Dor, fadiga, depressão e modificações no padrão de sono que são, em geral, provocados pela Fibromialgia, podem ser a causa da diminuição do desejo sexual, excitação e até possibilidade de atingir o orgasmo. Atualmente, um terço das mulheres relata falta de interesse sexual e quase um quarto não consegue experimentar o orgasmo, segundo dados do National Health and Social Life Survey, nos Estados Unidos.
Vinte por cento delas também apresentam dificuldades de lubrificação durante a relação e a mesma porcentagem considera o sexo uma experiência desagradável.
Além de problemas psicológicos que levam às disfunções sexuais, as causas orgânicas também podem atingir severamente a atividade sexual feminina. Estudos populacionais demonstram, por exemplo, que a disfunção sexual é mais prevalente em mulheres (43%) do que nos homens (31%). O problema é que, muitas vezes, elas passam anos sofrendo duplamente: de uma doença para a qual nunca receberam o diagnóstico e a perda gradativa do desejo sexual, provocada pela enfermidade.
Segundo a reumatologista Evelin Goldenberg, do Hospital Albert Einstein, a fibromialgia, doença caracterizada por dores generalizadas no corpo sem explicação aparente, pode incidir diretamente também na atividade sexual feminina.
Estudo coordenado por Evelin na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com 40 mulheres (20 com Fibromialgia e 20 do grupo controle), mostra que entre mulheres que tinham Fibromialgia, 19 relataram problemas para chegar ao orgasmo contra 13 do grupo controle.
“Sabemos que as mulheres portadoras de Fibromialgia apresentam diminuição de sua função sexual e maior dificuldade para atingir o orgasmo.
No estudo, verificamos que elas também apresentaram maior necessidade de estimulação prévia por meio da masturbação antes da relação sexual”, explica Evelin. “Isso pode acontecer por conta das dores pelo corpo, da sensação de fadiga e até dos distúrbios do sono, problemas que também são provocados por essa doença”, revela a especialista.
Estudos americanos mostram que a Fibromialgia atinge principalmente as mulheres, cerca de 80% das pessoas que sofrem com o problema são do sexo feminino, na faixa etária entre 30 e 60 anos. “Além de dor persistente em pontos específicos espalhados pelo corpo, a Fibromialgia também causa depressão em 25% dos casos e 50% das pacientes relatam histórico de depressão ao chegar no consultório”, alerta Evelin. A especialista é enfática ao concluir:”a depressão é uma doença que também influencia diretamente na vida sexual da paciente”.
Vida sexual deve ser questionada
Evelin acredita que questões que abordam desejo sexual, freqüência de relações, dificuldade para certas posições, lubrificação, bem como a qualidade do orgasmo devem ser questionadas pelo médico. “Vários fatores podem ser responsáveis para a insatisfação sexual como problemas conjugais”, lembra. “Um dado curioso da pesquisa é a relevância estatística da ocorrência de fibromialgia entre as mulheres casadas. Entre as 20 que tinham o problema, 15 eram casadas”.
A prevalência nos consultórios médicos é alta: 2% das pessoas com alguma reclamação referente às dores músculo-esqueléticas sofrem com a doença. Nos hospitais, esse índice pula para 5% dos pacientes que chegam com reclamações de dores pelo corpo.
A Fibromialgia
Para a reumatologista Evelin Goldenberg, que realizou uma tese de doutorado sobre o tema na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a Fibromialgia é de difícil diagnóstico e muitas vezes ignorada pelos médicos. “Muitas vezes, a paciente chega ao consultório com uma sacola de shopping repleta de exames feitos e nenhum diagnóstico. Outras, ela já está com úlcera de tanto tomar antiinflamatório e a dor não passar. Tudo isso, sem contar o descrédito da família”, afirma a reumatologista.
Evelin destaca que existem também outros sintomas associados à doença, como tensão pré-menstrual, bruxismo, dificuldade de digestão, vertigens e depressão. “É imprescindível uma longa conversa com o paciente para se diagnosticar a Fibromialgia. Não existe um exame específico que revele o problema”, explica. “Porém, quanto mais cedo o problema for detectado maiores as chances de recuperação, do paciente voltar a se sentir bem e conseguir retomar sua rotina”.
Fique atenta aos sintomas:
• Reclamação permanente de cansaço
• Dores pelo corpo
• Enxaqueca
• Alterações de humor
• Formigamentos em braços e pernas
• Um sono que não restaura as energias.
Como a Termografia pode ajudar
Todo tratamento bem sucedido começa com um diagnóstico correto. A termografia é um poderoso meio auxiliar do médico no controle da fibromialgia e identificação das comorbidades que podem estar associadas, como hipotireoidismo, fadiga, insônia, enxaqueca, constipação, diarreia, neuropatias, mãos frias, dor lombar, tendinites, dor de cabeça, artrites, sacroiliítes e outros.
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