Mantras – degraus em direção à pura
consciência
O que é um mantra?
De acordo com os dicionários pesquisados (Merriam-Webster e Houaiss), mantra é um som, uma palavra ou frase repetida por alguém que está orando ou meditando. É uma sequência de palavras repetida com muita frequência e que expressa a fé de alguém; uma fórmula mística de invocação.
Em sânscrito, a palavra mantra tem duas partes: man (raiz da palavra ?mente?) e tra (raiz de ?instrumento?). Ou seja, mantra é um instrumento da mente; um som ou uma vibração poderosa que é possível usar para entrar em um estado de meditação profunda.
Na cultura indiana, as sílabas, palavras ou versos são pronunciados segundo prescrições ritualísticas e musicais, tendo em vista o aprofundamento ou o estabelecimento de um estado contemplativo. O mantra é amplamente utilizado nos rituais hinduístas e budistas, e nas práticas de yoga.
Se fizermos uma comparação com o Cristianismo, os mantras são como as orações aprendidas como a Ave Maria, o Pai Nosso, o Salve Rainha etc.
De acordo com a tradição Védica, os antigos sábios eram capazes de ouvir as vibrações sutis produzidas por tudo na natureza ? os sons do vento, do trovão, das borboletas, das corredeiras dos rios e de todas as outras criações. Eles reconheciam que esses sons eram a manifestação do espírito na matéria.
A palavra mantra provém do sânscrito e tem muitas diferenças sutis de significado
“instrumento da mente”, “linguagem divina” e “linguagem da fisilogia espiritual humana” são apenas algumas de suas conotações. O mantra é um instrumento para curar os problemas que todos nós enfrentamos na vida. Como afirma o mestre místico sufi Vilayat Inayat Khan: “A prática do mantra literalmente amassa a carne do corpo com a repetição de sons. As células delicadas dos complexos feixes de nervos são submetidas a um martelar constante, um ataque à carne pelas vibrações do som divino”.
A prática do mantra pode ajudar você a se sentir mais calmo e energizado. Pode ajudá-lo a lidar com situações difíceis ou desagradáveis, propiciando uma idéia do que fazer ou ajudando-o a ter paciência e perspectiva para simplesmente deixar que as coisas aconteçam. Pode ajudá-lo a realizar seus desejos e transformar seus sonhos em realidade. O mantra é um método pessoal ativo e pacífico de enfrentar as situações que você deseja mudar. São fórmulas antigas de sons divinos registrados pelos antigos sábios da Índia e mantidos em confiança e segredos durante séculos, tanto na Índia como no Tibete.
Mas o mantra não é nenhuma panacéia. Não é o único nem o melhor meio de resolver todos os problemas humanos. Sua vida e seu karma – o efeito acumulado de todos os pensamentos e atos de muitas encarnações – são demasiadamente complexos para serem dominados inteiramente por algumas semanas de trabalho com fórmulas espirituais, por mais poderosas que elas possam ser. Mas a prática do mantra pode solucionar totalmente muitos dos problemas que enfrentamos e proporcionar alívio considerável a outros.
Muitos de nós também queremos ajuda para lidar com emoções e conflitos interiores. Deparamo-nos com situações que provocam reações automáticas que gostaríamos de evitar. Ficamos frustrados, tristes, furiosos e enciumados. Às vezes, nossas reações podem ser mais problemáticas do que as situações que as provocaram. Algumas palavras ditas com raiva podem causar danos enormes a uma relação de amizade ou de amor. A depressão pode tornar-se tão profunda que afasta todos e tudo de nós. Os anseios e as obsessões nos isolam. A prática dos mantras pode ajudá-lo a obter clareza tanto com respeito ao propósito da sua vida quanto de si mesmo.
Às vezes, gostaríamos simplesmente de poder ajudar os outros, mas não sabemos exatamente como. Um membro da família ou colega de trabalho passando por alguma dificuldade, ou gostaríamos de poder dar uma contribuição para melhorar a comunidade ou o mundo em que vivemos – se apenas soubéssemos o que fazer. A prática de mantras pode ajudá-lo a encontrar o meio certo de promover mudanças efetivas.
O instrumental relativamente simples do mantra pode ajudá-lo a enfrentar todas as situações e desafios que você tem diante de si. Mesmo sendo de origem antiga, ele pode ser aplicado a praticamente todos os problemas atuais como bons resultados.
Os sacerdotes hindus afirmam categoricamente que os registros por escrito dos mantras são muito mais antigos do que acreditam as autoridades acadêmicas. A história popularmente aceita dos mantras, que até hoje é transmitida por uma tradição oral ensinada nos templos hinduístas, situa o primeiro escrito na época do Mahabharata, cerca de um milênio antes de Cristo. E os mantras sânscritos já existiam pelo menos dois mil anos antes nos mitos, fábulas e lendas.
Os ensinamentos védicos eram originalmente reservados à classe dos sacerdotes, e seus rituais, assim como os próprios Vedas e os mantras contidos neles, foram transmitidos oralmente por milhares de anos. Depois de passados oralmente de geração em geração, os mantras foram pela primeira vez escritos em sânscritos sobre folhas de palmeiras, para que pudessem ser preservados. Os primeiros “bibliotecários” eram famílias que se dedicavam à preservação desses mantras por escrito. Catalogados por assunto, utilidade e efeito, os mantras eram meticulosamente guardados e protegidos da ação dos elementos.
Quando as folhas de palmeiras ficavam quebradiças ou mofadas, os mantras eram recopiados em folhas novas enquanto ainda legíveis.
Com o aumento do número de mantras compilados nem mesmo famílias inteiras conseguiam dar conta da necessidade de recopiá-los para preservar a biblioteca. Para dar conta do crescente acúmulo de novos mantras, foram feitos resumos de algumas partes. Esses resumos condensavam estantes inteiras de informações em um punhado de folhas. Isso funcionava por muitos séculos até o acúmulo voltar a ficar excessivo.
Então os conteúdos eram novamente sumarizados. Passavam-se outras tantas centenas de anos e o ciclo voltava a se repetir. Ao longo de todos os vários milênios de compilação dos sumários, certas partes eram consideradas tão importantes que nunca foram resumidas, mas mantidas intactas.
Esses ensinamentos hindus de inspiração e introvisão seguiram um percurso semelhante da transmissão oral para a transcrição em sânscrito.
Os Upanishades são os resumos dos resumos dos resumos dos ensinamentos criados há muitos milhares de anos. Os upanishades contêm os Cantos da Floresta, ou Aranyakas, e os Brahmanas, que são fragmentos de obras maiores, extraviadas. Os quadro Vedas sobreviveram quase intactos e na íntegras: Rig Vedas, Artharva Veda, Yajur Veda e Sama Veda. Em certo sentido, os Vedas e os Upanishades são todos coletâneas de mantras sanscríticos reunidos com a intenção de transmitir idéias atemporais a respeito de uma ampla variedade de assuntos.
A quantidade de informações contidas até mesmo nesses sumários fragmentados é espantosa. Um sistema completo de medicina está contida no Artharva Veda – sistema que a medicina ocidental só recentemente começou a reconhecer como válido. No Rig Veda, questões espirituais de cosmologia e desenvolvimento pessoal são expostas em fórmulas e práticas místicas grandiosas. Entre o ano 1000 a.C. e o final do primeiro milênio da era cristã, sábios, eruditos e místicos, como Patañjali (200 a.C.), Shankaracharya (800 d.C.) e outros introduziram práticas ainda mais específicas para o desenvolvimento espiritual e a solução de problemas. É por esses instrumentos que o sânscrito recebeu o título de Deva Língua ou “linguagem dos deuses”, indício de que até mesmo os mortais podem comungar com os deuses e tornar-se iguais a eles: poderosos e imortais. O primeiro requisito, entretanto, é aprender a “falar a língua” e, com isso, usar o poder que ela contém. O mantra é a linguagem pela qual invocamos os deuses e suas energias.
Além disso, muitas línguas ocidentais, que os dicionários costumam classificar como indo-européias, tem raízes sanscríticas. O sânscrito merece realmente seu outro título, o de “Mãe das Línguas” (ou Língua Mãe), como os eruditos a denominam. Em sânscrito mata é “mãe” e pitra, “pai”, palavras evidentemente próximas das latinas mater e pater. As línguas românicas (espanhol, italiano, português, francês e romeno) são derivadas do latim, que por sua vez é derivado do sânscrito, que foi falado por muitos séculos antes do surgimento do latim.
2. Os mantras são também sons provenientes dos chakras. Cada uma das cinqüenta letras do alfabeto sânscrito corresponde a uma das cinqüenta pétalas dos seis chakras, da base da coluna à fronte. O mantra sanscrítico transmite vibrações para as letras contidas nas palavras do mantra, que energizam a pétala e atraem a energia espiritual da atmosfera circundante para a pessoa que está recitando o mantra. Dessa maneira, o mantra afeta tanto o seu corpo físico quanto sua consciência espiritual. E a pessoa literalmente cresce, espiritual e fisicamente.
3. O mantra – combinado com a intenção – aumenta os benefícios físicos e espirituais. Quando combinamos a energia física do mantra, a vibração sonora, com a energia mental da intenção e da atenção, aumentamos, fortalecemos e direcionamos o efeito energético do mantra. A intenção, a razão de estarmos recitando o mantra, é transmitida pela vibração física, produzindo um efeito. Essa é a essência do mantra sanscrítico.
4. Os mantras só podem ser expressos em palavras de forma aproximada. Se queremos dizer a uma criança pequena que ela não deve tocar no forno, procuramos explicar a ela que o formo queima. Entretanto, palavras não bastam para passar a experiência. Somente o ato de tocar no forno e ser queimado define o verdadeiro significado das palavras “quente” e “queimar”, quando relacionadas com “forno”. Em essência, não existe nenhuma linguagem que traduza a experiência de ser queimado. O mesmo acontece com os mantras. A única verdadeira definição é a experiência que o mantra acaba produzindo na pessoa que o pratica. No entanto, da “vidência” original de um determinado mantra até as experiências partilhadas de maneira idêntica pelas pessoas que o usaram posteriormente, o mantra vai ganhar uma “definição baseada na experiência”, ou seja, ela vai ficar conhecido pelos efeitos que produz.
5. O mantra energiza o prana. Prana é a energia essencial que pode ser transferida de uma pessoa para outra. Certos terapeutas operam através de uma transferência consciente de prana; um terapeuta de massagem habilidoso, por exemplo, pode muitas vezes transferir prana com efeitos benéficos. A autocura também é possível através da concentração de prana em órgãos específicos. Quando recitamos um determinado mantra visualizando um órgão interno banhando em luz, o poder do mantra pode concentra-se nesse órgão com efeito positivo. O ato de visualizar, nesse caso, funciona como intenção, foco e direcionamento da energia produzida pelo mantra.
6. Os mantras produzem energias comparáveis à do fogo. O fogo pode cozinhar sua comida ou incendiar uma floresta. É o mesmo fogo. Os mantras, também invocam energias poderosas e, por isso, devem ser tratados com respeito. Existem certar formular tão poderosas de mantras que têm de ser aprendidas e praticadas sob supervisão cuidadosa de um instrutor qualificado. Essas são mantidas como segredos bem guardados e não deixaram o Extremo Oriente. Os mantras que são amplamente usados no Ocidente são perfeitamente seguros para serem praticados diariamente, mesmo com intensidade.
Quando recitamos mantras, desencadeamos uma vibração poderosa que corresponde tanto a um nível específico de energia espiritual quanto a um estado de consciência de forma embrionária. Aos poucos, a vibração do mantra começa a superar todas as vibrações menores. Essas acabam sendo absorvidas pelo mantra. Depois de um tempo, cuja extensão varia de pessoa para pessoa, a grande onda vibratória do mantra silencia todas as outras vibrações no interior de determinados órgãos e sistemas. Finalmente, a pessoa estará em perfeita harmonia com a energia e o estado espiritual representados pelo mantra contido nele.
A prática de mantra sanscrítico aumenta a vitalidade e a capacidade de utilização de energia pelos chakras no nosso corpo etérico e pelos órgãos de nosso corpo físico. À medida que vamos nos aperfeiçoando como praticantes de mantras, novas experiências podem nos ser proporcionadas. Certas pessoas podem começar a ver auras – as faixas de luzes coloridas que envolvem cada um de nós como uma auréola. Outras podem perceber a entrada de uma energia misteriosa pelas mãos ou pelos pés. E que a intuição começa a ficar muito mais aguçada.
Assim como existe uma grande variedade de habilidade humanas, existem também uma grande diversidade de aplicações para essa nova energia disponível. Muitos de nós terão seus males físicos curados, condições de vida indesejadas alteradas e karmas negativos eliminados.
Durante toda a nossa vida, a energia vital do prana perpassa o nosso sistema bioespiritual.
Os chakras rodopiam, recebendo e distribuindo energia, e os órgãos físicos desempenham suas funções como a energia disponível.
Exatamente como a prática de mantra purifica e energiza o corpo, a repetição dele tem um efeito similar no corpo sutil. Mesmo a recitação de uma mantra em voz extremamente suave afeta os chakras que correspondem aos centros nervosos do corpo físico. O simples fato de pensar num mantra – pronunciando-o mentalmente em silêncio pode estimular o processo de remoção de impurezas espirituais, energizando os chakras e queimando os karmas.
A palavra mantra provém do sânscrito e tem muitas diferenças sutis de significado
“instrumento da mente”, “linguagem divina” e “linguagem da fisilogia espiritual humana” são apenas algumas de suas conotações. O mantra é um instrumento para curar os problemas que todos nós enfrentamos na vida. Como afirma o mestre místico sufi Vilayat Inayat Khan: “A prática do mantra literalmente amassa a carne do corpo com a repetição de sons. As células delicadas dos complexos feixes de nervos são submetidas a um martelar constante, um ataque à carne pelas vibrações do som divino”.
A prática do mantra pode ajudar você a se sentir mais calmo e energizado. Pode ajudá-lo a lidar com situações difíceis ou desagradáveis, propiciando uma idéia do que fazer ou ajudando-o a ter paciência e perspectiva para simplesmente deixar que as coisas aconteçam. Pode ajudá-lo a realizar seus desejos e transformar seus sonhos em realidade. O mantra é um método pessoal ativo e pacífico de enfrentar as situações que você deseja mudar. São fórmulas antigas de sons divinos registrados pelos antigos sábios da Índia e mantidos em confiança e segredos durante séculos, tanto na Índia como no Tibete.
Mas o mantra não é nenhuma panacéia. Não é o único nem o melhor meio de resolver todos os problemas humanos. Sua vida e seu karma – o efeito acumulado de todos os pensamentos e atos de muitas encarnações – são demasiadamente complexos para serem dominados inteiramente por algumas semanas de trabalho com fórmulas espirituais, por mais poderosas que elas possam ser. Mas a prática do mantra pode solucionar totalmente muitos dos problemas que enfrentamos e proporcionar alívio considerável a outros.
A vida e os desejos
A prática de mantras pode ajudar você a lidar com os problemas e necessidades materiais da vida. Todos nós queremos ou necessitamos de algo, ou desejamos realizar mudanças em nossa vida. Algumas pessoas querem encontrar um parceiro. Outras estão em busca de um novo trabalho ou carreira. Muitos de nós já tivemos problemas de saúde ou conhecemos alguém que tenha. Todos nós passamos por dificuldades financeiras em uma ou outra fase da vida. Temos desejos que podem ser tão simples como a compra de um carro novo ou tão complexo como aparar as arestas nas relações familiares.Muitos de nós também queremos ajuda para lidar com emoções e conflitos interiores. Deparamo-nos com situações que provocam reações automáticas que gostaríamos de evitar. Ficamos frustrados, tristes, furiosos e enciumados. Às vezes, nossas reações podem ser mais problemáticas do que as situações que as provocaram. Algumas palavras ditas com raiva podem causar danos enormes a uma relação de amizade ou de amor. A depressão pode tornar-se tão profunda que afasta todos e tudo de nós. Os anseios e as obsessões nos isolam. A prática dos mantras pode ajudá-lo a obter clareza tanto com respeito ao propósito da sua vida quanto de si mesmo.
Às vezes, gostaríamos simplesmente de poder ajudar os outros, mas não sabemos exatamente como. Um membro da família ou colega de trabalho passando por alguma dificuldade, ou gostaríamos de poder dar uma contribuição para melhorar a comunidade ou o mundo em que vivemos – se apenas soubéssemos o que fazer. A prática de mantras pode ajudá-lo a encontrar o meio certo de promover mudanças efetivas.
O instrumental relativamente simples do mantra pode ajudá-lo a enfrentar todas as situações e desafios que você tem diante de si. Mesmo sendo de origem antiga, ele pode ser aplicado a praticamente todos os problemas atuais como bons resultados.
As complicações dos mantras
Os estudiosos modernos e o sacerdotes védicos divergem quanto à época em que os mantras foram registrados por escrito. Alguns eruditos datam os primeiros registros por escrito das quatro escrituras védicas de 1000 a.C., embora a versão mais antiga existente do Rig Veda seja datada só no século XIV da nossa era. No entanto, em The Principal Upanishads, o respeitado sábio S. Radhakrishnan, citando The Religion of the Vedas de Bloomfield, afirma: “Os Vedas não apenas constituem o mais antigo monumento literário da Índia, mas também a mais antiga literatura dos povos indo-europeus, anterior à da Grécia ou de Israel.” Os mais antigos hinos e mantras contidos no Rig Veda são tradicionalmente datados como sendo de 1500 a.C. e possivelmente até mesmo antes e 4000 a.C.Os sacerdotes hindus afirmam categoricamente que os registros por escrito dos mantras são muito mais antigos do que acreditam as autoridades acadêmicas. A história popularmente aceita dos mantras, que até hoje é transmitida por uma tradição oral ensinada nos templos hinduístas, situa o primeiro escrito na época do Mahabharata, cerca de um milênio antes de Cristo. E os mantras sânscritos já existiam pelo menos dois mil anos antes nos mitos, fábulas e lendas.
Os ensinamentos védicos eram originalmente reservados à classe dos sacerdotes, e seus rituais, assim como os próprios Vedas e os mantras contidos neles, foram transmitidos oralmente por milhares de anos. Depois de passados oralmente de geração em geração, os mantras foram pela primeira vez escritos em sânscritos sobre folhas de palmeiras, para que pudessem ser preservados. Os primeiros “bibliotecários” eram famílias que se dedicavam à preservação desses mantras por escrito. Catalogados por assunto, utilidade e efeito, os mantras eram meticulosamente guardados e protegidos da ação dos elementos.
Quando as folhas de palmeiras ficavam quebradiças ou mofadas, os mantras eram recopiados em folhas novas enquanto ainda legíveis.
Com o aumento do número de mantras compilados nem mesmo famílias inteiras conseguiam dar conta da necessidade de recopiá-los para preservar a biblioteca. Para dar conta do crescente acúmulo de novos mantras, foram feitos resumos de algumas partes. Esses resumos condensavam estantes inteiras de informações em um punhado de folhas. Isso funcionava por muitos séculos até o acúmulo voltar a ficar excessivo.
Então os conteúdos eram novamente sumarizados. Passavam-se outras tantas centenas de anos e o ciclo voltava a se repetir. Ao longo de todos os vários milênios de compilação dos sumários, certas partes eram consideradas tão importantes que nunca foram resumidas, mas mantidas intactas.
Esses ensinamentos hindus de inspiração e introvisão seguiram um percurso semelhante da transmissão oral para a transcrição em sânscrito.
Os Upanishades são os resumos dos resumos dos resumos dos ensinamentos criados há muitos milhares de anos. Os upanishades contêm os Cantos da Floresta, ou Aranyakas, e os Brahmanas, que são fragmentos de obras maiores, extraviadas. Os quadro Vedas sobreviveram quase intactos e na íntegras: Rig Vedas, Artharva Veda, Yajur Veda e Sama Veda. Em certo sentido, os Vedas e os Upanishades são todos coletâneas de mantras sanscríticos reunidos com a intenção de transmitir idéias atemporais a respeito de uma ampla variedade de assuntos.
A quantidade de informações contidas até mesmo nesses sumários fragmentados é espantosa. Um sistema completo de medicina está contida no Artharva Veda – sistema que a medicina ocidental só recentemente começou a reconhecer como válido. No Rig Veda, questões espirituais de cosmologia e desenvolvimento pessoal são expostas em fórmulas e práticas místicas grandiosas. Entre o ano 1000 a.C. e o final do primeiro milênio da era cristã, sábios, eruditos e místicos, como Patañjali (200 a.C.), Shankaracharya (800 d.C.) e outros introduziram práticas ainda mais específicas para o desenvolvimento espiritual e a solução de problemas. É por esses instrumentos que o sânscrito recebeu o título de Deva Língua ou “linguagem dos deuses”, indício de que até mesmo os mortais podem comungar com os deuses e tornar-se iguais a eles: poderosos e imortais. O primeiro requisito, entretanto, é aprender a “falar a língua” e, com isso, usar o poder que ela contém. O mantra é a linguagem pela qual invocamos os deuses e suas energias.
A Deva língua
Embora os mantras, os Vedas e os Upanishades sejam todos escritos em sânscrito, essa língua não é mais falada nas conversas corriqueiras. Como o sânscrito não é falado amplamente entre a população em geral de nenhum país, ele é tecnicamente classificado como uma língua “morta”. No entanto, todas as práticas religiosas e tradições hinduístas são ensinadas, conduzidas e transmitidas em sânscrito. A maioria das práticas budistas que fazem uso da palavra expressa continua mantendo o grosso de seu conteúdo em sânscrito. Todos os Swamis e mestres indianos que vieram para o Ocidente praticam sistemas de desenvolvimento pessoal derivados de textos em sânscrito. De maneira que considerar o sânscrito uma língua morta é não levar em conta as práticas diárias de muitos milhões de pessoas.Além disso, muitas línguas ocidentais, que os dicionários costumam classificar como indo-européias, tem raízes sanscríticas. O sânscrito merece realmente seu outro título, o de “Mãe das Línguas” (ou Língua Mãe), como os eruditos a denominam. Em sânscrito mata é “mãe” e pitra, “pai”, palavras evidentemente próximas das latinas mater e pater. As línguas românicas (espanhol, italiano, português, francês e romeno) são derivadas do latim, que por sua vez é derivado do sânscrito, que foi falado por muitos séculos antes do surgimento do latim.
Algumas verdades fundamentais a serem lembradas com respeito aos mantras
1. Os mantras são sons de base energética. As palavras usadas nas conversas derivam seu poder do significado que contêm. O mantra deriva seu poder do efeito energético produzido por seu som. Recitar um mantra produz uma determinada vibração física em forma de um som que, por sua vez, produz vários “efeitos energéticos” nos corpos físicos e sutil.2. Os mantras são também sons provenientes dos chakras. Cada uma das cinqüenta letras do alfabeto sânscrito corresponde a uma das cinqüenta pétalas dos seis chakras, da base da coluna à fronte. O mantra sanscrítico transmite vibrações para as letras contidas nas palavras do mantra, que energizam a pétala e atraem a energia espiritual da atmosfera circundante para a pessoa que está recitando o mantra. Dessa maneira, o mantra afeta tanto o seu corpo físico quanto sua consciência espiritual. E a pessoa literalmente cresce, espiritual e fisicamente.
3. O mantra – combinado com a intenção – aumenta os benefícios físicos e espirituais. Quando combinamos a energia física do mantra, a vibração sonora, com a energia mental da intenção e da atenção, aumentamos, fortalecemos e direcionamos o efeito energético do mantra. A intenção, a razão de estarmos recitando o mantra, é transmitida pela vibração física, produzindo um efeito. Essa é a essência do mantra sanscrítico.
4. Os mantras só podem ser expressos em palavras de forma aproximada. Se queremos dizer a uma criança pequena que ela não deve tocar no forno, procuramos explicar a ela que o formo queima. Entretanto, palavras não bastam para passar a experiência. Somente o ato de tocar no forno e ser queimado define o verdadeiro significado das palavras “quente” e “queimar”, quando relacionadas com “forno”. Em essência, não existe nenhuma linguagem que traduza a experiência de ser queimado. O mesmo acontece com os mantras. A única verdadeira definição é a experiência que o mantra acaba produzindo na pessoa que o pratica. No entanto, da “vidência” original de um determinado mantra até as experiências partilhadas de maneira idêntica pelas pessoas que o usaram posteriormente, o mantra vai ganhar uma “definição baseada na experiência”, ou seja, ela vai ficar conhecido pelos efeitos que produz.
5. O mantra energiza o prana. Prana é a energia essencial que pode ser transferida de uma pessoa para outra. Certos terapeutas operam através de uma transferência consciente de prana; um terapeuta de massagem habilidoso, por exemplo, pode muitas vezes transferir prana com efeitos benéficos. A autocura também é possível através da concentração de prana em órgãos específicos. Quando recitamos um determinado mantra visualizando um órgão interno banhando em luz, o poder do mantra pode concentra-se nesse órgão com efeito positivo. O ato de visualizar, nesse caso, funciona como intenção, foco e direcionamento da energia produzida pelo mantra.
6. Os mantras produzem energias comparáveis à do fogo. O fogo pode cozinhar sua comida ou incendiar uma floresta. É o mesmo fogo. Os mantras, também invocam energias poderosas e, por isso, devem ser tratados com respeito. Existem certar formular tão poderosas de mantras que têm de ser aprendidas e praticadas sob supervisão cuidadosa de um instrutor qualificado. Essas são mantidas como segredos bem guardados e não deixaram o Extremo Oriente. Os mantras que são amplamente usados no Ocidente são perfeitamente seguros para serem praticados diariamente, mesmo com intensidade.
Os mantras e a transformação da consciência
A consciência humana existe simultaneamente em muitos níveis. Na realidade, é uma complexidade de estados de consciência distribuídos pelos corpos físicos e etéricos. De fato, cada órgão do corpo tem uma consciência primitiva própria que lhe permite desempenhar certas funções específicas. Cada órgão é também parte de um sistema. Os sistemas cardiovascular, reprodutivo, digestivo e nervoso, todos incluem órgãos funcionando em estágios um pouco diferentes de um mesmo processo. Níveis semelhantes de funcionamento e estados de consciência existem também no corpo sutil.Quando recitamos mantras, desencadeamos uma vibração poderosa que corresponde tanto a um nível específico de energia espiritual quanto a um estado de consciência de forma embrionária. Aos poucos, a vibração do mantra começa a superar todas as vibrações menores. Essas acabam sendo absorvidas pelo mantra. Depois de um tempo, cuja extensão varia de pessoa para pessoa, a grande onda vibratória do mantra silencia todas as outras vibrações no interior de determinados órgãos e sistemas. Finalmente, a pessoa estará em perfeita harmonia com a energia e o estado espiritual representados pelo mantra contido nele.
A prática de mantra sanscrítico aumenta a vitalidade e a capacidade de utilização de energia pelos chakras no nosso corpo etérico e pelos órgãos de nosso corpo físico. À medida que vamos nos aperfeiçoando como praticantes de mantras, novas experiências podem nos ser proporcionadas. Certas pessoas podem começar a ver auras – as faixas de luzes coloridas que envolvem cada um de nós como uma auréola. Outras podem perceber a entrada de uma energia misteriosa pelas mãos ou pelos pés. E que a intuição começa a ficar muito mais aguçada.
Assim como existe uma grande variedade de habilidade humanas, existem também uma grande diversidade de aplicações para essa nova energia disponível. Muitos de nós terão seus males físicos curados, condições de vida indesejadas alteradas e karmas negativos eliminados.
Durante toda a nossa vida, a energia vital do prana perpassa o nosso sistema bioespiritual.
Os chakras rodopiam, recebendo e distribuindo energia, e os órgãos físicos desempenham suas funções como a energia disponível.
Exatamente como a prática de mantra purifica e energiza o corpo, a repetição dele tem um efeito similar no corpo sutil. Mesmo a recitação de uma mantra em voz extremamente suave afeta os chakras que correspondem aos centros nervosos do corpo físico. O simples fato de pensar num mantra – pronunciando-o mentalmente em silêncio pode estimular o processo de remoção de impurezas espirituais, energizando os chakras e queimando os karmas.
Mantra Om
Eles identificaram como o som elemental o mantra ?Om? (ou ?aum?), representando a consciência universal infinita. Por milhares de anos, as pessoas usaram esse mantra para expandir sua consciência do divino.
Também conseguiram identificar todas as vibrações primordiais ou mantras que construíram o universo, e esses foram eventualmente registrados na literatura Védica ? os quatro textos que formam as bases da religião hinduísta.
Na verdade, se quiser se sentar e meditar silenciosamente, você mesmo pode ouvir todos os mantras que os sábios registraram há tantos milênios; se conseguir prestar atenção, poderá perceber um murmúrio ao fundo, pairando no ar. Ao praticar a plena atenção nesse murmúrio, poderá ouvir todos os mantras registrados há tanto tempo.
A vibração que é emitida ao entoar esses mantras provoca uma limpeza e purificação do corpo e da alma. São palavras poderosas que foram transmitidas pelos séculos com a intenção de ajudarem os homens a evoluir com mais facilidade. Eles podem ser pronunciados em voz alta ou até mesmo em silêncio.
Mantra, o silêncio e a mente
Repetir silenciosamente um mantra enquanto você medita é uma forma muito eficaz de adentrar o silêncio da mente. Ao repetir o mantra, ele cria uma vibração mental que permite à pessoa experimentar níveis cada vez mais profundos de consciência.
Quando você medita, o mantra se torna, aos poucos, abstrato e difícil de compreender, de ouvir, até que você finalmente seja levado para o campo da pura consciência de onde veio a vibração do mantra.
O mantra entoado repetidas vezes te ajuda a se desconectar dos pensamentos que preenchem sua mente para que você possa entrar, enfim, por uma das brechas que existem entre os pensamentos.
Mantras são ferramentas que te ajudam a meditar. Eles podem ser vistos como palavras com intenções sutis e com o poder de nos conectar à fonte de tudo o que existe, com Deus, a inteligência suprema que criou o universo.
As experiências de estados meditativos mais profundos fazem com que todos os pensamentos e preocupações sejam ignorados, de forma que você encontre a quietude que sempre existe por baixo do diálogo barulhento que acontece em nossa mente. Nessa tranquilidade, é possível sentir-se parte de um todo, sentir a unidade com a vida e uma paz profunda.
Mantras indianos e mantras budistas
Cada mantra induz a diferentes vibrações na mente, e é por isso que as pessoas usam mantras diferentes dependendo das suas intenções. Porém, os mantras não possuem um significado especial; de acordo com Deepak Chopra, eles são simplesmente vibrações da consciência.
Veja abaixo as intenções de alguns mantras indianos e mantras budistas:
Om (om, ou oum, ou aum):
É o mantra primordial, o som da Criação e do Divino, o mais protetor e forte do Universo, e que também representa o passado, o presente e o futuro.
Om Namo Narayanaya (om namô naraianaia):
Mantra entoado para pedir auxílio e a presença de Vishnu, a divindade hindu paterna, também chamado de Narayanaya. Sintoniza a pessoa que o pronuncia com o Amor Divino e Incondicional, com a Luz Divina.
Om Gam Ganapataye Namaha (om gam ganapataiê namarrá):
Este mantra ajuda a resolver problemas e dificuldades, a encontrar as soluções, e também unir o desejo à sua concretização. Ligado ao deus hindu Ganesha.
Om Kali Ma (om cali má):
Ligado à Deusa Mãe Kali, deusa da destruição, é um mantra extremamente forte que invoca a energia da destruição de todo o mal e a elevação da alma ao encontro da Divindade.
Om Namah Shivaya (om namá xivaia):
Este mantra ajuda a ancorar força, independência, proteção e ambição para transformar. Está ligado ao deus hindu Shiva, chamado de o ?Destruidor? ou o ?Transformador?.
Aham Brahmasmi (arram bramásmi):
É um mantra abstrato, pois não está ligado a nenhuma divindade em especial, mas tem ligação com a unidade do Universo. Quando o entoamos, a nossa essência se conecta à fonte de tudo o que existe.
Om Radha Krishnaya Namaha (om radá krishinaia namarrá):
Eleva a energia do amor e da união, ligado aos deuses enamorados, Krishna e Radha. Ajuda a unificar laços e relações, chamado de mantra do matrimônio também.
Om Shreem Mahalakshmiyei Namaha (om xirim marralakshimiei namarrá):
Ligado à deusa mãe Lakshmi, traz prosperidade e abundância, tanto espiritual como física.
Om Tare Tuttare Ture Swaha (om tare tutare turê suarrá):
Ligado à deusa Tara Verde (uma das representações da divindade feminina Tara, ?a mãe de todos os budas?). Quem o pronuncia consegue limpar todas as impurezas no nosso corpo e alma, ajuda a entrar em meditação mais profunda e também a resolver problemas, clarifica a mente. Tara Verde é o Bodhisattva da compaixão em ação,segundo os budistas,e é vista como uma deusa libertadora. O mantra entoado de forma correta pode eliminar interferências como medo, ressentimento e insegurança, acelera a realização das causas positivas, traz proteção, fé e coragem.
Om Mani Padme Hum (om mani peme rum):
É o mantra mais importante do budismo, também conhecido como o mantra da flor de lótus. Ajuda a harmonizar e traz consigo a energia da compaixão. Uma tradução para seu significado poderia ser ?da lama nasce a flor de lótus?, como uma metáfora para a transmutação de energias negativas, como tristeza, mágoa, rancor, para energias e vibrações elevadas como compaixão, amor, bondade, paz.
Pronúncia do mantra
A pronúncia do mantra é considerada muito importante para os hinduístas e budistas, muitas tradições espirituais enfatizam muito a correta pronunciação de cada sílaba. Acredita-se que, se a pronúncia não for observada, a sua vibração muda, e assim não nos conduz ao estado meditativo desejado.
Por outro lado, há praticantes que não levam tão a ferro e fogo a forma de entoar, e dão mais valor à intenção de quem o entoa, como é o caso de Deepak Chopra. Ele diz que se alguém tenta manter a pronúncia exata enquanto a mente está em processo de transcendência para alcançar um estado mais profundo de meditação, o esforço consciente para pronunciar o mantra corretamente atrapalha processo natural da meditação.
Por isso, deixamos entre parênteses, com os mantras acima, a pronúncia aproximada de cada um, para que você consiga se orientar minimamente. Evidentemente, um brasileiro pronuncia de forma diferente de um inglês, de um alemão, ou seja, uma pequena variação sempre existirá.
O que realmente importa é se colocar presente enquanto realiza a prática de meditação junto com os mantras, colocando seu coração aberto e receptivo, soltando o corpo e deixando que a mente se esvazie por meio da repetição. A posição para praticar é a mesma de uma meditação comum.
Além dos mantras budistas e indianos que conhecemos neste artigo, existem muitos outros. Também é possível usar frases como mantras e repeti-los a fim de que a mente internalize a intenção delas. São chamadas também de afirmações, e são muito utilizadas em processos terapêuticos.
Você pode utilizá-las para alcançar algo que deseja, como serenidade, paz, amor, prosperidade, coragem, harmonia, alegria, discernimento, disciplina. A repetição de uma única palavra também funciona, assim como o nome de divindades, entidades, santos, anjos e mestres espirituais em que você confia e se devota.
Existem três formas básicas para entoar os mantras: cantando, dizendo em voz alta ou repetindo mentalmente. Faça da forma que for mais natural para você, ok?
Desejamos um momento de muita conexão e transcendência com a prática dos mantras.
Forte abraço,
Redação Luz da Serra
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