Você se autossabota?
Tem épocas em que queremos mudar o rumo das coisas. Fazemos planos, decidimos recomeçar.
Porém, nem sempre as coisas saem como desejamos e, muitas
vezes, a responsabilidade é exclusivamente nossa. Para situações como
estas, damos o nome de autossabotagem.
A psicanalista Dra. Léa Michaan,
pós-graduada em Psicoterapia Psicanalítica pela USP, mestre em
Psicologia Clinica pela PUC e autora do livro "Maly - Superação em forma
de ficção" (Primavera Editorial), acredita que cada um de nós encontra
uma forma particular de superar as dificuldades e os traumas da vida.
"Por
exemplo, se somos compradores ou comedores compulsivos, pode ser a
maneira que encontramos para suprir a carência que se formou dentro de
nós. Por isso sentimos necessidade de agregar objetos ou comida. É uma
forma de ‘tapar o buraco’. Muitas vezes estes hábitos acabam por se tornar vícios, o que é prejudicial", explica a psicoterapeuta.
Estes
podem ser hábitos enraizados no nosso comportamento e, muitas vezes,
não nos damos conta do quanto prejudiciais eles são. Eles podem nos
impedir de crescer profissionalmente, financeiramente e até
emocionalmente. Dra. Léa conta que temos dificuldades
em deixar a maneira viciante e improdutiva de ser porque, de alguma
maneira, isto que nos faz mal é o que temos para nos agarrar. É nossa
tábua de salvação e temos muito medo de deixá-la.
Dra. Léa diz que nos autossabotamos por vários motivos. "Um deles é porque queremos ser vítimas
na vida, ou seja, criamos uma teoria sobre nós mesmos de que somos
vítimas e, inconscientemente, trabalhamos para que a nossa teoria sobre
nós mesmos tenha êxito". E completa: "Se deixarmos de ser vítimas,
inconscientemente corremos o risco de não sermos nada ou vilões."
A psicoterapeuta afirma que é muito difícil notar estas atitudes
negativas. Isto porque não nos responsabilizamos pelas nossas ações,
queremos sempre encontrar outros culpados. "Nem que seja o destino",
afirma Léa. A psicanalista ressalta que, quando começamos a nos
responsabilizar pela nossa vida, ela tende a melhorar. "Mas a primeira
dificuldade é percebermos e a segunda é mudar", aponta.
Embora
seja possível enxergar a autossabotagem, é impossível não cometê-la. "O
ser humano é falível, ninguém tem bola de cristal para ver o futuro",
destaca Léa. "O que pode ser feito para minimizar os deslizes é entender
que é errando que se aprende e aprender com a experiência",
complementa.
Por Bianca de Souza (MBPress)
maisequilibrio.terra.com.br
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