sexta-feira, 14 de novembro de 2014

DESPERTANDO A CONSCIÊNCIA - Tudo o que Buda ensinou em 2 palavras


Tudo o que Buda ensinou em 

2 palavras


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Quando lhe pediram para resumir os ensinamentos de Buda numa frase, Suzuki Roshi simplesmente disse: “Tudo muda.”
Todo o mundo sabe disso, pelo menos intelectualmente, que toda a criação está num estado de revolução sem fim. O filósofo grego Heráclito disse a famosa frase: “Nenhum mesmo homem pode percorrer o mesmo rio duas vezes, já que tanto o homem quanto o rio mudaram desde então.”
Impermanência é a própria natureza da vida.
Na verdade, a mudança é apenas outra palavra para vida-“viver” significa “mudar.” Mas poucas pessoas passam pela vida verdadeiramente consciente deste facto. Nós “entendemos” isso, mas esse entendimento (ou ”conhecimento”) falha em influir em nosso comportamento. Nós simplesmente ignoramos a forma como as coisas realmente são. Assim, o ponto desta discussão não é explicar a impermanência para si, mas para aponta-la; para acordá-lo para a verdade da mudança.
Alan Watts costumava comparar a vida à música. O ponto/propósito da música é música, ele diria. As pessoas gostam de ouvir música pelo ritmo, o fluxo da melodia. Ninguém escuta música para ouvi-la terminar. Se fosse assim, então, como Watts apontou, as suas músicas favoritas seriam as que terminaram abruptamente com um único barulho de ruído. A vida é da mesma forma.
O ponto e propósito da vida é a própria vida, participar da melodia. Melodias são como pequenas correntes de água; elas estão a fluir. Não pode moldá-los ou prende-los. Quando faz isso, não há fluxo. Isso é a morte.
A única maneira de participar da melodia é através da consciência desperta. Uma simples consciência desperta é fluida. Uma mente simples perde o seu sentido de individuo/self/ego na música, ao passo que uma mente egocêntrica continua tentando fazer uma pausa na música. Nós forçamos muito em ouvir o que queremos ouvir, em vez de movermo-nos com a música, viver. Estamos acostumados a recuar, como um espectador, um ouvinte tentando pegar o ritmo. Queremos possuir e segurar esse ritmo, essa batida, e se identificar com ela.
Não é o suficiente para nós apreciar a música. Nós temos que saber a letra. Assim, pausamos a música a toda hora e voltamos, a fim de guarda-la na memória e te-la como ”nossa”.
O ego cria um sentido de identidade ou significado a partir de suas interações com “outro”.
Essas interacções produzem um ”recibo”, que o ego tenta colectar e preservar. Ao invés de apreciar o espectáculo em primeira mão, o ego tira fotos e filma o espectáculo, para que ele possa falar sobre isso e partilhar as fotos mais tarde. O rio da vida está sempre fluindo, mas para o ego, cuja existência depende de congelar esse fluxo de mudanças, a flutuação é aterrorizante, e é por isso que chamamos isso de impermanência.
Do ponto de vista pessimista do ego, flutuação e mudanças representam uma ameaça à sua estabilidade, mas no estado sem referencial de simples consciência desperta,  o espaço que permite o fluxo ou a mudança é o útero de vitalidade. A vida, a adaptação emerge deste espaço. O ego procura ignorar este espaço enchendo-o de credenciais e solicitações de depoimentos e testemunhos.
O ego é um grande coleccionador.
Ele mantém todos os recibos, comprovativos, e cada memória que lhe dê razão e existência. Numa mente egocêntrica não há espaço, não há espaço para respirar. Mas no fundo, o ego sabe que a coisa toda pode ruir a qualquer momento. Ele lembra-se do espaço, a lacuna silenciosa entre cada nota que permite que a música flua. Essa memória assombra o ego. Produz paranóia e insegurança.
Esta insegurança é o benfeitor que justifica a obsessão do ego com a colecta desses ”recibos”.  Uma mente egocêntrica é co-dependente, e essa co-dependência faz de tudo para evitar o espaço, flutuação. O ego é dependente de relacionamento ou de entretenimento, o que exige a separação.
Assim, o ego tem que pensar em si mesmo como uma entidade distinta. Tem que separar-se da vida. Defender esta estratégia segregacionista é necessária para o ego. A separação é o fundamento sobre o qual o império do ego é construído.  Como resultado, é cronicamente insatisfeito ou sem vida.
Além do descontentamento e da insatisfação crônica, considere por um momento os problemas que alguém tem se considera a si mesmo como uma ilha ou uma entidade sólida em um mundo fluido.
As coisas mudam. No entanto, o rio não é a única coisa que muda. Segundo Heráclito, o mesmo acontece com o homem. Mas o ego se vê como imutável. Quando estamos no rio da vida com os pés plantados, como se nós fossemos uma ilha, a vida começa a sentir-se como uma parede enorme de água caindo em cima de nós.
Tomemos por exemplo, a transição entre ser solteiro e estar num relacionamento. Quando está solteiro, desenvolve um estilo de vida que não tem que levar em consideração outra pessoa. Pode acordar de manhã beber o seu café, ler o jornal, tomar café da manhã, ir trabalhar, ir para o ginásio, sair com os amigos e assistir o que quiser na TV. Mas quando mete uma outra pessoa na mistura, não pode continuar a operar da mesma forma. A situação mudou, por isso, seu modo de operar anterior esta desactualizado. 
Quando “eu” é uma entidade fixa ou um hábito de pensamento, essa transição é difícil. Se agarrar esta imagem desactualizada, o relacionamento vai começar a sentir-se claustrofóbico. Haverá um confronto após o outro. A intensidade vai continuar a aumentar ao longo do tempo, até que tudo, sua auto-imagem e o relacionamento(o homem e o rio)-acabam. 
O que pensamos sobre nós mesmos é desafiado pela mudança. Muitas pessoas dizem: “Eu não deveria ter que desistir de quem eu sou, a fim de estar num relacionamento.” Eu digo, senão desistir de quem é, então não está num relacionamento.
Na verdade, se não tem que desistir de quem é em cada momento de cada dia, então não está vivo. Estar vivo é estar em constante estado de revolução. Situações de mudança devem promover mudanças no nosso comportamento. Essa é a sanidade; permitir que novas informações para actualizar o meu ponto de vista. ”Meu ponto de vista”, (o homem, no exemplo de Heráclito), deve permanecer aberto ou fluido. “Tudo muda.”, Que é o ponto básico, de acordo com Shunryu Suzuki. Tudo. A economia, a política, o tempo, as relações, as nossas crenças, a nossa própria noção de identidade – estão em estado de flutuação. Quando estamos abertos a mudanças, a transição é relativamente suave. Nós estamos indo com o fluxo. Por outro lado, quando se tenta salvar todos os nossos ”recibos” , é ai que nos afogamos.
Não podemos nadar com as mãos cheias.
Uma mente aberta é uma mente sã. Uma mente aberta não é uma mente que dá a devida atenção a qualquer ideia, independentemente de quão ridícula ela possa parecer.
Uma mente aberta é um vaivém. É uma mente que não resiste à mudança. Uma mente aberta permite que o pensamento seja um reflexo da mudança. Deste ponto de vista, o pensamento é sempre fresco, porque a vida está sempre mudando. Este é o pensamento original, imaginação. Com consciência desperta, o homem e o rio fluem um no outro.
Temos que aceitar o facto de que não podemos querer sugar a felicidade a força do mundo simplesmente pegando a vida pelo pescoço e forçando-a ser do jeito que queremos que seja. Temos que ver que a vida é mudança, mudança é a vida; que eles são um na mesma coisa.
Tentar organizar fenómenos impermanentes em categorias permanentes do pensamento é como tentar arrebanhar gatos. Além disso, não estamos de alguma forma fora dessa mudança, nós somos a Vida. Nós somos mudança. Confusão e descontentamento surgem a partir da crença equivocada de que somos um substantivo, um nome. O contentamento emerge quando paramos de nadar contra a corrente e se estabelece na realização do facto de que somos uma corrente no fluxo. E essa corrente não é diferente do fluxo. É o movimento do fluxo.
Nós não somos um substantivo ou nome co-dependente que está no banco observando o fluxo de vida, mas sim um verbo que emerge do fluxo da vida.
Texto traduzido do artigo de Benjamin Riggs ”Everything the Buddha Ever Taught in 2 Words.” no site Elephantjournal

DESPERTANDO A CONSCIÊNCIA - Amor e Lucidez nos Relacionamentos


Amor e Lucidez nos Relacionamentos


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Seria possível tornar um relacionamento amoroso caminho espiritual?
Cada ser humano concebe sua existência através de uma cadeia inter-dependente de relações com outros seres. Somos quem somos por um processo de relação com nossos pais, filhos, parentes, amigos, colegas de trabalho e assim por diante. Somos seres de relação. A visão de Buddha nomeada Pratitya Samutpada traz a noção literal de “originação através de uma relação co-dependente.” O conceito de eu sou parece estar separado dos outros, porém, quando investigado se revela exatamente como Buddha percebeu – um processo de co-dependência e relação contextual aromatizada por pré-disposições mentais.
Nossa vida é uma reprodução ‘cinematográfica’ de um drama, romance, suspense, comédia e ação, surgida a partir dos mais variados e inacreditáveis processos de relações conscientes e inconscientes. Entre as relações mais favoráveis para uma oportunidade de rápida transformação interior estão os relacionamentos amorosos ou em família.
Todos buscamos ser felizes. Portanto, vamos também em busca de felicidade ao iniciar um relacionamento. Porém, nossa felicidade nas relações amorosas encontra-se na maioria dos casos basicamente na dependência de sensações de prazer e desprazer.
Com frequência dizemos ‘eu te amo, independente do que aconteça, irei te amar para sempre.’ Contudo, inexplicavelmente, nossa condição amorosa muda quando nosso parceiro(a) deixa de produzir as mesmas sensações prazeirosas (cognitivas e físicas) em nosso ser. Já perceberam isso?
Dizemos ‘eu te amo’ mas o facto é que amamos a nós mesmos, amamos as sensações produzidas pelo outro em nosso psicofísico. Não importa se o outro esta feliz ou não e se há uma razão para ele estar agindo de determinada forma. Eu deixo de amá-lo porque ele deixou de me fazer feliz. Tudo bem, acontece, é natural, buscamos por felicidade individual também. Porém, isso ainda não é verdadeiro amor. O amor pleno, todo abrangente, ama genuinamente o outro e a si próprio simultâneamente.
Nosso coração, sentimentos e pensamentos são dirigidos e modulados por energias de hábito, impressões mentais que controlam nossa vida – Eu gosto quando você me trata assim. Não gosto quando você age de tal forma. Nosso bem-estar é dirigido por estes registos internos, modulados por pré-concepções auto-centradas, tendências egoístas que são cegas para o outro e percebem somente sensações boas ou ruins. Chega a ser vergonhoso constatar nosso auto-centramento. Estamos grande parte de nosso tempo idolatrando a si próprios, sendo escravos de nossas sensações e conceitos.
Entretanto, há um segredo aí. O auto-centramento revela uma capacidade de conhecer, nutrir e proteger um bem-estar quando posicionado a partir de um referencial que percebe as coisas de forma mais lúcida, sensata, coerente. Descobrimos que nosso corpo, energia e pensamentos são dirigidos a partir de um ângulo ou referencial interno. Podemos ampliar nosso referencial e nos encontrarmos naturalmente mais próximos dos princípios de como realmente a vida, incluindo o universo externo como também o interno, são regidos.
Verdadeira felicidade nas relações será possível se operarmos a partir de um software interno mais amplo, um universo cognitivo que vai além de uma visão auto-centrada e estreita. Seremos mais felizes com nosso companheiro(a) na medida que desenvolvermos mais e mais liberdade frente a estas modulações habituais que dirigem nossa energia e formos capazes de olhar a vida a partir de uma perspectiva mais inclusiva, que abrange os pensamentos e sentimentos do outro.
Dizemos: “Ok, entendo. Faz sentido. Mas e aí, como faço?”
O truque é o amor genuíno, a bondade amorosa, maitri em sânscrito. O Amor vê, percebe, discerne. É sensível, acolhedor, despreocupado com resultados. É paciente, gentil e aberto. Se nossa atitude estiver fundada no amor genuíno, cada instante de nossa vida será pleno, consciente, desconstraído e apreciativo.
Quando reconhecemos o outro como parte de quem somos, como elemento atuante na construção deste personagem surgido através de relações contextuais, reconheceremos que nosso bem-estar e felicidade esta diretamente dependente do bem-estar e felicidade de nosso companheiro (a) como também de todos os outros com quem nos relacionamos, direta ou indiretamente.
Nosso problema, muitas vezes, é o querer estar sob controle. Cegos perante a verdade de que o bem-estar genuíno surge da simplicidade, da abertura e curiosidade inteligente diante o movimento natural do universo e dos seres, nos encontramos constantemente insatisfeitos, movidos por medos, dúvidas e expectativas. Imperceptíveis aos pensamentos e sentimentos do outro, também sofremos. Nos sentimos inseguros por não ter controle sobre esses elementos. Verdadeiro amor é transcendente, amplo, leve, aberto e incondicional. Nos direciona a ir além da obdiência a impulsos auto-centrados. Eu olho para o outro não com as lentes que buscam nele uma fonte de felicidade mas com a perceção mais ampla que o inclui, que compreende igualmente sua busca por bem-estar.
Como budistas reconhecemos que uma independência verdadeira frente a nossos automatismos cognitivos e emocionais só irá aflorar quando desenvolvermos um conhecimento profundo sobre a operação e natureza de nossa mente. Estamos aqui para aprender e amadurecer. O objetivo do caminho espiritual é nos tornar verdadeiramente adultos. Este conhecimento de nosso universo interior e a gradual segurança que surge a partir de nossa familiarização com ele faz brotar um destemor saudável, lúcido e aberto. Não teremos mais medo de errar nem nos moveremos por expectativas de acertar. Estamos simples e honestamente abertos a viver, experimentar, conhecer e aprender com o coração livre e leve.
Amor genuíno pode aflorar e se desenvolver de várias maneiras. Uma forma é desenvolvida quando baseamos nosso amor através da percepção da impermanência e transitoriedade de todas as coisas – o movimento natural da vida e do viver. Disto surge uma disposição apreciativa de si, do outro, do momento presente, das condições e causas favoráveis. Surge energia e interesse em aprender a cada instante. Interesse em aproveitar o máximo cada acontecimento, cada situação, cada olhar, toque e palavra. Nossa natureza é dotada da capacidade de experimentar o mundo, de conhecer, compreender, apreciar e se apaixonar.
O amor compreende o outro. Esta ligado ao que temos a oferecer e não ao que temos a ganhar. É dito que ao conhecer e se desenvolver maestria dos potenciais naturais de nossa mente passamos a ter muito mais a oferecer aos outros e ao mundo. Há riqueza em um relacionamento que surge quando há confiança e regozijo nas coisas boas que se tem a compartilhar.
Verdadeiro amor nos concede o potencial e interesse de explorarmos as qualidades e potenciais de nosso parceiro(a), mesmo que este potencial revele suas partes mais vulneráveis. Como o amor não é condicional, esta livre do interesse próprio e inclue o mundo do outro, as partes vulneráveis se tornam caminho de transformação, de aprendizado e evolução mútua. Esse olhar magnetiza nosso companheiro(a), atrai positivamente, guia e conduz. Nos direciona ao verdadeiro amor, a relações mais duradouras, estáveis e genuínas. A bondade amorosa nos capacita a acolher carinhosamente nosso amado (a), a nutrí-lo oferecendo suporte para seu desenvolvimento, a magnetizá-lo e guiá-lo a direções positivas, a protegê-lo e orientá-lo e a partilhar da verdade das coisas e estar aberto a ouvir também sua verdade.
O amor traz consigo o desejo sincero e incondicional que se tem pelo bem-estar do outro, livre de interesses auto-centrados. Passamos a não mais fugir baseados em nossos gostos e não-gostos, mas a ter uma atitude espiritualmente madura que entende as causas e condições que modulam nossos sentimentos como também do nosso parceiro(a). Nos posicionamos lúcidos e hábeis a transformar nossas relações através deste discernimento e da liberdade que surge dele. Estamos mais sensíveis e percetíveis as causas que produzem bem-estar e as condições que geram mal-estar. Quando um relacionamento é baseado nisto surge confiança e abertura. A raiva, o ciúmes, carências e decepções diversas não encontram espaço e suporte, ou seja, condições para surgirem. Cada ato, cada olhar, cada palavra, encontra-se impregnada de amor e compreensão. Para o surgimento disto é necessário abdicar de idéias fixas sobre o outro, sobre si e sobre a realidade circundante. É necessário espaço, respiração e flexibilidade mental. É preciso cultivar abertura, aceitação e empatia no coração.
Nos relacionamento encontraremos o potencial de ampliar nossas qualidades e potenciais humanos. Será revelado a nós nossos bloqueios e resistências que se apresentarão como oportunidades mágicas de transcendência e evolução. Surge uma base mágica e propícia para realizarmos a natureza e operação de nossas mentes como também expandir seus potenciais e qualidades naturais.
É importante desenvolvermos a inteligência de nos afastar um pouco quando um relacionamento se mostre, depois de muitas e longas tentativas, insalubre. Porém, é necessário discernir também nossa incapacidade naquele momento de magnetizar e dirigir a relação numa direção positiva, de semear as causas e condições que gerariam um bom relacionamento. Há momentos que nos encontraremos destituídos de habilidades e estabilidade interna para reverter uma determinada situação e, portanto, melhor nos afastarmos um pouco para retomar nosso eixo, nosso equilíbrio e bom senso.
Haverão outros momentos que estaremos preenchidos de amor e de uma motivação de transformar o que se apresentar em caminho espiritual. Pegaremos na mão de nosso parceiro e seremos sinceros: “Esta situação foi surgindo e não percebemos. Me ajude a descobrir os elementos que levaram a isso e a explorar alternativas que possam modificá-la.” Juntos, com amor, paciência, motivação e discernimento os obstáculos se tornarão em caminho de transformação.
Em outros estágios nos encontraremos vivendo oportunidades mais raras onde a própria situação de desconforto se manifestará como um espelho da mente e de seus potenciais, de sua capacidade de se colocar em referênciais estreitos e de se expandir em direção a perspectivas muito amplas que inexplicavelmente se cegam a detalhes importantes. Reconheceremos com humildade e certeza que nada é fixo, sólido e que a mente é flexível, luminosa e incrivelmente criativa. Saberemos que nossa natureza é bondosa, desobstruída e realizadora. Que há uma dança natural onde a presença da carência desperta o cuidado. Onde a presença do desejo desperta o poder natural de preenchê-lo e realizá-lo. Onde a manifestação da raiva pede por espaço, por acolhimento e escuta. A causalidade que opera em nossas relações passa a ser apreciada em sua beleza, leveza e potencial, como uma dança espontâneamente mágica. E que nos tornaremos senhores desta dança na medida que dançarmos conforme a música do fluir natural e real da vida.
Lama Jigme Lhawang

DESPERTANDO A CONSCIÊNCIA - Escolhendo o Perdão


Escolhendo o Perdão 


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Nunca pode estar livre de amargura, enquanto continuar a pensar pensamentos rancorosos. Como pode ser feliz neste momento, se continuar a optar por estar com raiva e ressentimento? Pensamentos de amargura não pode criar alegria. Não importa quão justificada sente que é, não importa o que “eles” fizeram, se insiste em manter-se no passado, então nunca estará livre. Perdoar a si mesmo e os outros vão libertá-lo da prisão do passado.
Quando sente que está preso em alguma situação, ou quando as suas afirmações não estão funcionando, isso normalmente significa que há mais trabalho a ser feito no perdão. Quando não fluir livremente com a vida no momento presente, isso normalmente significa que está segurando num momento passado. Pode ser arrependimento, tristeza, mágoa, medo, culpa, culpa, raiva, ressentimento, ou às vezes até mesmo um desejo de vingança. Cada um desses estados vem de um espaço de falta de perdão, uma recusa a deixar ir e vir para o momento presente. Só no momento presente é que pode criar o seu futuro.
Se está segurando o passado, não pode estar no presente. É só neste momento “agora” que os seus pensamentos e palavras são poderosos. Então, realmente não quer perder seus pensamentos actuais, continuando a criar o seu futuro a partir do lixo do passado.
Quando culpa o outro, dá o seu próprio poder, porque está colocando a responsabilidade pelos seus sentimentos noutra pessoa. As pessoas na sua vida podem-se comportar de maneiras que desencadeiam respostas incómodas em si. No entanto, eles não entram na sua mente e criam os botões que foram empurrados. Assumir a responsabilidade por seus próprios sentimentos e reações é dominar a sua “capacidade de responder.” Em outras palavras, aprende a escolher conscientemente em vez de simplesmente reagir.
O perdão é um conceito complicado e confuso para muitas pessoas, mas sei que há uma diferença entre perdão e aceitação. Perdoar alguém não significa que tolera seu comportamento! O acto do perdão acontece na sua própria mente. Ele realmente não tem nada a ver com a outra pessoa. A realidade do verdadeiro perdão está  definindo-se livre da dor. É simplesmente um acto de libertar-se da energia negativa que escolheu para segurar.
Além disso, o perdão não significa permitir que os comportamentos ou acções dolorosas de outro para continuar na sua vida. Às vezes o perdão significa deixar ir: Perdoar essa pessoa e então consegue liberta-los. Tomar uma posição e estabelecer limites saudáveis ​​é muitas vezes a coisa mais amorosa que pode fazer – não só para si, mas para a outra pessoa também.
Não importa as razões para se ter, sentimentos implacáveis ​​amargos, pode ir além deles. Tem uma escolha. Pode optar por ficar preso e ressentido, ou pode fazer um favor a si voluntariamente perdoar o que aconteceu no passado; deixá-lo ir; e passando em seguida para criar, uma vida plena de alegria. Tem a liberdade de fazer a sua vida qualquer coisa que quer que seja, porque tem liberdade de escolha.
As afirmações positivas: PERDÃO
• A porta do meu coração abre-se para dentro. Eu movo através do perdão de amar.
• HOJE EU ESCUTO OS MEUS SENTIMENTOS E sou manso comigo mesmo. Sei que todos os meus sentimentos são meus amigos.
• O passado acabou, por isso não tem poder agora. Os pensamentos deste momento CRIAR meu futuro.
• Não é divertido ser uma vítima. Eu recuso ser INSOLÚVEL mais. Eu reivindico o meu próprio poder.
• Eu dou-me o dom da liberdade do passado, E PASSAR COM ALEGRIA.
• Obter a ajuda que preciso, quando eu precisar dela, DE VÁRIAS FONTES. Meu sistema de apoio é FORTE e com amor.
• Não há nenhum problema TÃO GRANDE OU tão pequeno que não possa ser resolvido com amor.
• Estou pronto para ser curado. Estou disposto a perdoar. Tudo está bem.
• QUANDO eu cometer um erro, eu percebo que é apenas uma parte do processo de aprendizagem.
• Eu passo além do perdão para a compreensão, e eu tenho compaixão por todos.
• CADA DIA É UMA NOVA OPORTUNIDADE. Ontem é longo e feito. Hoje é o primeiro dia do meu futuro.
• SEI O QUE VELHO, padrões negativos JÁ NÃO LIMITAM-ME. Eu vou deixa-los ir com facilidade.
• SEI PERDOAR, sei ser Amoroso, gentil e TIPO, E EU SEI QUE A VIDA ME AMA.
• Ao PERDOAR-ME, fica mais fácil perdoar os outros.
• EU AMO e aceito membros da minha família exactamente como está agora

 Louise Hay

DESPERTANDO A CONSCIÊNCIA - Solidão, sexo e Amor na visão de Buda


Solidão, sexo e Amor na visão

de Buda


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A solidão é um estado de espírito negativo. Fica sentindo que seria melhor se o outro estivesse ali – seu amigo, sua esposa, sua mãe, a pessoa amada, seu marido. Seria bom se o outro estivesse ali, mas ele não está.
Solidão é ausência do outro.
Está se sentindo sozinha ou sozinho?
Não sinto a solidão, pois não estou sentindo a falta de ninguém. Estou só comigo mesma. Estar só com você é a presença de si mesmo.
O estar sozinho é muito positivo. É uma presença, uma presença transbordante. Sente-se tão pleno de presença que pode preencher o universo inteiro com a sua presença, e não há nenhuma necessidade de ninguém.
Quando não existe “alguém significativo” em nossa vida, podemos tanto nos sentir solitários, quanto desfrutar da liberdade que a solidão traz.
Quando não encontramos apoio entre os outros para as nossas aflições, sentimo-nos isolados e amargurados, ou então, podemos celebrar o facto de que o nosso modo de ver as coisas é seguro o bastante, até para sobreviver à poderosa necessidade humana de aprovação dos outros.
Buda dizia que cada um de nós deve desenvolver em si a capacidade de abrir o seu próprio caminho através da escuridão, sem quaisquer companheiros, mapas ou guias.
Devemos ser a luz de nós mesmos.
Não sente falta de sexo? Sabe, carne com carne, beijo, prazer…
Bem, ainda pouca gente sabe o que é o amor. Noventa e nove por cento das pessoas, infelizmente, pensam que sexualidade é amor – não é. A sexualidade é por demais animal; certamente, ela contém o potencial para transformar-se em amor, mas ainda não é amor, apenas potencial…
Se tornar-se consciente, alerta e meditativo, então o sexo poderá ser transformado em amor. E se a sua atitude meditativa tornar-se total e absoluta, o amor poderá ser transformado em compaixão. O sexo é a semente, o amor é a flor, compaixão, meus amigos… É o perfume… E que delícia de perfume!
Se amor é compaixão, como faço para sentir essa compaixão?
Às vezes acha que o seu relacionamento é apenas conveniente para si, pois está acostumada a ele?
Quando me refiro ao sexo desta maneira, fica até envergonhada? Acho, então, que jamais fez amor de verdade. Sente prazer, muito, mas não sabe como é o estado real.
Sempre acaba e ainda está com vontade?
Houve um tempo em que achou que o problema estava com você?
Nunca fica satisfeita?
É porque ainda não existe compaixão. Buda definiu a compaixão como sendo “amor mais meditação”. É quando o seu amor não é apenas um desejo pelo outro, quando não é apenas uma necessidade física. Quando o seu amor é um eterno partilhar. Não está pedindo nada em troca, entende? Mas está pronto para dar apenas, – dar só pela total alegria de dar.
Acrescente a meditação a ele, e o puro perfume será exalado. Isso é compaixão; compaixão é o fenómeno mais elevado.
Na verdade, o maior “problema” do amor sexual é que ele nunca perdura. Só quando aceitamos tal facto é que podemos celebrá-lo pelo que ele realmente é – dar as boas-vindas a seu aparecimento, e dizer adeus com gratidão quando ele se vai – Porque uma hora ele acaba indo.
Então, à medida que vamos amadurecendo, conseguimos viver o amor que existe além da sexualidade, e que honra a individualidade singular do outro. Começamos a compreender que o nosso parceiro funciona frequentemente como um espelho, reflectindo aspectos desconhecidos do nosso ser.
Esse amor é baseado na liberdade, não em expectativas, muito menos na sua necessidade pessoal.
Em suas asas, somos levados, cada vez mais alto em direcção ao amor universal, que vive tudo como uma coisa só.
Autora: Iara Fonteseca