MEDO DE AMAR
Como libertar o medo de Amar??
O
medo de amar é um dos medos mais comuns no ser
humano no entanto não é um medo consciente na maioria das pessoas e
resulta de muitos bloqueios emocionais e ausência de
auto-estima.
O amor nas relações afectivas e amorosas é visto, por muitos, como um
sentimento que origina vivências muito desafiadoras, no entanto também
promove um enorme crescimento emocional quando vivido de uma forma
consciente. Desejar vivenciar o amor na sua plenitude é algo desejado
por todos e evitado por mesmo muitos. A palavra “Amor”, pela sua
banalização, é uma palavra que pode não expressar verdadeiramente o
sentido e significado da essência pura do amor, por isso é natural que o
medo do amor possa manifestar-se e desenvolver-se em qualquer pessoa
que tenha associações sequênciais desafiadoras relativamente aos seus
relacionamentos amorosos. É, assim, muito importante ter consciência dos
medos e dúvidas, e saber como libertar para perder o medo de amar.
Amor verdadeiro
O amor verdadeiro revela-se apenas nos relacionamentos que estejam
estruturados sobre uma base de confiança mutua e entrega total na sua
essência, na falta desta estrutura surge o medo de amar. A confiança e a
entrega total, está associada por muitos de nós, a sofrimento e abusos
de confiança. Abrirmos o nosso coração ao outro e expormos todas as
nossas fragilidades para as trabalharmos em conjunto é um desafio muito
forte que só pode ser realizado com alguém que faz a mesma entrega e ao
mesmo nível. É importante que, quem nos acompanhe na vida, use as nossas
fragilidades, apenas, como uma forma de chegar ao nosso coração, não as
julgar e não as usar como armas de ataque ou até mesmo de defesa. Ao
usarmos as fragilidades do outro como uma forma de gerar confiança, e
como uma forma de ajuda mutua cria-se um elo de ligação extremamente
forte entre duas pessoas, que começam aos poucos a acreditar que o outro
está ali apenas para ajudar. O medo de amar surge pela forma oposta de
agir, as fragilidades são, por muitos de nós, utilizadas como uma arma
nos momentos em que nos sentimos ameaçados e agredidos, então vamos
criando associações negativas relativamente aos relacionamentos
amorosos, que passam a ser ameaças em vez de ser uma plataforma de amor,
equilíbrio e estabilidade.
Sombras do passado
É mais comum do que o que se possa pensar, a existência de pessoas
que tem medo de amar e de se entregar, e que desenvolvem aos poucos um
medo excessivo de se apaixonar e de se entregar a um amor genuíno.
Muitas vezes este medo de amar nasce logo nos primeiros anos de vida,
onde a criança vivencia situações ameaçadores, no ambiente familiar,
onde supostamente devia ser amada e nutrida. Começando logo desde muito
pequena a desconfiar dos que estão mais próximos e a criar mecanismos de
defesa, visto que as pessoas que mais amor deviam dar são as que mais
perigo representam. Seja qual for o caso, e independentemente das suas
experiências passadas que podem ter causado esse medo, podemos decidir
“AGORA” aos poucos transformar positivamente todas estas vivências e
experiências e libertar as emocoes negativas que nos fazem ter medo de
nos entregarmos ao outro e que nos fazem ter medo de amar.
Como Libertar o medo de amar
1 – Tentar descobrir porque realmente está com medo de amar
. A falta de auto-estima e acreditar que não se merece ser feliz, é
muitas vezes uma crença neurológica que impede a pessoa aceitar que
alguém que está interessada em si e se aproxime. O facto de ter tido
pessoas que, supostamente a amavam, a magoaram muito cria associações
negativas ao amor. Ao permitir que novas situações amorosas se
desenrolem, estando atenta aos medos, pode ser uma forma de a pessoa
trabalhar o medo de se entregar. Talvez a pessoa ache que a sua entrega
ao outro a faz perder o controlo da sua vida, assim o medo de amar pode
ser um impedimento “neurológico” à vivencia de uma vida amorosa feliz e
equilibrada.
2 – Identificar uma causa para o seu medo, fazer uma
viagem mental pela sua vida até à infância e recordar todas as
experiências e vivências com pessoas que lhe eram próximas e que de
alguma forma representaram uma ameaça. Situações que a tornaram uma
pessoa fria, distante e com muitas defesas e desconfianças perante os
que se aproximam de si emocionalmente. Esta viagem pode ser dolorosa por
voltar a recordar vivências que magoam muito, no entanto é necessário
libertar este peso do passado, pensar nas pessoas que a magoaram como
pessoas limitadas que não são conscientes. É importante aceitarmos que
os outros são limitados (tal como nós também temos as nossas limitações)
mas não precisamos carregar este peso nas nossas costas. Aceitar as
limitações dos outros não significa que estamos a aprovar a sua forma de
ser, viver e pensar mas sim que aceitamos distanciar-nos do que nos faz
mal e do que nos magoa muito para assim podermos atrair pessoas,
vivências e experiências que nos preenchem e nos fazem felizes.
Estabelecer ligação permanente com a dor do passado significa que
estamos focados nessa dor e não na necessidade de amar e ser feliz.
estar focados no que não queremos atrai o que não queremos, devemos
assim forcar-nos no que queremos e precisamos para sermos pessoas
felizes
completas.
3 – Descobrir o que aprendemos com as experiência dolorosas, ao
invés de nos culparmos e nos prejudicarmos por algo que já não passa de
uma memória. Ao permitirmos que alguém se aproxime de nós, é importante
que haja abertura da nossa parte também, caso haja também empatia e
interesse pela pessoa que se está a aproximar. Ao dar-mos alguma
abertura à pessoa, estamos a alimentar uma necessidade de amar muito
importante e estamos também a permitir que os nossos medos, emoções
sobre o medo de amar se vão manifestando para assim os podermos ir
resolvendo aos poucos. É normal que hajam avanços e recuos, dúvidas e
medos, no entanto é importante questionarmos o nosso coração se ele
acredita que aquela pessoa vale a pena, mas o mais importante é
aceitarmos que toda a experiência, por mais dolorosa inicialmente é
antes de tudo uma oportunidade preciosa para desenterrar todos os medos e
pânicos que vivem a assombrar todos os nossos relacionamentos. Então
vale sempre a pena abrir-nos pelo menos um pouco de cada vez, porque
senão adiamos a nossa felicidade e necessidade de amar para quando????
Contaminada por um passado que já não faz qualquer sentido existir
dentro de nós porque não serve para nada para além de nos contaminar
todo o tipo de relacionamentos, para sermos desconfiados, fechados,
amargos e assim por diante. É preciso confiar, e estar atento, muito
atento porque possivelmente esta abertura vai mexer com o lixo
emocional, no entanto é necessário observar se, quem se esta a aproximar
de nós se interessa verdadeiramente por quem somos, e se quer,
realmente, o nosso bem e se assim for devemos tentar não passar o peso
do nosso passado sobre as costas da outra pessoa, sob pena de a estarmos
a criar um distanciamento e provavelmente a criar sentimentos de
rejeição também na outra pessoa.
Libertação de padrões
Estes são muitas vezes processos muito delicados, que podem requerer
uma ajuda externa, visto que muitas vezes confundimos as vivencias do
agora com dores que vivem enraizadas no nosso subconsciente profundo.
Não entendemos que os pânicos que surgem agora, são apenas causados por
um “tocar no interruptor” de algo que já la está. Então o problema não é
o que a pessoa faz agora, mas sim no que ela inconscientemente toca e
não se apercebe de qual a dimensão da ferida que está já por trás de
atitudes aparentemente inofensivas. O
medo de amar é algo que pode ser libertado, se a pessoa estiver aberta a iniciar um processo de
auto-ajuda, e
auto-responsabilização, ou
terapia cognitivo-comportamental, para assim curar emoções e conquistar uma vida livre e repleta de amor e felicidade.