sexta-feira, 19 de junho de 2020

DESPERTANDO O CONHECIMENTO - ALIMENTAÇÃO E LIBIDO

COMO A ALIMENTAÇÃO INFLUENCIA A LIBIDO


Quando você pensa em catuaba, ostras, chocolates, amendoins e pimenta, o que vem à sua cabeça? Se for alimentos afrodisíacos, acertou! Eles podem estimular uma prática sexual mais prazerosa, mas não são a solução se a sua libido estiver sempre em baixa.
Nós batemos um papo bem legal com a Julia Marques, nutricionista e pós-graduanda em Nutrição Esportiva Funcional para entendermos melhor quais fatores influenciam no prazer sexual de homens e mulheres. A gente tirou muitas dúvidas. Confira:
Julia, para início de conversa, o que é a libido?
É puro e simples o desejo sexual, tanto para homens quanto para mulheres.
Estresses do dia a dia, preocupações no trabalho, problemas nos relacionamentos, etc. influenciam a libido?
Influenciam sim. O estresse cotidiano é um fator muito importante nessa oscilação do desejo sexual, pois ele aumenta o cortisol (hormônio esteróide) a ponto de limitar a produção de hormônios que auxiliam na libido. A falta de diálogo nas relações também é um dos motivos. Pessoas que passam por experiências estressantes diariamente e também usam medicamentos para depressão, ansiedade e outros transtornos psicológicos, por exemplo,  tendem a ter o apetite sexual inibido. É como se o cérebro tivesse tão entretido pensando em tanta coisa ao mesmo, que não permite um momento pra pensar em outra coisa, muito menos em libido. Os pensamentos desnecessários do dia a dia ocupam um espaço, que não deixam o cérebro se liberar para os prazeres.
Quais fatores hormonais levam a pessoa a ter uma libido mais baixa?
A variação da libido é mais comum entre mulheres. As disfunções hormonais e o uso de anticoncepcionais, por exemplo, são fatores hormonais que influenciam o desejo sexual.
Quais são os alimentos mais indicados para auxiliar na liberação dos hormônios para o prazer sexual?
Os ricos em triptofano como a banana, o abacate, oleaginosas como castanhas e nozes, queijo, frango e ovos.
Ouvimos dizer que catuaba, amendoim e ostras, por exemplo, são afrodisíacos, mas uma alimentação mais saudável influencia no aumento da libido? E, do contrário, quais hábitos alimentares prejudicam a vida sexual das pessoas?
Uma alimentação completa, bem equilibrada e regular é o afrodisíaco ideal. Não adianta comer amendoim achando que vai auxiliar na potência sexual se a alimentação do dia a dia não ajuda o organismo a metabolizar bem qualquer tipo de alimento, muito menos esse mais específico.
E comer alimentos ultraprocessados com frequência atrapalha, sim, a vida sexual, pois o corpo se torna menos ativo, mais cansado, o sono fica prejudicado e os hormônios responsáveis pela sensação de prazer sexual ficam em segundo plano.
Esse impacto negativo pode acontecer a curto ou médio prazo? Por exemplo, um jovem pode passar por isso porque se alimenta muito mal ou não se cuida?
No homem jovem, a incidência de casos de falta de libido é muito menor, pois a produção hormonal nessa fase da vida é muito grande e, por isso, o impacto negativo da má alimentação na vida sexual pode ser considerado de médio prazo – cerca de seis meses. Ao contrário das mulheres, que tem uma relação mais psicológica e sensitiva com o sexo, e, dessa forma, o efeito de uma vida não saudável acaba sendo a curto prazo – um ou dois meses.
Hidratação é algo que influencia?
O corpo precisa estar hidratado para manter todas as funções fisiológicas em dia. Ou seja, beber água é fundamental para uma vida sexual mais ativa.
A prática sexual ajuda na perda de peso?
Primeiramente, é preciso entender o que é perda de peso: comer menos calorias do que se gasta. Por isso, é muito relativo afirmar que o sexo funciona como uma atividade física, pois cada corpo reage de uma forma e também depende da intensidade da prática sexual, se é moderada ou energética. Mas, sim, pode ajudar a perder umas boas calorias.
Doenças crônicas, como  diabetes e hipertensão, interferem na libido?
Interferem na qualidade de vida de uma forma geral. Se a gente diz que a diabetes tem influência em outras doenças, como trombose ou patologias renais, e, muitas vezes, precisa ter um tratamento com insulina, há um desequilíbrio hormonal que mexe no corpo como um todo. Por isso, elas podem influenciar na vontade e no desejo sexual por motivos do corpo não estar em plenas condições. A não ser que seja uma diabete controlada, com medicação e alimentação corretas, aí a libido pode estar normalizada.
Muito se fala na maca peruana, principalmente entre mulheres. Realmente funciona? Se sim, o uso precisa ser indicado por um profissional de saúde?
Esse tratamento é fitoterápico. É extraído de um alimento, um tubérculo, que é normalmente consumido em pó na comida. Ainda não há comprovação científica de que ajude na recuperação da libido, pois só existem testes em animais. Há uma ideia de que aumenta a testosterona – que é o principal hormônio sexual masculino, mas que as mulheres também têm, só que em baixíssima incidência -, porém essa informação é infundada. O que podemos dizer é que a maca peruana auxilia, de certa forma, no alívio de sensações e alguns sintomas tão incômodos da menopausa. Essa doença, por si só, já causa a perda da libido e a maca pode até ajudar, mas é exceção à regra.

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