Qi na Terapia Holística
Na natureza básica da Terapia Holística está a energia. Mas não o conceito físico de energia mecânica, ou eletromagnética. Trata-se da energia vital, da energia sutil, ou Energia Fundamental, que não podemos medir diretamente, mas conhecemos seus efeitos. Essa energia está presente em todas as terapias tradicionais, não importa sua origem. Até mesmo pensadores contemporâneos a empregam – Jung a chamou de Energia Psíquica, Freud de Libido, Reich de Orgone. Na tradição yoruba essa energia é denominada Asé, na hindu Prana, na japonesa Ki. Mas onde esse conceito foi mais aprofundado talvez seja na Terapia Tradicional Chinesa, onde é tratada de Qi.
Qi é o princípio mais empregado e mais mal compreendido por todos os que estudam esse tema. Maciocia, conhecido professor do assunto, diz em seu livro Os Fundamentos da Medicina Chinesa:
“A razão da dificuldade de traduzir a palavra Qi corretamente consiste em sua natureza fluida, pela qual o Qi pode assumir manifestações diferentes e ser diferentes coisas nas mais diferentes situações.”
Na verdade, Qi é a mais fundamental das substâncias. Qi procede do Vazio, ou o Vazio é Qi em seu estado mais rarefeito. Tudo que existe é Qi, em diferentes estados de concentração. O céu é Qi em seu estado mais fluido, a terra é Qi em seu estado mais agregado. O próprio corpo humano, em cada um de seus níveis, é constituído de Qi em diferentes formas. As substâncias vitais, Jing (Essência) , Xue (Sangue) e Jin Ye (Fluidos Vitais) são, na verdade, diferentes manifestações de Qi.
Mas, para os efeitos práticos da Terapia Tradicional Chinesa, Qi é o fluido energético que anima o corpo humano, que é absorvido do ar, da água e dos alimentos, separado, armazenado e movido pelos Zang Fu (Órgãos e Vísceras), e que circula por canais e colaterais que formam uma rede por todo o corpo. Pelo caráter etéreo, não pode ser medido, mas os efeitos são por si mesmo a prova de sua existência.
Dizem as tradições chinesas que o ser humano está entre o céu e a terra. O céu é o polo positivo, de natureza yang, a terra o negativo, de natureza yin. Através do nosso corpo atuam essas energias, em perfeito equilíbrio, promovendo a circulação do Qi. Quando a desarmonia acontece, devido à má alimentação, falta de sono, excesso de trabalho, de álcool, de fumo, de sexo, ao estresse da vida na cidade, entre tantas outras causas, as consequências se fazem sentir no nível físico, emocional, mental e espiritual. A Acupuntura, Tui Na, Moxabustão, ventosas, Fitoterapia Chinesa e mesmo exercícios físicos como o Tai Chi Chuan buscam remover bloqueios e restaurar o equilíbrio do Qi.
O Qi na Medicina Tradicional Chinesa…
ENERGIA VITAL, segundo a medicina chinesa e as constatações ocidentais através da máquina Kirlian, o corpo humano possui meridianos energéticos – ou linhas – distribuídos no nível subcutâneo. Esses meridianos têm seus terminais principais nas extremidades do corpo, ou seja, nos pés e nas mãos.
As técnicas orientais de tratamento de doenças – como shiatsu, do-in, moxabustão e acupuntura – utilizam os pontos ao longo dos meridianos do corpo, das mãos e dos pés para reequilibrar a energia do organismo.
Conforme diz o mestre Juracy Cançado: A energia que corre por esses canais é denominada ki, que para os orientais resulta da combinação de duas forças opostas: yang (ativa ou positiva) e yin (passiva ou Negativa), criadas continuamente do tao (unidade primordial ou origem do Universo).
- Yang e yin são dois princípios antagônicos que se atraem e geram a energia concretizadora da matéria e de todos os seres vivos. Isso se compara à teoria da Grande Explosão, respaldada pelos cientistas para explicar a origem do Universo.
- Yin e yang geram movimentos de contração e expansão, correspondendo às forças centrípeta e centrífuga, respectivamente. São a pulsação do Universo. Essa pulsação propaga a energia que, por sua vez, dispersa-se e condensa-se, criando e modificando a matéria.
A teoria da Medicina Tradicional Chinesa afirma que o corpo tem padrões naturais de Qi que circulam por canais denominados meridianos em Português. Não é possível entender completamente o conceito de Qi em Medicina Tradicional Chinesa sem compreender também o conceito de Yin e Yang, já que os teóricos da Medicina Tradicional Chinesa, como Zhang Zai (1020-1077 d.C) e Xun Kuang (313-238 a.C.), consideravam Qi como uma coisa material e imaterial ao mesmo tempo, e que tem capacidade de se manifestar de diferentes formas, dependendo apenas de sua tendência para Yin ou Yang.
Sintomas de diversas doenças são atribuídos a bloqueios, desequilíbrios e rupturas no movimento da energia vital através dos meridianos, assim como às deficiências e desequilíbrios do Qi nos vários órgãos e vísceras Zang Fu.
A Medicina Tradicional Chinesa geralmente procura aliviar estes desequilíbrios ajustando a circulação do Qi no corpo empregando diversas técnicas terapêuticas, por exemplo:
Sintomas de diversas doenças são atribuídos a bloqueios, desequilíbrios e rupturas no movimento da energia vital através dos meridianos, assim como às deficiências e desequilíbrios do Qi nos vários órgãos e vísceras Zang Fu.
A Medicina Tradicional Chinesa geralmente procura aliviar estes desequilíbrios ajustando a circulação do Qi no corpo empregando diversas técnicas terapêuticas, por exemplo:
- a tratamentos com medicamentos à base de ervas,
- a alimentação baseada na Teoria dos Cinco Elementos,
- os treinos físicos como o qigong, o Tai Chi Chuan e outras artes marciais que incluem o conceito de Chi entre seus princípios filosóficos e o trabalham tanto para a autodefesa como para assegurar a saúde,
- a massagem Tui Na como método efetivo para desfazer bloqueios e revigorar o paciente,
- a Acupuntura, como método para redirecionar ou equilibrar o qi através de finas agulhas de metal inseridas na pele.