A ENERGÉTICA DOS MOVIMENTOS ONDULATÓRIOS NA DANÇA DO VENTRE
A predisposição aos benefícios espirituais, psicobioenergéticos, da Dança do Ventre pode ser estimulada ou dificultada conforme o temperamento e a disposição mental da praticante, caso contrário todas as mulheres, incluindo as profissionais, teriam superado problemas de origens diversas.
Um exemplo bem simples é o problema de prisão de ventre. Sabe-se que as ondulações abdominais da Dança do ventre eliminam a prisão de ventre. Mas, raciocinemos mais além do aspecto físico, ou seja, consideremos também os aspectos psicológico e metafísico do ato de ondular o ventre. Tal ação requer, simultaneamente, o desenhar de uma onda em movimento e a respiração. A respiração em seu aspecto psíquico representa a capacidade de absorver a vida. A prisão de ventre, por sua vez, está associada ao aspecto mental, originada em algum tipo de crença subconsciente em limitação, medo, retenção ou carência. A pessoa evita “soltar” qualquer coisa de si mesma, com medo, mesmo que inconsciente, de ser incapaz de substituí-la. Nessas condições, a pessoa pode estar se agarrando a alguma lembrança passada, de difícil esquecimento ou perdão; pode sentir medo de mudar de vida ou situação por não estar aberta para o novo.
Neste caso, as ondulações abdominais da Dança do Ventre flexibilizam os músculos contraídos das paredes abdominais em razão de pensamentos conflitantes (couraças). A ação de flexibilizar, massageando os órgãos internos e dominando os músculos abdominais, é entendida, subconscientemente, como uma atitude de descontração, liberdade e segurança. A atenção projetada no movimento permitirá a experimentação do ar “novo” que entra empurrando o abdômen para fora, e do ar “velho” que sai, relaxando e\ou contraindo o abdômen para dentro. A pessoa perceberá, através da prática que a contração não permite a entrada do ar “novo”.
É neste ponto que encontramos a relação: abdômen contraído, ar sai. O subconsciente entende que é para soltar e assimila pela repetição a nova ação. Abdômen expandido está repleto de ar novo. O subconsciente capta que é para receber, assimilar pela repetição a ato de aceitar. “Estou me libertando do velho e abrindo espaço para o novo”. Resultado: o subconsciente entende esta mensagem voluntária e absorve a nova atitude mental pela ação do movimento, pois a praticante compreendeu, experimentalmente, o princípio de libertar e soltar, que é oposto à prisão de ventre, que, na realidade, é uma maneira de se contrair e agarrar.
Assim como nas técnicas de massagem, os movimentos abdominais da Dança do Ventre também promovem uma limpeza fisiológica de um ciclo emocional que ficou preso, dissolvendo as couraças de vísceras e tecidos, restaurando a eliminação de fluídos desnecessários ao organismo, fazendo com que a energia circule para revitalizar as células. Prisão de ventre é um tipo de couraça, e couraças são resistências, defesas que se manifestam para proteger. Se forçarmos o rompimento delas, outras virão para substituí-las. É preciso, então, estabelecer um diálogo com elas através do movimento. Ela não retira a resistência, mas dialoga com ela aumentando o fluxo da energia para que ela desbloqueie, flua e restaure o processo.
Nesse processo, temos, ainda, a questão energética das ondulações abdominais que conjugadas com as ondulações pélvicas liberam as energias congestionadas nos quatro Chakras inferiores do corpo:
- Básico ou radico: ligado às glândulas suprarrenais, localizado na base da coluna.
- Sexual: ligado às glândulas sexuais, localizado no baixo ventre.
- Esplênico: ligado ao baço, considerado um Chakra secundário por não estar ligado a nenhuma glândula (para ser considerado principal é necessário que o Chakra esteja ligado a uma glândula.
- Plexo Solar ou umbilical: ligado ao pâncreas, localizado acima do umbigo.
Os movimentos ondulatórios da Dança do Ventre ativam a energia do corpo. Captam novas energias para absorção e assimilação pelo organismo. O Chakra do baço, apesar de ser considerado secundário, trabalha durante a ondulação absorvendo o Prana. As energias circulam junto com a intensão do movimento, percorrendo o mesmo caminho da linha traçada. A trajetória definirá como a energia Kundalini, por exemplo, irá circular e passar de um Chakra para o outro, em sentido ascendente.
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