CORAGEM DE AMAR
Diz Santo Agostinho: "A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las".
O filósofo escreveu sobre a conduta humana, sobre os erros e os acertos que cometemos em nossa trajetória. Confessou ele os dissabores que viveu. Falou de escolhas equivocadas. Dos males que a ausência de amor é capaz de causar. E nos iluminou com a esperança.
O olhar atento ao mundo, talvez, seja motivo para desacreditarmos do ser humano.
As misérias humanas não nos surpreendem mais.
Acostumamo-nos com a maldade, com a mentira, com a injustiça, o que é triste e demonstra que estamos negando nossa própria essência.
Perdemos nossa capacidade de indignação. Acovardamo-nos diante da vida.
Cada vez menos falamos de valores como generosidade,companheirismo, respeito e compaixão. Interesses pouco humanos estão transformando as nossas relações em palcos de guerra.
Guerreamos contra o diferente ou contra o semelhante que pode ocupar o nosso espaço - tosca impressão, porque nada nos pertence. Partiremos, um dia, como chegamos: carregando apenas uma chama inapagável que se chama amor.
É o amor que nos identifica, que nos retira da multidão, que nos faz únicos. Entretanto, com essas turbulências todas, é preciso coragem para amar, para não se deixar levar pelos equívocos de um aplauso rápido por ter atingido alguém com a pedra da crueldade.
A vítima é um irmão meu. Um irmão é como uma parte de um mesmo corpo. Quando atingido, o corpo todo dói. Talvez por isso uma dor comum nos adoeça.
Doentes ficamos todos quando não nos indignamos ao ver as injustiças contra o nosso irmão. Fechar os olhos não resolve a dor alheia nem a nossa.
Coragem. Se não temos o poder de mudar o mundo, mudemos o mundo que nos cerca.
Comecemos uma silenciosa revolução no nosso entorno, mostrando que somos capazes de fazer as escolhas corretas. Com aquilo que fica para sempre:
Amor, amar.
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