Musicoterapia
A musicoterapia como
disciplina teve início no século 20, durante as duas grandes guerras
mundiais, quando músicos amadores e profissionais passaram a tocar nos
hospitais de vários países da Europa e Estados Unidos, para os soldados
veteranos. Logo, médicos e enfermeiros puderam notar melhoras no
bem-estar dos pacientes. De lá para cá, a música vem sendo cada vez mais
incorporada às práticas alternativas, complementares e terapêuticas. Em
1972, foi criado o primeiro curso de graduação no Conservatório
Brasileiro de Música, do Rio de Janeiro. Hoje, no mundo, existem mais de
127 cursos, que vão da graduação ao doutorado. Sem contar os cursos de
extensão e cursos livres. A música trabalha os hemisférios cerebrais,
promovendo o equilíbrio entre o pensar e o sentir, resgatando a
"afinação" do indivíduo, de maneira coerente com seu diapasão interno. A
melodia trabalha o emocional. A harmonia, o racional e a inteligência. A
força organizadora do ritmo provoca respostas motoras que, através da
pulsação dá suporte para a improvisação de movimentos, e para a
expressão corporal. O
profissional é preparado para atuar na área terapêutica, tendo a música
como matéria-prima de seu trabalho. São oferecidos ao aluno
conhecimentos musicais específicos, voltados para a aplicação
terapêutica, e conhecimentos de áreas da saúde e das ciências humanas.
São oferecidas também vivências na área de sensibilização, em relação
aos efeitos do som e da música no próprio corpo. Sendo inerente ao ser
humano, a música é capaz de estimular e despertar emoções, reações,
sensações e sentimentos. Todas as formas são freqüências sonoras. Nisto
consiste o principal elo da unificação das diversas formas de
existência. Na verdade a vibração é uma condição que se faz presente em
quase tudo o que existe no universo imanente constituindo todas as
coisas. A vibração não somente constitui quanto integra as mais diversas
formas de existência. Trata-se de algo único por isto é que existe o
efeito de ressonância. Qualquer alteração na vibração de uma estrutura
se faz presente em tudo. Naturalmente nisto tem que ser considerado o
grau de intensidade da ressonância, mas podemos dizer que embora a
ressonância vá atenuando-se na medida em que o evento vai se afastando
na escala vibratória, nunca atinge o nível zero. Agora, chamamos a
atenção para o seguinte: Sempre que existe uma vibração ela não pode ser
considerada como principio isolado. Outros princípios se fazem
presentes, especialmente movimento e ritmo. A fim de que isto possa ser
devidamente compreendido devemos ter em mente que existe certa diferença
entre vibração e movimento. Basicamente vibração geralmente está
condicionada a um ritmo, mas devemos salientar que o movimento pode ou
não ser rítmico.
A Influência da Música no Corpo
Desde a idade média a
palavra era mais importante que a melodia. Foi na Grécia antiga que se
descobriu a influência da música no corpo humano. Aristóteles falava do
verdadeiro valor médico da música e Platão receitava música para a cura
das angústias. Ele afirmava "a música é o remédio da alma". Virtudes
″mágicas″ da música eram transmitidas pelos instrumentos. Sons
produzem efeitos terapêuticos. A música é muito mais que um simples
conjunto de sons que compõe uma melodia. Ela penetra nossa pele, provoca
arrepios de prazer ou nos faz mergulhar em doces lembranças. Os efeitos
benéficos à saúde física e mental da música foram descobertos mais de
30.000 anos atrás. O reconhecimento de que a música poderia provocar
comportamentos e emoções, levou ao uso da música para a prevenção e cura
de enfermidades físicas e mentais. O estudo da estrutura e do
funcionamento do cérebro evoluiu muito nos últimos anos. Torna-se cada
vez mais possível identificar as partes específicas do cérebro usadas
para diferentes aspectos do pensamento e da emoção. Cada região cerebral
contribui de forma específica para o funcionamento do sistema funcional
como um todo. Existem regiões no cérebro humano compostas por células
especializadas destinadas a memorizar somente sons com determinados
ritmos. Outras são destinadas a memorizar diferentes timbres de
som. Existem células que têm a função de armazenar somente a linha
melódica de uma música e o conjunto desses grupos celulares, compõe a memória sonora.
A área cerebral
responsável pelo reconhecimento da música que ouvimos é a região ou
córtex temporal do hemisfério direito do cérebro, assim como a execução
das melodias e da prosódica musical. Melodia é a sucessão rítmica,
ascendente ou descendente de sons, a intervalos diferentes e que
encerram o sentido musical. Prosódia é o ajuste das palavras à música e
vice-versa, a fim de que a sucessão de sílabas forte e fraca coincida
com os tempos fortes e fracos dos compassos. O reconhecimento da música,
portanto sua identificação, ou seja, sua percepção constitui uma função
cognitiva.
Também é função do córtex
temporal direito executar a música cantando-a. O córtex temporal do
hemisfério esquerdo é indispensável para a composição e escrita da
música. No hemisfério esquerdo estão os centros da linguagem, que nos
possibilitam a compreender a música. Vemos no desenho cerebral, o
exemplo citado.
Benefícios
Com relação aos efeitos
benéficos da música nas emoções, no comportamento e nas funções
cognitivas, quando utilizada, melhora o humor, o sono, a motivação, a
autoconfiança, diminui a ansiedade, combate a tensão e a fadiga. Isso
porque a música é capaz de ativar no cérebro os mesmos centros de
recompensa que uma comida saborosa, droga ou sexo, reduzindo as
concentrações dos hormônios do estress. No entanto, estilos musicais
afetam as pessoas de formas diferentes. Quanto às funções cognitivas, a
música pode auxiliar na manutenção da memória, concentração, facilita à
percepção auditiva, a atenção, a repetição, estimula a memória imediata,
a memória implícita (semântica e declarativa), o raciocínio abstrato, a
imaginação e a criatividade. A
musicoterapia que se efetua numa sala insonorizada, consiste em sessões
semanais ou diárias, particulares ou em grupo, com a duração mínima de
seis meses. Cada sessão tem uma fase de aquecimento, durante a qual o
terapeuta entra em contacto com o paciente e avalia o seu estado. Depois
de estabelecer o diagnóstico, o terapeuta escolhe o material que irá
utilizar e inicia a sessão. Nesta, o paciente escutará e interpretará
diferentes tipos de músicas, que podem ser gravadas, reproduzidas
através de instrumentos convencionais ou com instrumentos criados
especialmente para serem utilizados por pacientes portadores de alguma
deficiência. O musicoterapeuta aplica todo o tipo de música (pop, rock,
jazz, blues, etc.), no entanto a música de eleição é a clássica. A
musicoterapia utiliza a música e os seus elementos para facilitar e
promover a comunicação, aprendizagem, mobilização, expressão e outros
objetivos terapêuticos. A terapia começa a ser utilizada nas grávidas
para garantir proximidade e uma melhoria da qualidade de vida para o
bebé e para a mãe.
Música e gestação
A gravidez é um momento
muito especial na vida da mulher ou do casal, tenha sido ela programada
e desejada, ou não. É acompanhada por grandes mudanças físicas,
hormonais, emocionais e relacionais que merecem atenção diferenciada.
Geralmente uma gravidez traz entusiasmo, boas expectativas, amor e
alegria. Em certas situações, a gravidez pode também gerar insegurança,
ansiedade, medo, tristeza, depressão ou rejeição. Em ambas as situações,
para a manutenção da boa qualidade de vida da gestante, do bom
desenvolvimento do bebê e da harmonia do casal, é importantíssimo que
desde o início da gestação haja uma boa comunicação e bom vínculo entre a
criança e os pais. Durante
a gestação, paralelamente ao desenvolvimento físico, sabe-se que a
estrutura psíquica do bebê está em constante desenvolvimento. Ainda no
período intra-uterino o bebê pode perceber todos os sons internos do
corpo da mãe, todos os sons do ambiente onde a mãe vive e convive e é
capaz de perceber todas as sensações, desejos e emoções que a mãe sente.
Tais percepções estão intimamente ligadas ao início da formação da
identidade e personalidade do bebê. Na musicoterapia, através de sons, músicas e movimentos corporais, a mãe (e
pai, quando for o caso) estabelecem um contato mais íntimo com o bebê
passando a relacionar-se intensamente com ele ainda durante a gestação, fortalecendo vínculos afetivos e a comunicação com a criança, visando gravidez, parto e pós-parto mais tranquilos e saudáveis. Segundo
Maria Galicchio, membro da Federação Mundial de Musicoterapia, a
música, através dos seus elementos, gera energia criativa e ao utilizar a
música durante a gestação, a mãe passa ao feto, sons com informações
ricas em conteúdo emocional. Isto contribui para o bem-estar do bebé e
para o seu desenvolvimento físico e mental. A audição é o primeiro
sentido a despertar. O feto entra em contacto com os ruídos da parede
intestinal da mãe, do líquido amniótico e dos batimentos cardíacos e os
sons externos começam a ser ouvidos a partir da 16ª semana. A partir da
20ª semana começa a reagir aos sons e na 25ª semana já reconhece as
diferenças entre eles. O objetivo da musicoterapia, durante a gestação,
consiste, antes de mais, em favorecer o relaxamento, mas também, em
estimular as percepções auditivas do feto. As sensações começam,
geralmente, no 6º mês de gestação, no entanto a terapia pode iniciar-se
muito antes.
Música e Envelhecimento
Fonte blog http://www.universoterapeutico.blogspot.com.br
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