 
A motivação vem 
do pensamento. Cada acção que temos é precedida por um pensamento que 
inspira essa acção. Mas, quando deixamos de pensar (devidamente), 
perdemos a motivação para agir. Eventualmente caímos no pessimismo e 
miserabilismo, e isto leva-nos a pensar ainda menos. E assim 
sucessivamente. 
Uma espiral descendente de negatividade e passividade, 
alimenta-se dela mesma como uma sanguessuga. Grande parte de nós 
passamos o nosso tempo de vigília em automático, como se estivéssemos a 
sonhar,  onde esse sonho se desenrola sem a nossa consciência debitar o 
quer que seja. 
Fazemos mais um dia as mesmas coisas da mesma forma, com o
 mesmo ritmo, criticamos os outros e a nós mesmos com as mesmas frases, 
como se tivéssemos decorado o guião de um peça de teatro e a fossemos 
recitando, dia após dia.
O REVERSO DA MEDALHA DOS NOSSOS HÁBITOS INSTITUÍDOS
Grande parte das
 nossas rotinas sedimentaram-se na nossa vida por nos serem úteis, por 
nos servirem e nos facilitarem a quantidade de coisas que fazemos. 
Sentimo-nos confortáveis a fazer aquilo que sempre fizemos, aquilo que 
nos é fácil, que fazemos sem ter que prestar atenção. Podemos chamar a 
este processo, os nossos hábitos instituídos. 
Até aqui, tudo muito bem! 
Mas, se alguns desses hábitos passaram a não ser adequados, 
prejudicam-nos, incapacitam-nos ou impedem de sentirmo-nos bem, de 
sermos apreciados pelos outros, de sermos aceites em sociedade, ou nos 
impedem de atingir os nossos sonhos e objetivos? 
Se nos toldaram a 
criatividade, a perspicácia, a vontade de aprender, de olhar a vida por 
outras perspetivas e alternativas?
Os nossos 
hábitos instituídos podem passar a ser a nossa maior dor de cabeça. 
Habituámo-nos a eles por um processo de repetição até chegarmos ao ponto
 de julgarmos que nós somos mesmo assim, que isso faz parte da nossa 
personalidade.
Mas, nada poderia estar mais errado. Só julga ser assim 
porque fechou a janela das possibilidades, das alternativas, da 
consciência, de pensar acerca das coisas, das suas coisas, daquilo que 
 quer e que não quer. Se continuarmos a percorrer os trilhos da vida num
 estado “adormecido”, muito provavelmente iremos atingir um ponto de 
cristalização do nosso pensamento, perdemos a flexibilidade de 
pensamento e criamos uma inclinação mental desadequada.
Vejamos o 
seguinte exemplo: Digamos que uma pessoa com uma inclinação mental para o
 pessimismo levantou-se num sábado de manhã e colocou na sua ideia que 
tinha de arrumar e limpar a garagem. 
Dirige-se à garagem, abre a porta e
 fica chocado por ver a quantidade de lixo e desarrumação. “Esquece 
isso” Diz o pessimista no maior dos lamentos. “Ninguém conseguiria 
limpar esta garagem num só dia!” 
Perante esta situação e num estado 
mental de incapacidade, fecha a porta da garagem e volta para outra 
divisão da casa para fazer outra coisa qualquer.
Os pessimistas 
têm um pensamento de “tudo ou nada”. Têm um pensamento catastrófico e 
absolutista. Ou fazem as coisas de forma perfeita ou não fazem. Vejamos 
como é que o otimista enfrentaria o mesmo problema. 
Vamos assumir que 
até dizia a mesma coisa: “Esquece isso”. Ninguém conseguiria limpar esta
 garagem num só dia!” No entanto, uma grande diferença entre o 
pessimista e otimista saltaria à vista. 
Ao invés de voltar para casa, o 
otimista continuaria a pensar. “Pronto, não consigo limpar toda a 
garagem, mas ainda assim, o que é que eu posso fazer?” Ele pensa durante
 um pouco, e tem a ideia de dividir a garagem em 4 secções e limpar 
apenas uma nesse dia. “De certeza que consigo limpar uma secção, e se 
limpar uma parte por semana, certamente até ao final do mês consigo 
limpar toda a garagem”. 
Ao fim de um mês os cenários serão diferentes: O
 pessimista terá a garagem numa desgraça e o otimista uma garagem limpa.
O SABOTADOR INTERNO
O pessimista tem
 uma inclinação mental para pensar de forma desanimada ou que não 
consegue fazer nada, que as coisas não valem a pena, desiste de pensar 
positivo muito rapidamente. Na grande maioria da vezes o pessimista é um
 desistente crónico, foca-se nos piores cenários e não acredita que as 
coisas possam dar certo. 
A estes aspetos negativos do programa mental do
 pessimista podemos chamar de sabotador interno. É um sistema 
auto-perpetuador de conexões entre as células cerebrais, uma presença 
neurológica que parece ser tão intrínseca a nós, que normalmente não 
temos consciência da sua influência. 
O sabotador interno é uma 
consequência da forma como você pensa acerca das coisas. Pode ser muito 
difícil  desaprender aquilo que aprendeu e julga ser parte de você, mas é
 possível.
Sabemos que um 
músculo se desenvolve através do esforço repetido. Se você deixar de o 
usar, se parar de o exercitar, as conexões entre as células musculares 
irão enfraquecer. Assim, acontecerá com os vários aspectos da sua 
inclinação mental, do seu sabotador interno. Assim que você o 
identificar, e inibir essas ideias e comportamentos, as conexões entre 
as células cerebrais irão diminuir, perdendo a sua força, enfraquecendo a
 sua inclinação mental pessimista. Para aprofundar mais um pouco este 
tópico, pondere ler o nosso artigo: Os 10 sabotadores do seu sucesso.
ESPECIALIZAÇÃO NEURONAL
O nosso cérebro 
especializa-se através de um processo de repetição de comportamentos, 
através do reforço de grupos de redes neuronais. Na infância à medida 
que vamos enfrentando os desafios e dificuldades da vida, vamos 
colocando em acção algumas formas de lidar com as situações. Algumas 
destas estratégias funcionam e são retidas. O sabotador interno nasceu.
Por exemplo, se 
uma criança é criticada pelos seus pais, a estratégia de lidar com a 
situação pode ser agir “erradamente” dado que esta é a única forma da 
situação lhe fazer sentido. 
Ela irá desenvolver comportamentos “errados”
 para dar razão aos seus pais. Uma criança que é ignorada pode achar que
 só terá atenção quando está doente, assim, a doença, queixas somáticas 
ou pequenos acidentes tornar-se-ão num mecanismo de enfrentamento 
inconsciente. 
A criança “aprendeu” a ser um falhado, aceitar a crítica e
 a ter relacionamentos sem apoio. Estas estratégias, até podem ter 
funcionado na infância para diminuir a fúria da mãe, mas certamente 
serão disfuncionais na adultez. A dura realidade, é que estas 
estratégias tornaram-se a sua “especialização” desenvolvida para lidar 
com um conjunto particular de circunstâncias.
“Eu assumo que vou falhar, por isso não tento.”
“Eu comporto-me como se nada de bom me aconteça.”
“Eu dificilmente confiarei em alguém.”
“Eu critico os outros e acho que os outros me criticam.”
“Eu acho difícil fazer amigos.”
“Eu rejeito as pessoas que são boas para mim ou que me tentam ajudar.”
“Eu evito confrontar-me com situações em que as pessoas me possam julgar.”
Este é apenas um exemplo como o nosso sabotador interno se desenvolve. Estas especializações infelizmente não se ficam apenas pela infância, podem sedimentar-se em qualquer altura da nossa vida. Tal como esta criança, também nós nascemos com a capacidade para aprender um conjunto quase ilimitado de respostas comportamentais. Importa referir, que a especialização neuronal formada pelas nossas reacções a situações sobre as quais não temos controlo, limita-nos severamente as nossas opções.
UM TESTEMUNHO DO VALOR DO PENSAMENTO POSITIVO
Para testemunhar uma das mais profundas ilustrações da efetividade prática do otimismo na história da América, você tem de relembra-se do filme, Apollo 13, ou então visioná-lo. Para além do trabalho de trazerem os astronautas do outro lado da lua ter sido assustador e esmagador, o desafio foi realizado em pequenas tarefas de cada vez. As pessoas que estavam no controlo da missão em Houston e que salvaram os astronautas, conseguiram esse feito extraordinário porque mesmo perante a “impossibilidade” dos problemas tecnológicos, eles continuaram a pensar positivo. Eles nunca desistiram. Procuraram por soluções parciais, e declaram que iriam agarrar-se a essas soluções parciais e trazer os seus homens em segurança para casa.
Dica: Sempre que você se sinta pessimista ou oprimido, relembre-se para continuar a pensar positivo. Continue a pensar, continue a pensar positivo.
De acordo com a abordagem da psicologia positiva, pensar positivo não se resume de forma alguma apenas a afirmações positivas ou de capacidade.
Estas podem formar a base da intenção daquilo que se quer e pretende que aconteça. Mas, provavelmente a estratégia que mais conta, é a estruturação de um encadeamento de acções que suportadas pelas afirmações irão expressar as forças, valores, objetivos e crenças adaptativas da pessoa ou grupo de pessoas. As pessoas que pensam de forma otimista, capacitadora e positiva, escolhem fazer um uso diferente da imaginação humana. A imaginação que cada um de nós possui deveria ser usada, não para fugir à realidade, mas para a criar.
Não hesite em pensar, não hesite em pensar positivo. Não se deixe levar pelos caminhos vincados (inadequados) da sua mente. Desperte, acorde, fuja à rotina da sua inclinação mental para a desistência. Resista à sua paragem de pensamento para a solução, insista na busca de possibilidades e caminhos alternativos, persista na reestruturação do seu pensamento positivo.
fonte http://www.escolapsicologia.com/
 



























