Acupuntura - O que é e para que serve ?
A acupuntura é uma forma de tratamento, descrita e utilizada há mais de 5.000 anos.
Foi reconhecida no Brasil em 1995 como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina.E está inserida na Medicina Tradicional Chinesa como um dos cinco eixos de tratamento a saber: Acupuntura e moxa, massagens e exercícios, alimentação, herboterapia, e meditação.
A acupuntura (acus=agulha; punctura= punção) consiste na inserção de agulhas muito finas, na profundidade de alguns milímetros, em pontos da pele especificamente determinados. As agulhas são deixadas no local por alguns minutos e depois removidas. Para o observador leigo pode parecer um fato sem importância, mas dependendo do caso o resultado pode parecer mágico. Porém desde que os princípios desta arte sejam entendidos os resultados podem ser considerados fatos científicos.
Como pode ser que uma agulha inserida em alguma parte especifica do pé possa curar certo tipo de dor de cabeça ou uma dor nas costas? Ou então como pode tratar de um transtorno psíquico, ou de algum outro tipo de desordem física ou funcional ?
Diretamente sob a pele existe uma rede de nervos, disposta em toda a sua extensão(parte do sistema nervoso autônomo), que recebe e transmite todos os impulsos oriundos de partes mais profundas do corpo. Quando uma percepção é recebida de um órgão doente, soa um alarma nos terminais nervosos sob a pele. Este fato pode ser sentido como distúrbio, que pode se tornar doloroso quando o local da pele é pressionado. Estas mudanças geram uma pequena diferença de potencial elétrico, que podem ser inclusives registradas por meio de aparelhos específicos. Os mais importantes filetes dessa rede nervosa correm ao longo do que chamamos "meridianos de energia", e é sobre eles que a maioria dos pontos de acupuntura se situam.
Uma agulha fina é colocada de uma maneira confortável e segura no ponto sensível. As fibras dos nervos do sistema nervoso autônomo são estimuladas: o impulso vai para os centros nervosos distribuídos ao longo da coluna e do cérebro e de lá retorna para o órgão doente, restabelecendo, assim, seu equilíbrio normal.
Se pressionarmos fortemente um ponto doloroso em nosso corpo, poderemos verificar em alguns casos o alívio momentâneo da dor. O objetivo da acupuntura é transformar este alívio momentâneo em permanente. Favorencendo também através destes estímulos que o organismo crie condições internas para retorno de seu equilíbrio ou alívio de suas desordens.
Os chineses conceberam o universo inteiro com sendo ativado por dois princípios básicos, o YIN e o YANG. Que representam qualidades opostas mas também complementares. E consideram que tudo o que vemos, só existe em virtude da constante influência mutua destas duas forças. O YIN e o YANG por sua vez estão contidos no TAO, o princípio básico de todo o universo, sendo considerado o começo e o fim, o princípio sem princípio, o que não pode ser expressado e O que tudo abarca. E por razões de linguagem é denominado de TAO.
Segundo a filosofia taoísta, que é essencialmente monística. O ser humano deve ser considerado como um "todo", que não pode ser dividido em duas partes ou concebido como uma dualidade, como corpo e mente separados.
Na prática isto favorece que as manifestações físicas e psíquicas sejam tratadas com uma igual importância e como uma só entidade. E que, além da preocupação com o tratamento de doenças instaladas a acupuntura permite uma atuação na prevenção, corrigindo previamente os desequilíbrios e os excessos.Isto significa que a acupuntura deveria favorecer a busca do que permanece além da desarmonia. Ou seja, a compreensão e a busca do auto conhecimento do Si ("Self").
O corpo humano possui 360 pontos distribuídos em linhas chamadas pela medicina chinesa de meridianos. A acupuntura estimula esses pontos para aliviar dores e sintomas de certos males.
Os Meridianos
Na Medicina Tradicional Chinesa a Ki (energia) é a essência de todas as coisas, toda a patologia desenvolvida passa primeiro pelo nosso campo energético. O ideograma de Ki representado na grafia tradicional chinesa representa ar, sopro, alento, energia, força. Como referido anteriormente no texto sobre Yin Yang, esta energia resulta da combinação de duas forças opostas — Yang, activa ou positiva e Yin, passiva ou negativa.
A energia vital, Ki, desloca-se a nível subcutâneo, flui pelo corpo humano de forma regular, formando canais imateriais. Estes canais são designados meridianos. Estes conduzem a energia que percorre o corpo. São vias que formam um sistema circulatório em muito semelhante ao do sangue. É através destes canais que um Acupunctor ou um terapeuta de Shiatsu trabalha.
O traçado dos meridianos e localização dos seus pontos são conhecidos desde tempos remotos. Foram descobertos de forma empírica, através da experiência prática, e mais tarde confirmados pelas pesquisas científicas moderna.
Os meridianos são representados por uma grande linha de energia que sobe e desce percorrendo o corpo humano da cabeça aos pés.. Nessa linha temos os chamados pontos meridionais, os quais trabalhamos para aliviar a pessoa de determinada patologia.
Na sua maioria, os meridianos representam, cada um deles, um órgão ou unidade funcional que com ele se liga por meio dos vasos secundários.
O meridiano não representa exclusivamente esse órgão. A medicina chinesa tem uma visão dos órgãos não só como órgão anatómico mas essencialmente como uma função energética. Explicando melhor, os meridianos são de natureza energética. As suas funções e características não se restringem às funções orgânicas e aos aspectos fisiológicos normalmente associados aos órgãos do corpo. Apresentam também características fisiológicas e emocionais. Além disso, os meridianos não são estruturas anatómicas fixas, eles comunicam entre si. Nas extremidades dos membros, todos os meridianos principais encontram-se interligados.
Os Meridianos Principais
Temos 12 meridianos principais representados pelos órgãos vitais e os órgãos secundários); meridianos colaterais: transversais (12) - ligam os meridianos Yin-Yang e vice-versa e longitudinais (15) – surgem ao longo dos 12 meridianos principais; meridianos profundos ou distintos (12); superficiais ou tendino musculares (12) e reguladores / extraordinários (8). Estes meridianos localizam-se entre a pele e os músculos. O seu objectivo é fazer a ligação com os órgãos internos.
Os 12 meridianos principais são pares e simétricos, ou seja simetricamente dispostos em cada lado do corpo e formam a Grande Circulação.
Constituição:
6 meridianos Yin — condutores de energia com predominância da força Yin. Circulam pela parte anterior e interna do corpo e correspondem aos órgãos Zang (vitais), encarregados da depuração, redistribuição e armazenamento da Ki e das substâncias fundamentais (fluidos vitais):
Meridiano do Pulmão, meridiano do Baço/Pâncreas, meridiano do Coração, meridiano dos Rins, meridiano do Fígado e meridiano do Pericárdio (sexualidade circulação).
6 meridianos Yang — condutores de energia com predominância da força Yang. Circulam pela parte posterior e externa do corpo e correspondem aos órgãos Fu (secundários), encarregues da produção de energia, recepção, digestão de alimentos, condução e excreção de resíduos:
Meridiano do Intestino Grosso, meridiano do Estômago, meridiano do Intestino Delgado, meridiano da Bexiga, meridiano da Vesícula Biliar e meridiano da função Triplo Aquecedor.
Lembremo-nos de que a teoria Yin/Yang é a teoria central da Medicina Chinesa, aliás do pensamento chinês, aplicando-se igualmente ao corpo humano.
A função básica de todo este sistema energético é a de transportar Ki para todas as partes do corpo, fazer a conexão dos órgãos internos e equilibrar Yin e Yang e, consequentemente, possibilitar o equilíbrio.
Ordem do fluxo energético:
A energia percorre os meridianos num sentido determinado - do tronco para as mãos; das mãos para a cabeça; da cabeça para os pés; dos pés para o tronco; segundo uma ordem específica:
Tsubos:
Ao longo de cada meridiano encontram-se pontos energéticos definidos sobre os quais se pode actuar para interferir na energia que o percorre. Nesses pontos, a Ki pode mais facilmente ser atingida e manipulada, dado que são pontos que condensam a energia e nos permitem contactar e actuar sobre a energia dos meridianos de uma forma mais intensa.
Do ponto de vista científico, os tsubos são pontos que apresentam baixa resistência eléctrica, ou seja são bons condutores eléctricos, reflectindo o funcionamento interno do sistema corporal, podendo, por isso, ser utilizados tanto para diagnóstico como para tratamento.
Os tsubos funcionam como amplificadores, passando Ki de um ponto para outro. Ao pressionar um ponto situado num meridiano, não estamos apenas a estimular os nervos e tecidos locais, mas a influenciar também o fluxo de Ki ao longo de todo o meridiano.
Cada ponto tem uma característica determinada para actuar na energia do meridiano. Existem, por exemplo, pontos para tonificação — para aumentar o fluxo de energia no meridiano desequilibrado por deficiência de Ki (Kyo) — e pontos de sedação — para diminuir o fluxo de energia no meridiano desequilibrado quando existe um excesso de Ki (Jitsu).
Concluíndo, nestes canais condutores de energia diferenciada em variadas combinações de Yang e Yin, há um intercâmbio alternado de fluxo de energia, num sistema responsável pela defesa, regulação e ressonância do organismo em relação a influências externas.
Saúde implica, em primeiro lugar, a circulação adequada da energia através de meridianos livres e desimpedidos.
Todas as práticas de Medicina Tracional Chinesa incluem o trabalho de desbloqueio dos pontos energéticos. O Shiatsu preocupa-se em normalizar a energia vital do paciente, criando condições ao organismo para eliminar a enfermidade através dos seus próprios meios.
Os 12 Meridianos
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