fracas é aconselhável tomar chá de trigo inteiro integral e chá de arroz, torrados.


Toda alimentação ácida enfraquece o sistema urinário, abaixa a pressão e desgasta o sistema nervoso.


A energia dentro do corpo pode estar 
- Bloqueada.
- Em excesso.
- Em falta.
- Circulando normalmente.


Toda energia bloqueada causa mal estar. Todos nós temos muita energia bloqueada, que não circula, causando tensões, ansiedade, doenças físicas e psíquicas.


Excesso de energia.
Ex. Úlcera no estômago é excesso de energia. Câncer é acúmulo de energia deformando os tecidos. Caroço no seio no meio do mesmo é acúmulo de energia no estômago. Caroço no seio do lado de fora é acúmulo de energia na vesícula. Rosto inchado e vermelho significa excesso de energia ou excesso de líquido. Nariz vermelho é acúmulo de energia no coração.


Falta de energia 
Rosto pálido significa pouca energia. Uma pessoa preguiçosa tem pouca energia. 


Energia circulando 
Para uma boa saúde física e mental a energia deve circular continuamente, e devemos praticar todos os nossos movimentos com ritmo.
Há desequilíbrio tanto na pessoa tensa como na pessoa relaxada. A saúde é ritmo, por isso quando praticamos nossos exercícios, devemos contá-los e fazer com rítmo para canalizar energia.
Todos os movimentos visam exercitar as articulações, tornando-as flexíveis e não permitindo seu endurecimento por depósitos de toxinas.
Uma falha na educação da criança é que não a ensinamos a relaxar, provocando mais tarde desequilíbrio na personalidade.
Através da pulsação podemos verificar o equilíbrio nos órgãos do nosso corpo. 


MOVIMENTOS QUE AJUDAM A LIBERAR A ENERGIA ATRAVÉS DE MASSAGENS E EXERCÍCIOS


 

Conhecendo a localização dos meridianos podemos incentivá-los fazendo circular a energia bloqueda ou desbloqueando a energia.


1º. A própria pessoa bate dentro das coxas, ativando o funcionamento do pâncreas, fígado e estômago. Bater do lado de fora das coxas ativa o meridiano do fígado e vesícula; bater nas nádegas ativa os rins e a bexiga.


2º. Massagem em outra pessoa: Uma pessoa deita-se e a outra faz a massagem, batendo com as mãos abertas e relaxadas na altura dos rins, nádegas, coxas, pernas e pés. Se doer, bater devagar; depois aumentar gradativamente. O fato de bater, faz com que as células liberem a acidez e a eliminem, proporcionando uma sensação de bem estar.


3º. Continuando de bruços, para que a outra pessoa, com a mão ou o pé, colocados sobre as nádegas, as empurrem para que o corpo da pessoa deitada balance. O movimento é semelhante ao que se faz com o rolo de macarrão.


4º. Com a primeira pessoa deitada ainda de bruços, a segunda pessoa pisa-lhe o meio dos pés com o calcanhar, levantando e soltando o peso sobre os mesmos. Serve para fazer a energia descer da cabeça para as extremidades.


5º. Deitada de costas, a outra pessoa segurando os calcanhares, flexiona seus joelhos, até levantar suas nádegas do chão, fazendo compressão dos joelhos sobre a barriga, fazendo com que a outra pessoa ao mesmo tempo expire. Serve para liberar a energia no baixo-ventre, beneficiando a bexiga, útero e próstata.


6º. Deitada de costas, bater na barriga da pessoa deitada e pressionar levemente. Os efeitos são os mesmos do exercício anterior.


7º. Deitada de costas, flexionar um dos joelhos e fazer rotação em forma de círculo. Serve para relaxar a bexiga. Alternar os joelhos.


8º. Deitada de costas, flexionar uma das pernas, conservando o pé da mesma no chão, virar o joelho que está flexionado por cima da perna que está esticada.
Conservar as mãos e a cabeça no chão. Repetir várias vezes, alternando as pernas. Serve para fortalecer a bexiga, ou para tirar a preguiça ao levantar pela manhã, causada por ingestão excessiva de líquidos à noite.


9º. Deitada com as mãos entrelaçadas atrás da cabeça, pernas esticadas, flexionar uma das pernas e esticar novamente, soltando-a no chão relaxada, batendo o calcanhar. Alternar as pernas. Serve para ativar os meridianos dos rins e bexiga.
10º. Para irregularidades na menstruação, problemas de bexiga, tensão, bater com força na região abaixo do umbigo. Repetir várias vezes.


11º. Para afastar o sono e o desânirno bater nos braços na parte de dentro.


12º. Fazendo o exercício do passarinho abre o meridiano do coração, faz circular a energia na cabeça.


13º. Exercício para o abdômen. Serve para desbloquear a energia na coluna, fazendo com que as vértebras soltem o excesso de energia das mesmas.


14º. Sentada com os joelhos flexionados e abertos, bater desde as solas dos pés até as coxas. Relaxa a bexiga e os rins.

15º. Bater com os punhos fechados na cabeça serve para fazer tun- " cionar a memória.


16º. Sentada, mover os pés em forma de círculo. Relaxa o fígado e a vesícula.


17º. De joelhos, colocar a cabeça no chão. Outra pessoa bate com força nas nádegas. Serve para problemas genitais.


18º. Exercício respiratório. Deitada, joelhos flexionados, colocar a mão sobre o umbigo, inspirando e contando até 5, expirando e contanto até 5. Praticar pelo menos durante um minuto. Serve para aumentar a taxa de oxigênio, aumentando a concentração e ajudando a desligar-se dos problemas.


EXERCÍCIOS PARA AUMENTAR A ENERGIA


1º. Deitada de costas, flexionar os joelhos e deixá-los abertos, unir as plantas dos pés. Cotovelos no chão e as mãos no ar, as palmas viradas para cima. Respiração abdominal com ritmo. Conservar a posição pelo menos 5 minutos.


2º. De pé. Dobrar um pouco os joelhos, como quem senta numa cadeira, esticando os braços para os lados sem tensão, olhar uma das mãos, depois a outra, várias vezes.
Depois de praticarmos esses exercícios, se quisermos fortalecer um órgão que esteja fraco, devemos conduzir a energia acumulada, daquele que tem mais para aquele que tem menos, durante alguns minutos.



APETITE - O apetite depende da atividade física do indivíduo. O normal é comer moderadamente.


EVACUAÇÃO - O ideal é evacuar o menor número de vezes por dia. Se evacuar mais de uma vez e não sentir-se mal, não há problema.


COR - O ideal são fezes amareladas na consistência de banana.
Fezes pretas e duras não é bom. Indica possível falta de líquido no organismo.
Fezes vermelhas - provável sangramento do estômago ou dos intestinos.
Procurar saber se o paciente tem vermes ou não.


URINA - O ideal é urinar quatro a seis vezes por dia. Se a pessoa urina uma ou duas vezes por dia, e não sente ardor na uretra, nem queimação, não tem importância.
Urinar muitas vezes é fraqueza ou excesso de líquidos.
Urinar duas ou três vezes por dia com ardor, não é bom.
Urina amarela demais, com queimação, pode ser inflamação.
Urina branca - os rins não estão funcionando bem, porque não há descarga da sujeira do organismo. Frituras e alimentos quentes podem causar ardor ao urinar.
Urina branca também pode ser conseqüência de excesso de chá e refrigerantes.


MENSTRUAÇÃO - 
O ciclo menstrual deve ser sempre regular, seja de 28, 26 ou trinta dias e deve durar quatro dias.
Menstruação adiantada, pode ser excesso de calorias.
Menstruação atrasada, pode ser causada por fraqueza.
Hemorragia nunca é menstruação normal.
Para pacientes com aparelho genital tenso, praticar o exercício do bambolê.


SUOR - 
Uma pessoa normal sua no corpo inteiro. Cidades de clima úmido não permitem essa exsudação normal, causando várias doenças.
Suar só na cabeça, é excesso de energia na mesma.
Suar só na sola dos pés, é calor nos rins.
Suar só na palma das mãos, é calor na cabeça e no coração.
Se a pessoa sua bastante, toma bastante líquido, e não sente fraqueza, não há problema.


SONO - 
Uma pessoa com boa saúde dorme bem e sem sonhos. Quando há sonhos durante a noite não há descanso na cabeça. O ideal é dormir 8 horas por noite.
Crianças devem dormir mais. De 12 a 15 horas. E não devem dormir tarde.
Criança que urina na cama pode ter como causa tensão nervosa ou fraqueza.
Pessoas com mais de 60 anos se satisfazem com 4 a 6 horas de sono.
Frituras e condimentos cheirosos, como canela, p. ex., provocam sonhos.



ESTADOS DE PULSAÇÃO


 



A pulsação pode ser:


1º. - Superficial onde anotamos febres, resfriados.
Média 
Profunda 
2º. - Freqüência - 72 a 76 pulsações por minuto - Normal.
3º. - Lisa (calma, tranquila) ou grossa (agitada, em ondas) 
4º. - Cheia (excesso) Vazia (falta) 
5º. - Longa Curta 
6º. - Grande Pequena


Se a língua estiver como um mapa, falta vitaminas, organismo com excesso de acidez.
Vermelha ou rachada, excesso de energia.
Muita saliva - pâncreas fraco.
Boca amarga - problemas do fígado e vesícula.
Língua com camada branca - sinal de gripe.
Gosto adocicado - pâncreas.
Dor na gengiva - excesso de energia no estômago.
Gengiva sangrenta - excesso de energia, é necessário comer verduras e vitaminas.
Língua vermelha, lisa e brilhante - problemas do coração.


LÁBIOS
Vermelhos - excesso de energia.
Brancos - anemia.


NARIZ
A ponta do nariz indica doenças do coração e da cabeça.

Tratamentos indicados:

Dor localizada nos ossos e nádegas tem como causa: frutas ácidas, coalhada, yogurt, vinagre, limão e excesso de sal.
Orgão atingido: bexiga que enfraquecendo, não consegue eliminar a acidez. 
O passo seguinte da doença é o reumatismo e artritismo.
Diagnose: pela pulsação constatou-se fraqueza nos rins.

Tratamento: Eliminar as causas citadas acima. Para fortalecer a bexiga, dar batidas.


Dor nas juntas, dor de cabeça.
Diagnose: pouca energia na cabeça.
Tratamento: bater nos braços, coxas, etc.


Varizes: Causa - rins fracos, não conseguindo eliminar os líquidos, provocando a dilatação dos vasos sanguíneos.


Tensão nervosa no pescoço.
Causa: carne de gado, queijo.
Tratamento: bater acima dos pulsos, bater abaixo do umbigo, e deitar para que outra pessoa bata nos ombros. Empurrar os ombros e peito.


Dor nos calcanhares e frio nas extremidades.
Causa: Frutas secas que também provocam a fraqueza nos rins.
Tratamento: Exercício do bambolê. Bater na bexiga e coxas.


Problema do coração: coração operado, e embolia cerebral.
Tratamento: Sacudir o braço segurando pelo indicador.


Hepatite: Devemos mudar a qualidade do sangue, observar a alimentação, e comer macarrão de arroz.


Labirintite: Excesso de líquidos.


Para abrir as narinas (desobstruir). Bater os pés, alternando-os.


Diabetes: Evitar frituras, gorduras, e açúcar.
Bater os pés alternados, para fazer funcionar o pâncreas.


Dor de cabeça pode ser provocada por tensão nervosa, fígado e bexiga.


Tratamento para tensão nervosa: Bater no peito e ombros.


Para problemas do fígado: bater nas pernas interna e externamente.


Para problemas da bexiga: bater nas nádegas.


Má circulação: podemos fazer exercício de socar. Comer arroz integral e feijão azuki, fortalece os vasos sanguíneos.


Mulher sem ovulação (estéril) 
Causa: baixa temperatura no útero.
Suspender comidas e frutas ácidas e verduras ácidas, frituras e gelados..
Tratamento: bater na altura da bexiga, nas costas.


Inflamação na vagina: suspender churrasco, torradas e frituras. 


Quando uma mulher não engravida, tendo como causa a tensão, é necessário bater em todos os meridianos, para desbloquear as energias.
Evitar frituras, comer menos salgado, isto é, diminuir o sal. Eliminar a carne e o açúcar da alimentação.
Recomenda-se comer ovos caipira, castanha de cajú e semente de gergelim. 


Pressão alta: praticar movimentos com os braços bem relaxados como se fossem mangas de camisa. Balançar batendo na altura dos rins.
Transferir num balanço contínuo, o peso do corpo, do calcanhar para a ponta do pé, e vice-versa.


Pressão baixa: Bater palmas e bater nos braços.


Pessoa reumática com mãos inchadas deve bater nos meridianos dos rins.


Câimbras: Quando for causada por excesso de ácido, batendo no local, as câimbras cedem. Se for provocada por anemia, é necessário comer feijão e beterrabas. 


Frieira: é problema do aparelho urinário.


Joanetes: Problema do pâncreas e sistema urinário.
Tratamento: Espetar um palito no local para eliminar o excesso de energia.


Intestino solto: Fazer contração do ventre.

Sinusite: Chutar e bater com o pé, alternando-os.


Dor de garganta: Problema dos rins.
Tirar a dor do ombro - a causa pode ser tensão nervosa. Para auxiliar a soltar a tensão, sacudir e empurrar o braço para cima, segurando o cotovelo dobrado.
Para relaxar o pesçoco - sacudir os braços, puxar os dedos com força. Geralmente ajudado por outra pessoa.
Pressão alta, assim como pressão baixa, podem provocar zumbido no ouvido. É problema renal.
O uso de gersal e ameixa salgada deve ser moderado, porque prejudica os rins.