UM CAMINHO DE CURA
Acupuntura no tratamento do câncer de mama
Segundo tipo mais frequente de câncer no mundo, o câncer de mama ainda é responsável por muitas mortes todos os anos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa de novos casos em 2012 foi de mais de 52 mil. “Os esforços com relação aos tratamentos do câncer de mama se fazem sempre com o escopo de aumentar a eficácia com o mínimo de efeitos colaterais. Apesar da crescente melhora, infelizmente ainda estamos longe deste ideal”, explica o mastologista João Luis de Genova C. Joaquim, do Instituto Radium de Campinas. De acordo com Aparecida Enomoto, graduada em Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a acupuntura ajuda a minimizar esses efeitos colaterais. A especialista explica como a técnica pode ajudar mulheres com câncer de mama.
O que é acupuntura
A técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa trabalha com pontos específicos do corpo e busca a harmonização e o bem-estar do organismo. “É um conjunto de procedimentos que permitem o estímulo preciso e anatômico por meio de agulhas ou sementes em locais definidos como meridianos, onde circulam a energia do corpo”, explica a especialista. O Sistema Nervoso Central responde a esses estímulos em defesa do organismo, buscando o equilíbrio.
O que é acupuntura
A técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa trabalha com pontos específicos do corpo e busca a harmonização e o bem-estar do organismo. “É um conjunto de procedimentos que permitem o estímulo preciso e anatômico por meio de agulhas ou sementes em locais definidos como meridianos, onde circulam a energia do corpo”, explica a especialista. O Sistema Nervoso Central responde a esses estímulos em defesa do organismo, buscando o equilíbrio.
Acupuntura e o câncer de mama“O tratamento contra o câncer acaba agredindo todo o corpo, e a acupuntura ajuda a reequilibrar as energias, além de fortalecer e estimular as defesas do corpo”, diz Aparecida. Náusea, vômitos, transpiração excessiva, queda da imunidade, depressão, tristeza, calores são sintomas bem controlados com a acupuntura. A técnica ajuda a reduzir a dor e os efeitos colaterais da quimioterapia, além de aumentar os hormônios da alegria (serotonina e endorfina).
“Durante a quimioterapia, não podem ser inseridas as agulhas, porque a umidade do corpo está muito baixa, então usamos somente a acupuntura sem agulhas”, ressalta a especialista em MTC. O tratamento, que pode durar até cinco anos, costuma abalar a autoestima e a libido feminina. “A acupuntura também ajuda a aumentar a libido”, completa.
Segundo Aparecida, qualquer mulher pode e deve fazer acupuntura e o efeito é imediato. “É uma técnica que ajuda a melhorar a qualidade de vida de maneira geral. Duas vezes por semana é o suficiente para a pessoa se sentir melhor com mais energia e disposição”, completa a especialista.
Estudo comprova benefícios da acupuntura após cirurgia de câncer de mama
Uma pesquisa inédita conduzida na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) conseguiu comprovar que a acupuntura pode ser utilizada para combater complicações decorrentes de cirurgias para a retirada do câncer de mama, diminuindo, inclusive, o tempo de recuperação de males como a falta de mobilidade dos membros superiores e do linfedema (inchaço nos braços e pescoço provocado por má circulação).
A pesquisadora Michele Alem, da Faculdade de Ciências Médicas, mostrou, em sua tese de doutorado, que o método ajuda a combater os sintomas mais rápido do que a medicina convencional. "Houve melhora significativa nas limitações de amplitude de movimento de ombro na flexão, bem como no grau do linfedema, após o sexto mês de terapia com acupuntura", relata.
O procedimento padrão utilizado para combater o problema é drenagem linfática manual, que deve ser realizada em, no mínimo, três vezes por semana, com duração aproximada de 90 minutos. Além disso, a paciente deve permanecer com faixas nos locais, o que dificulta a realização das atividades diárias.
O tratamento com acupuntura para esse tipo de caso ainda não é disponibilizado na rede pública de saúde. "Por enquanto, apenas alguns fisioterapeutas, em consultórios particulares, estão utilizando essa técnica", comenta a pesquisadora, afirmando que, com a publicação do estudo, essa situação pode mudar. "Trata-se de uma comprovação inédita e, por isso, a técnica pode ser recomendada para a rede pública no futuro", disse.Já com a acupuntura, são necessárias menos sessões, que também duram menos tempo, para que os efeitos sejam alcançados. "Nosso trabalho utilizou uma sessão semanal, de 30 minutos", contou.
Prevenção
Alem ressalta, porém, que a técnica mostra mais eficácia quando utilizada logo após a cirurgia, de maneira preventiva. "As mulheres são orientadas a aprender a conviver com o inchaço crônico do braço, somente procurando ajuda quando o quadro já está instalado, impedindo ou dificultando a realização das atividades de vida diária. Se as sessões forem feitas desde o pós-operatório, os resultados melhoram ainda mais, inclusive impedindo o aparecimento dos linfedemas", comenta.
Outro dado animador, segundo Michele, é que, além da melhora acontecer com menos sessões realizadas, nenhuma das pacientes analisadas apresentou quadros de flebite (inflamação na veia), mesmo aquelas que anteriormente ao tratamento apresentavam crises periodicamente, chegando em alguns casos a necessitar internação.
O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil. São quase 60 mil novos casos por ano, com uma média de 12 mil mortes, segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Combate ao Câncer). Cerca de 25 mil mulheres precisam fazer a mastectomia (retirada cirúrgica da mama). Entre essas pacientes, 63,6% têm problemas no pós-operatório.
Nos casos mais severos, o linfedema causa grande dor e impede a realização de atividades corriqueiras, como tarefas domésticas. Já a diminuição na capacidade de movimentação ocorre quando a mulher perde mais de 20 graus de amplitude de movimento (o normal é 180 graus).
Como foi feita a pesquisa
Na pesquisa, realizada de fevereiro a dezembro de 2004 em pacientes das Redes de Combate ao Câncer de Rio Claro e São Carlos, foram avaliadas 29 mulheres portadoras de câncer de mama submetidas à mastectomia radical ou quadrantectomia com esvaziamento axilar e que apresentavam linfedema e diminuição na amplitude dos movimentos.
As mulheres que aceitaram participar do estudo foram submetidas ao total de 24 sessões de acupuntura, sendo uma por semana, totalizando seis meses de tratamento.
Foi realizada uma avaliação prévia à intervenção para a determinação do linfedema e da restrição da amplitude dos movimentos e as avaliações foram repetidas ao final do primeiro, do terceiro e do sexto mês de tratamento. Os critérios de avaliação foram aplicados em questionários que mensurava a sensação de bem-estar, impacto da cirurgia sobre a vida, sono, atividades de vida diária, sensação de peso e repuxamento no membro afetado.
Eduardo Schiavoni
fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/02/19/estudo-comprova-beneficios-da-acupuntura-apos-cirurgia-para-retirada-de-cancer-de-mama.htm
Uma pesquisa inédita conduzida na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) conseguiu comprovar que a acupuntura pode ser utilizada para combater complicações decorrentes de cirurgias para a retirada do câncer de mama, diminuindo, inclusive, o tempo de recuperação de males como a falta de mobilidade dos membros superiores e do linfedema (inchaço nos braços e pescoço provocado por má circulação).
A pesquisadora Michele Alem, da Faculdade de Ciências Médicas, mostrou, em sua tese de doutorado, que o método ajuda a combater os sintomas mais rápido do que a medicina convencional. "Houve melhora significativa nas limitações de amplitude de movimento de ombro na flexão, bem como no grau do linfedema, após o sexto mês de terapia com acupuntura", relata.
O procedimento padrão utilizado para combater o problema é drenagem linfática manual, que deve ser realizada em, no mínimo, três vezes por semana, com duração aproximada de 90 minutos. Além disso, a paciente deve permanecer com faixas nos locais, o que dificulta a realização das atividades diárias.
O tratamento com acupuntura para esse tipo de caso ainda não é disponibilizado na rede pública de saúde. "Por enquanto, apenas alguns fisioterapeutas, em consultórios particulares, estão utilizando essa técnica", comenta a pesquisadora, afirmando que, com a publicação do estudo, essa situação pode mudar. "Trata-se de uma comprovação inédita e, por isso, a técnica pode ser recomendada para a rede pública no futuro", disse.Já com a acupuntura, são necessárias menos sessões, que também duram menos tempo, para que os efeitos sejam alcançados. "Nosso trabalho utilizou uma sessão semanal, de 30 minutos", contou.
Prevenção
Alem ressalta, porém, que a técnica mostra mais eficácia quando utilizada logo após a cirurgia, de maneira preventiva. "As mulheres são orientadas a aprender a conviver com o inchaço crônico do braço, somente procurando ajuda quando o quadro já está instalado, impedindo ou dificultando a realização das atividades de vida diária. Se as sessões forem feitas desde o pós-operatório, os resultados melhoram ainda mais, inclusive impedindo o aparecimento dos linfedemas", comenta.
Outro dado animador, segundo Michele, é que, além da melhora acontecer com menos sessões realizadas, nenhuma das pacientes analisadas apresentou quadros de flebite (inflamação na veia), mesmo aquelas que anteriormente ao tratamento apresentavam crises periodicamente, chegando em alguns casos a necessitar internação.
O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil. São quase 60 mil novos casos por ano, com uma média de 12 mil mortes, segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Combate ao Câncer). Cerca de 25 mil mulheres precisam fazer a mastectomia (retirada cirúrgica da mama). Entre essas pacientes, 63,6% têm problemas no pós-operatório.
Nos casos mais severos, o linfedema causa grande dor e impede a realização de atividades corriqueiras, como tarefas domésticas. Já a diminuição na capacidade de movimentação ocorre quando a mulher perde mais de 20 graus de amplitude de movimento (o normal é 180 graus).
Como foi feita a pesquisa
Na pesquisa, realizada de fevereiro a dezembro de 2004 em pacientes das Redes de Combate ao Câncer de Rio Claro e São Carlos, foram avaliadas 29 mulheres portadoras de câncer de mama submetidas à mastectomia radical ou quadrantectomia com esvaziamento axilar e que apresentavam linfedema e diminuição na amplitude dos movimentos.
As mulheres que aceitaram participar do estudo foram submetidas ao total de 24 sessões de acupuntura, sendo uma por semana, totalizando seis meses de tratamento.
Foi realizada uma avaliação prévia à intervenção para a determinação do linfedema e da restrição da amplitude dos movimentos e as avaliações foram repetidas ao final do primeiro, do terceiro e do sexto mês de tratamento. Os critérios de avaliação foram aplicados em questionários que mensurava a sensação de bem-estar, impacto da cirurgia sobre a vida, sono, atividades de vida diária, sensação de peso e repuxamento no membro afetado.
Eduardo Schiavoni
fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/02/19/estudo-comprova-beneficios-da-acupuntura-apos-cirurgia-para-retirada-de-cancer-de-mama.htm
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